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Diagnóstico de linfoma: exames essenciais e resultados

Profissional de saúde mostrando os resultados de exames para diagnosticar linfoma.
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Entenda como cada teste contribui no processo e fique por dentro das inovações que têm feito a diferença na identificação deste câncer

Escrito por: Natália Mancini

O diagnóstico de linfoma é um processo complexo que envolve uma série de exames, como a biópsia de linfonodos e testes de imagem. Esses testes também são muito importantes para identificar qual o subtipo da doença e em que estágio o câncer está. 

O Dr. Celso Arrais, hematologista do Hospital Nove de Julho, destaca que o diagnóstico do linfoma pode ser considerado complexo por três principais motivos. O primeiro acontece “pois os sintomas iniciais, muitas vezes, se assemelham a outras condições, como infecções ou doenças autoimunes.” Esses sintomas podem incluir:

As segunda e terceira dificuldades estão relacionadas aos diferentes tipos de linfoma existentes e à variedade de locais do corpo em que a doença pode se manifestar.

“Para superar esses desafios, os médicos empregam uma combinação de exames clínicos, laboratoriais, de imagem, e também biópsias e análises moleculares.  Além disso, a avaliação minuciosa por um especialista (hematologista) é essencial para determinar o tipo exato, a extensão da doença e o estadiamento clínico”, o Dr. Arrais pontua.

Exames para diagnóstico de linfoma

Uma vez que há uma suspeita de linfoma, vários exames são realizados para confirmar o diagnóstico e determinar o tipo específico da doença. Os principais exames incluem, nesta ordem:

História clínica detalhada e exame físico

Médico fazendo avaliação clínica de paciente para fechar o diagnóstico de linfoma

Durante a consulta, o médico realiza um exame físico detalhado, focando principalmente na palpação dos linfonodos e órgãos como o fígado e o baço, que podem estar aumentados.

Também é importante levantar à consulta um histórico médico completo, incluindo doenças prévias, histórico familiar de câncer e a presença de infecções recentes.

Hemograma completo

Ilustração de uma gota de sangue e um tubo de ensaio, representando o hemograma no diagnóstico de linfoma.

Embora não seja suficiente para diagnosticar o linfoma, o hemograma pode revelar sinais indiretos da doença, como  anemia (baixa contagem de glóbulos vermelhos), trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas) e linfocitose ou linfopenia (aumento ou diminuição de linfócitos). 

“É importante notar que um hemograma normal não exclui a presença de linfoma, mesmo em casos avançados”, o médico pontua.

Exames de imagem

O PET-CT é o exame de escolha para o diagnóstico e estadiamento do linfoma. Ele combina a tomografia computadorizada (TC) com a tomografia por emissão de pósitrons (PET), que detecta áreas de alta atividade metabólica, comuns em tumores. Em pacientes com linfoma, o PET-CT geralmente revela “pontos quentes” que indicam a presença de linfonodos aumentados ou órgãos afetados pela doença.

Ilustração de um exame PET Scan para o diagnóstico de linfoma.

Apesar do PET-CT ser o principal exame de imagem, também podem ser solicitadas a tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e ultrassonografia.

Biópsia do linfonodo

Este é o exame mais definitivo para confirmar o diagnóstico. A biópsia é feita por meio da coleta de uma amostra de tecido do linfonodo afetado, que é enviada para análise com o objetivo de identificar se há presença de células malignas.

Nos casos de linfoma, a biópsia geralmente revela a presença de células tumorais características, como células de Reed-Sternberg, no linfoma de Hodgkin, ou células B ou T anormais, nos linfomas não Hodgkin.

Ilustração de caroços no pescoço, representando a biópsia de linfonodos

O Dr. Arrais ainda complementa que, “a análise do tecido obtido, por meio de anatomopatológico e imunohistoquímica, permite a identificação de marcadores celulares que confirmam a presença de linfoma e ajudam na classificação correta do subtipo. Sem uma biópsia de qualidade e uma análise imunohistoquímica abrangente, o diagnóstico preciso do linfoma não é possível.”

Citogenética e biologia molecular

Com esses testes, é possível analisar o material genético das células doentes, identificando alterações que podem influenciar o tratamento. Por exemplo,  a presença da translocação t(14;18) é comum em linfomas foliculares. 

“Embora ainda não estejam amplamente disponíveis para todos os casos de linfoma, sua importância está crescendo, especialmente em casos em que essas alterações podem direcionar a escolha do tratamento”, o Dr. Arrais esclarece.

Profissionais de saúde realizando pesquisa genética para diagnóstico de linfoma.

“Embora ainda não estejam amplamente disponíveis para todos os casos de linfoma, sua importância está crescendo, especialmente em casos em que essas alterações podem direcionar a escolha do tratamento”, o Dr. Arrais esclarece.

Como se preparar para os exames

Para que os exames sejam realizados da melhor forma, é essencial que o paciente esteja bem preparado. Aqui estão algumas orientações:

Profissional de saúde revisando uma lista de verificação com equipamentos médicos, destacando a preparação para exames no diagnóstico de linfoma.
  • Jejum: geralmente, para a realização do PET-SCAN, é necessário estar em jejum de pelo menos quatro horas, mas, em alguns casos, pode ser exigido jejum de 12 horas. Já o jejum para biópsia e para o hemograma podem variar de laboratório para laboratório e conforme os testes solicitados.
  • Hidratação: manter-se bem hidratado é importante para exames de imagem.
  • Roupas: para exames de imagem, como o PET-CT, use roupas confortáveis e sem metais.
  • Medicamentos: informe seu médico sobre todos os medicamentos que você está tomando, pois alguns podem precisar ser ajustados ou suspensos temporariamente para a realização das análises.

O especialista sugere que “manter uma comunicação clara com o médico e seguir todas as orientações antes dos exames é fundamental para garantir resultados precisos.”

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Novidades no diagnóstico de linfoma

Nos últimos anos, houve avanços significativos neste processo, que têm ajudado a melhorar a precisão e a rapidez na detecção da doença. Dentre eles, o Dr. Arrais destaca a genômica e a pesquisa de biomarcadores. 

Ele esclarece  “que a análise do genoma das células tumorais tem permitido identificar novas alterações genéticas, facilitando o desenvolvimento de terapias mais direcionadas e personalizadas para cada paciente”.

ientistas analisando DNA em laboratório, representando os avanços genômicos e a pesquisa de biomarcadores no diagnóstico de linfoma.

Já os biomarcadores são substâncias ou características detectáveis no sangue, tecidos ou outros fluidos corporais. Em outras palavras, os biomarcadores funcionam como “assinaturas” que o corpo deixa quando algo está errado. No caso dos linfomas, ”a descoberta de novos biomarcadores está permitindo o melhor monitoramento da resposta ao tratamento e a detecção precoce de recidivas”, o Dr. Celso Arrais afirma.

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