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Quando o suor noturno é preocupante?

Mulher com suor noturno
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A intensidade do suor, embora possa variar, não está totalmente relacionada com a seriedade do caso. É importante observar outros sintomas e fazer uma investigação para entender melhor o que está acontecendo

Nem sempre o suor noturno é preocupante, mas ele pode indicar que há algo acontecendo no corpo, como alterações hormonais, infecções ou até mesmo um câncer. Há algumas formas de diferenciar uma sudorese esperada de uma anormal, mas, para identificar exatamente o que está provocando este sintoma, recomenda-se buscar um clínico geral para realizar análises iniciais.

A transpiração é um mecanismo natural do corpo humano, cuja função é regular a temperatura do próprio corpo. Quando o organismo se aquece, independentemente do motivo, o sistema nervoso estimula as glândulas sudoríparas a liberarem o suor, que evapora da superfície da pele, removendo o calor do corpo e ajudando a resfriá-lo. 

Quando a transpiração acontece ao longo da noite, podendo até encharcar o lençol, dá-se o nome de suor noturno ou sudorese noturna.

É válido saber que o suor é composto, principalmente, por água, mas também contém pequenas quantidades de sais e outras substâncias.

Principais causas do suor noturno

  1. Condições do ambiente
  2. Alterações hormonais
  3. Hipoglicemia ou diabetes
  4. Uso de medicamentos
  5. Infecções
  6. Apneia do sono
  7. Cânceres
  8. Hipertireoidismo
  9. Consumo de alimentos termogênicos
  10. Ansiedade ou estresse
  11. Refluxo gastroesofágico
Causas do suor noturno

Saiba mais sobre as causas

Esta é a causa mais comum e a mais fácil de ser resolvida. É preciso lembrar que, nem sempre, o suor noturno está ligado a alguma condição de saúde. Então, a primeira avaliação que deve ser feita é em relação ao ambiente, ou seja, se a temperatura naquele dia está elevada ou ainda se a pessoa está utilizando cobertas e/ou pijamas quentes.

A Drª. Fabíola Alves de Santana Borges, geriatra do programa de Oncogeriatria do Hcor, conta que condições como a menopausa (também chamada de climatério) ou tratamentos hormonais, dentre eles a terapia de deprivação androgênica, podem fazer com que a pessoa apresente sudorese noturna.

A sudorese noturna na diabetes pode ocorrer por várias razões. Uma delas é a hipoglicemia noturna, que é uma queda perigosa nos níveis de açúcar no sangue durante a noite. Quando isso acontece, o corpo pode reagir produzindo suor excessivo como uma forma de alertar o indivíduo ou para tentar corrigir a hipoglicemia. 

Além disso, a diabetes mal controlada pode levar a flutuações nos níveis de açúcar no sangue ao longo do dia e da noite, causando desconforto e suor excessivo, especialmente durante o sono.

O Dr. Alexandre Bueno Merlini, médico emergencista e médico assistente da Clínica Médica do Hcor, descreve que há uma série de remédios que tem como efeito colateral o suor noturno. São eles:

  • Medicações antitérmicas (como a dipirona)
  • Anti-hipertensivos
  • Insulina
  • Antidepressivos
  • Inibidores de aromatase (usados em tratamento de alguns tipos de câncer)
  • Insulina e hipoglicemiantes orais (remédios para diabetes)
  • Interferon alfa (usados em tratamentos para hepatite viral) e 
  • Metadona (derivado de morfina)

O Dr. Merlini salienta que “dentre elas, os antidepressivos são os mais frequentes, podendo desencadear sudorese em aproximadamente 10 a 15% dos pacientes que fazem uso.”

A sudorese pode aparecer nos quadros de infecções como uma resposta do sistema imunológico ao agente infeccioso. A transpiração acontece, principalmente, nos casos em que o paciente desenvolve febre, pois o suor ajuda a diminuir a temperatura corporal. 

Dentre as infecções que podem causar suor noturno estão a tuberculose, a infecção pelo vírus HIV, endocardite e as infecções fúngicas.

Pessoas que sofrem deste quadro podem ter uma queda da oxigenação do sangue durante a noite. Como resposta a essa queda, o sistema nervoso é ativado e ele, por sua vez, ativa outros mecanismos do corpo, que podem levar à transpiração.

Alguns tipos de câncer, como o linfoma e a leucemia, têm o suor noturno como um dos sintomas mais comuns. A Drª. Fabíola ainda diz que alguns cânceres sólidos, como medular de tireoide, próstata, rim e feocromocitoma (tumor secretor da glândula adrenal) também podem causar a transpiração noturna.

Quando há um excesso de hormônios tireoidianos circulando no corpo devido ao hipertireoidismo, o metabolismo aumenta. Isso pode acelerar a produção de calor pelo corpo, levando a uma sensação de calor constante. Como resposta a esse aumento da temperatura corporal, o organismo tende a ativar mecanismos de resfriamento, como a produção de suor.

Alimentos como pimenta, gengibre, álcool e cafeína estimulam uma região do sistema nervoso central responsável pela regulação da temperatura corporal. Como esses itens aceleram o metabolismo, há um aumento da temperatura. Assim, o corpo produz o suor como uma forma de baixá-la.

Ambas as situações podem desencadear várias respostas fisiológicas, incluindo um aumento na frequência cardíaca, respiração acelerada e liberação de adrenalina na corrente sanguínea. Com isso, há um aumento na temperatura do corpo e o organismo produz suor como mecanismo para reduzi-la.

Esse quadro acontece quando o ácido do estômago sobe até ao esófago, causando uma sensação de azia. Como resposta a esse desconforto, o corpo pode produzir a transpiração.

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Quando o suor noturno é preocupante?

O suor noturno se torna preocupante quando está acompanhado de outros sintomas, como febre, perda de apetite, emagrecimento não intencional, fraqueza, calafrios, sintomas respiratórios ou aparecimento de linfonodos aumentados

Por outro lado, a intensidade do suor, ou seja, se ele é mais fraco ou se chega até a molhar a roupa, não é um fator tão preocupante do ponto de vista médico.

Home preocupado com suor noturno

“Em relação à intensidade, a sudorese noturna deve ser investigada quando passa a incomodar a pessoa, em quantidade diferente do habitual, como por exemplo, acordar durante a noite com o lençol molhado, ou ser necessária a troca de roupas. Em casos leves e esporádicos é indicado apenas observação e manejo do desconforto. A investigação das causas do suor noturno é feita se aumenta a intensidade ou frequência ou se surgirem outros sintomas. ”, o Dr. Merlini orienta.

A Drª. Fabíola complementa explicando que não é possível diferenciar se a sudorese noturna está relacionada com uma doença benigna ou maligna somente pelas características da transpiração em si. Então, ela reforça que é preciso estar atento se há a presença de algum outro sintoma, especialmente se a pessoa tiver perda de peso sem motivo aparente, presença de linfonodos aumentados e febre. 

Diagnosticando o motivo do suor noturno

Em primeiro lugar, o paciente precisa contar ao médico um histórico sobre os episódios: há quanto tempo a sudorese tem se manifestado, se há algum outro sintoma etc. Essas informações são indispensáveis para que o médico identifique quais exames solicitar.

Homem fazendo exames para descobrir a causa do suor noturno

“Em seguida realizamos um exame físico detalhado, avaliando a presença de linfonodos palpáveis, emagrecimento, visceromegalias, alterações neurológicas, oculares, na pele ou faringe, além da avaliação cuidadosa da frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura”, o Dr. Merlini diz.

Para complementar a investigação, podem ser solicitados exames gerais como hemograma, PCR, função hepática e renal, glicemia de jejum, rotina de urina, sorologia para HIV, coletas de urina e sangue, hormônios da tireoide e sexuais, radiografia de tórax e ultrassonografia de abdome.

De acordo com a Drª. Fabíola, caso haja suspeita de linfoma, deve-se fazer uma  tomografia de tórax. 

“Em situações específicas, biópsia de medula óssea ou dosagem de metanefrinas urinárias pode ser indicado”, ela complementa.

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Tratamentos para suor noturno

Tratamentos para suor noturno

O tratamento da sudorese noturna varia conforme a causa do sintoma, podendo incluir medicamentos ou não. Então, geralmente, ao tratar a doença de base, a transpiração diminui ou desaparece. 

“Em caso de condições benignas, o tratamento pode envolver medidas ambientais para controle da temperatura corporal, terapias de reposição hormonal e reeducação alimentar”, a Drª. Fabíola finaliza.

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