Como saber se o linfoma está avançado?
Última atualização em 5 de setembro de 2024
Entenda os principais sintomas, exames essenciais e as opções de tratamento para cada estágio da doença
Quando se fala em ‘linfoma avançado’, estamos nos referindo a um estágio em que a doença já se espalhou para várias regiões do corpo, comprometendo múltiplos grupos de linfonodos. Mas como saber se o linfoma está avançado? Isso é determinado por meio de exames específicos que avaliam a extensão da doença no organismo. Essa informação é muito importante, pois impactará diretamente no tratamento realizado, bem como nas chances de cura.
Outra forma de explicar que o linfoma está avançado é dizer que o câncer está em estágio III ou IV. É válido saber que essa classificação não está relacionada diretamente à agressividade da doença, mas sim à sua extensão.
“Linfoma avançado é caracterizado pelo acometimento de vários grupos de linfonodos pelo corpo. Não tem relação com a agressividade da doença”, o Dr. Caio César Justino, onco-hematologista do Hospital Alvorada Moema SP, pontua.
Entenda os estágios do linfoma
O estadiamento identifica e determina qual a extensão da disseminação da doença, ou seja, quais locais do corpo ela acometeu. Esse processo é classificado em quatro estágios, sendo o estágio 4 o mais avançado.
No estágio 1, o linfoma está limitado a um único grupo de linfonodos. Conforme esse câncer progride para os estágios 2 e 3, ele se espalha para mais grupos de linfonodos ou órgãos próximos. No estágio 4, o linfoma já se disseminou para órgãos distantes, como fígado, ossos ou pulmões.
A velocidade em que a doença se dissemina costuma variar de acordo com o tipo e subtipo de linfoma e, aí sim, essa questão está ligada à agressividade do linfoma. Em relação à questão de em quanto tempo um linfoma avança, o Dr. Justino explica que “nos linfomas mais agressivos, a progressão pode se dar em poucas semanas.”
Um exemplo disso é o linfoma de células do manto, um subtipo de linfoma não-Hodgkin conhecido por progredir rapidamente e que, muitas vezes, pode ser diagnosticado em estágios avançados, quando já atingiu órgãos como baço, medula óssea e o trato gastrointestinal.
Linfoma tem metástase?
Esse câncer se dissemina pelo corpo de uma forma diferente que os tumores sólidos, mas, mesmo assim, pode afetar diferentes…
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Sintomas do linfoma avançado
Dentre os sintomas mais comuns, estão:
- Febre inexplicável
- Suores noturnos intensos
- Perda de peso significativa
- Fadiga persistente
- Linfonodos aumentados (caroços) no pescoço, axilas ou virilha.
O especialista ressalta que os sintomas são muito variáveis. “Em alguns tipos de linfomas, não se percebe sintomas, apenas o crescimento dos linfonodos; em outros tipos, pode ocorrer febre e perda de peso.”
Ele também ressalta que a presença e a intensidade dos sinais não são indicativos do linfoma ser avançado. Isto é, uma pessoa estar com sintomas e estarem mais intensos não significa, obrigatoriamente, que o câncer dela está mais avançado.
“A classificação de linfoma avançado se dá pelos exames específicos”, o Dr. Justino diz.
Como saber se o linfoma está avançado
Para determinar se o linfoma está em estágio avançado, são necessários exames de imagem, especialmente o PET-CT.
Também conhecido como Pet-Scan, essa é uma avaliação que combina duas tecnologias diferentes: a Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Tomografia Computadorizada (CT ou TC). Juntas, essas tecnologias oferecem uma visão detalhada do interior do corpo.
Para a realização desse exame, o paciente recebe uma injeção intravenosa de um traçador radioativo, que geralmente é uma forma de glicose. Em seguida, ele se deita em uma mesa e ela se move através do aparelho de PET-CT. Primeiro, a parte PET do exame detecta as áreas de maior atividade metabólica, enquanto a parte CT cria imagens detalhadas da estrutura interna do corpo.
O exame completo pode durar entre 30 a 60 minutos, dependendo da área a ser examinada e caso seja necessário repetir alguma parte da avaliação.
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Tratamento para linfoma avançado
O tratamento para o linfoma avançado geralmente envolve uma combinação de diferentes terapias, adaptadas ao tipo específico de linfoma e às características do paciente.
“O tratamento de linfomas avançados geralmente utiliza a associação de imunoterapia e quimioterapia, aplicados em ciclos com intervalos de dias pré-estabelecidos. Os protocolos variam de acordo com o tipo histológico do linfoma, que é indicado na biópsia”, o Dr. Justino esclarece.
Ele ainda esclarece que a intensidade do tratamento, bem como o tempo que ele irá durar, também dependem do tipo histológico.
“Por exemplo, linfomas mais agressivos, exigem tratamentos mais intensivos”, o médico conta.
Imunoterapia
A imunoterapia utiliza o próprio sistema imunológico do corpo para combater o linfoma. Esse tratamento envolve a administração de medicamentos que estimulam as células do sistema imunológico a reconhecerem e atacarem as células cancerígenas.
“A evolução da imunoterapia associada aos quimioterápicos têm diminuído a toxicidade, aumentando as possibilidades e a eficácia de tratamento”, o onco-hematologista informa.
Possíveis efeitos colaterais: podem incluir fadiga, reações cutâneas no local da injeção, febre e sintomas semelhantes aos da gripe. Em alguns casos, o sistema imunológico pode atacar células saudáveis, causando inflamações em órgãos como o pulmão ou fígado.
Quimioterapia
A quimioterapia é uma das formas mais comuns de tratamento para o linfoma avançado. Ela utiliza medicamentos que atingem todas células que se multiplicam rapidamente, uma característica particular das células do câncer. Esse tipo de terapia pode ser administrado de diferentes maneiras, incluindo oralmente, por injeção ou intravenosa.
Possíveis efeitos colaterais: dentre os mais comuns estão as náuseas, vômitos, perda de cabelo, fadiga e maior suscetibilidade a infecções, devido à diminuição dos glóbulos brancos.
Transplante de medula óssea
Uma opção de tratamento para pacientes com linfoma avançado, especialmente em casos de recidiva (quando o câncer volta mesmo após o tratamento), é o transplante de medula óssea. Essa terapia consiste na substituição das células-tronco doentes por células-tronco saudáveis, que podem ser do próprio paciente (chamado de “autólogo”) ou de um doador compatível (chamado de “alogênico”).
O transplante de medula óssea é uma terapia complexa que envolve quimioterapia em altas doses, usada para destruir a medula óssea doente, e seguida da infusão das células-tronco saudáveis. Após o transplante, o paciente precisa passar por um período de recuperação intenso, que exige cuidados rigorosos com a higiene para evitar infecções, já que o sistema imunológico fica enfraquecido.
Possíveis efeitos colaterais: além dos efeitos adversos da quimioterapia, os pacientes submetidos ao TMO podem ter complicações como a doença do enxerto versus hospedeiro e maior risco de contrair infecções graves, devido à imunossupressão.
Terapia-alvo
As terapias-alvo são medicamentos que usam características específicas das células do câncer para atacar a doença de forma direta. A administração pode ser feita via oral (em cápsula ou líquidos) em casa ou por infusão intravenosa no ambulatório.
Esse tipo de terapia pode ser realizada sozinha ou em combinação com outras estratégias.
Possíveis efeitos colaterais: os efeitos colaterais das terapias alvo podem incluir problemas de pele, fadiga, diarreia e, em alguns casos, problemas cardíacos.
Qual tipo de linfoma é o mais grave?
A gravidade da doença está relacionada a alguns fatores. Mas, hoje em dia, os tratamentos costumam trazer bons resultados
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Linfoma estágio 4 tem cura?
No geral, sim, o linfoma avançado pode ser curado, porém as chances devem ser avaliadas de caso para caso, pois características como o subtipo do câncer e questões clínicas do paciente tendem a influenciar na probabilidade
“A probabilidade de cura depende do subtipo de linfoma, ultrapassando 80% em certos casos. Alguns subtipos têm altas taxas de recaídas após o término do tratamento e podem necessitar outros tratamentos, como o transplante de medula óssea”, o Dr. Caio César Justino afirma.