Quando se preocupar com os linfócitos e leucócitos baixos ou altos

Essas alterações estão relacionadas com a defesa do corpo e podem ser causadas por diversos fatores, como infecções ou até mesmo um câncer
Estar com os leucócitos baixos quer dizer que há menos de 4.0000/µL de glóbulos brancos circulando no sangue. Essas células são divididas em diversos tipos e o aumento ou diminuição de cada um deles significa um quadro diferente, podendo ser desde uma infecção, até um câncer. Por isso, sempre que o resultado desse exame vier fora do intervalo de referência, é importante fazer uma investigação.
O que são leucócitos?
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são células sanguíneas que têm a função de defender o corpo contra infecções causadas por vírus, fungos ou bactérias.
Geralmente, a contagem de glóbulos brancos, em adultos, deve estar entre 4.000 e 11.000/µL. Já para as crianças, o “valor é variável de acordo com a idade”, a Drª. Mariana Marques, hematologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, diz.

Ela ainda ressalta que “no nosso organismo há diversos subtipos de glóbulos brancos (neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos) e a alteração de cada um deles está associada a diferentes patologias”.
Leucócitos baixos
De acordo com a especialista, a queda dos leucócitos para menos de 4.000/µL, cientificamente chamada de leucopenia, pode acontecer por alguns motivos, como:
- Deficiência de vitaminas (ácido fólico, vitamina B12 e cobre)
- Alterações na função da tireoide
- Doenças autoimunes
- Infecções virais agudas e crônicas
- Efeito colateral de alguns medicamentos e
- Doenças que afetam a medula óssea (leucemia e anemia aplásica).

“Além disso, alterações discretas podem ser consideradas normais para alguns indivíduos, conforme características hereditárias”, a Drª. Mariana pontua.
A maior preocupação relacionada à leucopenia é que quando os leucócitos, principalmente os neutrófilos, estão muito baixos, há um maior risco da pessoa contrair e desenvolver uma infecção grave.
O que fazer quando os leucócitos estão baixos?
O tratamento ou remédio para aumentar os leucócitos vai variar de acordo com o motivo que está causando o quadro. Então, por exemplo, se for uma infecção bacteriana, é preciso tratar com antibiótico, já se for uma leucemia, possivelmente será necessário tratar com quimioterapia.

A Drª. Mariana conta que não há alimentos para aumentar os glóbulos brancos, a não ser que a queda seja por conta de uma falta de vitaminas. Nesses casos, o tratamento poderá ser feito por meio da alimentação e/ou suplementação de vitaminas.
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Leucócitos altos
O aumento dos leucócitos, também chamada de leucocitose, acontece quando essas células estão acima de 11.000/µL. Esse quadro também pode se desenvolver por diversos motivos, sendo os principais:
Qual o perigo de leucócitos altos?
A médica explica que, na maioria das vezes, a leucocitose não costuma causar sintomas, mas quando ela está muito intensa, pode aumentar o risco de trombose e de acidente vascular cerebral (AVC). Outros sintomas que podem aparecer quando os leucócitos estão acima de 100.000/µL são dor de cabeça e alterações visuais e auditivas.

Essas manifestações podem se desenvolver porque o aumento dessas células dificultam a circulação do sangue.
Linfócitos
Esse é um dos tipos de glóbulos brancos que existe e ele também tem a função de defesa do organismo. A Drª. Mariana descreve que o valor de referência dos linfócitos, ou seja, a quantidade de células que deve estar no sangue, é de 1.000 a 4.000/µL.

No hemograma essas células aparecem divididas entre linfócitos típicos e atípicos. Os linfócitos típicos são as células comumente encontradas no sangue. Porém, quando há linfócitos atípicos, significa que há a presença de linfócitos com um formato diferente, isto é, eles são maiores. Esta mudança no formato acontece quando essas células são estimuladas para combater um agressor.
“Atípicas nos linfócitos ocorrem com frequência em infecções virais”, a médica afirma.
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Linfócitos baixos
Quando essas células estão abaixo de 1.000/µL chamamos de linfopenia e esse quadro pode acontecer por conta de:
- Uso de medicamentos que atingem o sistema imune (imunossupressores)
- Tratamento de radioterapia e quimioterapia
- Infecção pelo vírus HIV e
- Alguns subtipos de linfoma
Quando se preocupar com linfócitos baixos?
Como há uma menor quantidade dessas células, o corpo não consegue se defender adequadamente. Então, a principal preocupação é que a pessoa tende a contrair mais infecções oportunistas – inclusive, ter infecções frequentemente é um sintoma de linfócitos baixos.

“Essas infecções, se não diagnosticadas precocemente, podem ser graves”, alerta a médica.
Linfócitos altos
Esse quadro, também chamado de linfocitose, acontece quando os linfócitos estão acima de 4.000/µL e pode ser causado por:
- Infecções virais (mononucleose, rubéola, hepatite etc)
- Infecções crônicas (tuberculose) e
- Câncer do sangue (leucemias e alguns subtipos de linfoma)

“Normalmente não há sintomas relacionados ao seu aumento por se tratar de células pequenas. Não há risco relacionado ao aumento do valor absoluto dos linfócitos, no entanto, caso a linfocitose seja persistente é fundamental a investigação da causa desta alteração, pois o perigo pode estar relacionado à doença em si”, a Drª. Mariana salienta.
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Quando os leucócitos baixos podem ser leucemia?
A alteração na quantidade de leucócitos, tanto para mais, quanto para menos, pode levantar a suspeita desse tipo de câncer quando estiver associada a alterações no glóbulos vermelhos, principalmente anemia, e redução das plaquetas. A médica ainda aconselha avaliar se, no hemograma, há presença de blastos, que são células “jovens” e um indicativo de leucemia.

Além disso, também é fundamental observar se há sintomas de leucemia presentes. Por exemplo: fraqueza, infecções (febre) e sangramentos ou manchas roxas pelo corpo.
“Já a suspeita de linfoma deve ser considerada quando, além do aumento dos linfócitos, há aumento de gânglios linfáticos (linfonodos), febre noturna ou perda de peso”, a Drª. Mariana Marques finaliza.