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Tratamento para crianças com câncer: novidades a caminho

Tratamento para crianças com câncer
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Última atualização em 27 de janeiro de 2023

CAR-T Cell já está aprovada no Brasil e é promessa no tratamento de leucemias e linfomas em crianças

Atualmente, o tratamento para crianças com câncer pode ser feito por meio de diversas opções disponíveis. Nessa faixa etária, os resultados clínicos positivos, incluindo a cura, são bem comuns. E tem mais notícia boa: novas opções terapêuticas estão a caminho e prometem resultados ainda mais animadores. 

Em novembro, aconteceu o HEMO 2022, evento organizado pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) que traz as principais novidades na área da Onco-Hematologia. 

Entrevistamos a Dra. Lilian Maria Cristofani, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE) para entender o que está a caminho no combate ao câncer infanto-juvenil. Vem ler!

Revista Abrale. Quais as principais novidades no tratamento das leucemias em crianças apresentadas durante o HEMO 2022? 

Dra. Lilian Cristofani. Sem dúvida, a imunoterapia.  O uso de blinatumomabe em casos de doença residual e em recaídas de leucemia linfoide aguda (LLA) está bem definido. A principal novidade foi o emprego de CAR-T Cell no tratamento da LLA recaída/refratária ao tratamento convencional com uso de quimioterapia. 

Criança fazendo tratamento para o câncer

Esta tecnologia está agora disponível no Brasil, o que vai nos permitir dar esperança de cura a um maior número de crianças portadoras da doença. Para o tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC) neste grupo, novos inibidores de tirosino quinase como Ascinimib podem controlar a doença em casos resistentes aos demais inibidores. Quanto à leucemia mieloide aguda (LMA), resultados iniciais do protocolo brasileiro GELMAI foram apresentados, mostrando a importância desse esforço conjunto dos pediatras brasileiros no manejo dessa doença.

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Revista Abrale. E quais as principais novidades no tratamento dos linfomas em crianças?

Dra. Lilian Cristofani. No tratamento dos linfomas, a imunoterapia também teve seu destaque com uso de brentuximabe no linfoma de Hodgkin e rituximabe nos linfomas B derivados. O emprego de CAR-T Cell em linfomas difusos de grandes células B recaídos/refratários também foi discutido.

Câncer infantil

Revista Abrale. Então o CAR-T Cell chega como importante aliado para estes tipos de cânceres?

Dra. Lilian Cristofani. Com a disponibilidade da tecnologia CAR-T Cell no país, com certeza vamos ter seu uso cada vez mais aplicado nos casos de leucemias/ linfomas B derivados recaídos/refratários. Seu uso em primeiro diagnóstico ainda não está indicado.

Revista Abrale. Em meio a tantas novas tecnologias, o transplante de medula óssea ainda é uma realidade para o tratamento das crianças?

Dra. Lilian Cristofani. Apesar das boas respostas observadas com o uso da imunoterapia, ela é considerada uma ponte para levar o paciente em situação ideal de controle da doença para o TMO. Sim, o TMO continua sendo o tratamento definitivo para a LLA recaída/refratária na maioria dos casos. Nossa luta é para que haja um leito disponível para realizá-lo em tempo hábil.

Transplante de medula óssea para crianças

Revista Abrale. Os cânceres hematológicos são considerados os tipos mais “curáveis” nas crianças? Por que?

Dra. Lilian Cristofani. As neoplasias hematológicas têm grande chance de cura na faixa etária pediátrica por uma soma de fatores. São cânceres sensíveis aos quimioterápicos e são estudados há muitas décadas, o que permitiu um grande acúmulo de conhecimento na área. Soma-se a isso a evolução no tratamento de suporte multidisciplinar, das complicações da doença e do tratamento, além dos esforços dos profissionais e da sociedade para a implantação de grupos cooperativos para o tratamento,  grupos de apoio e grupos de difusão de conhecimento, como a Abrale.

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Revista Abrale. Falando especificamente do Brasil, o que podemos esperar nos próximos 5 anos, com foco no acesso às novas opções terapêuticas?

CAR-T Cell para crianças

Dra. Lilian Cristofani. No Brasil, temos observado uma evolução favorável na incorporação das novas tecnologias de tratamento do câncer. Entretanto, muito há que ser feito para a garantia desses tratamentos no SUS e na saúde suplementar. É papel das sociedades médicas, dos grupos de apoio, das famílias e da sociedade em geral discutir sua melhor indicação e garantia de acesso através dos canais existentes.


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