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Eletroforese de proteínas: resultados e quais doenças detecta

Exame eletroforese de proteínas
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Última atualização em 2 de abril de 2024

As alterações nos resultados das proteínas, como albumina, alfa e beta-globulina e gama-globulina, podem indicar a presença de alguns quadros clínicos. É fundamental que o resultado do exame seja analisado por um médico

A eletroforese de proteínas é um exame utilizado para identificar e verificar a quantidade de proteínas presentes no organismo. Ele pode ser realizado por meio de uma amostra de urina ou do sangue. Esse teste é fundamental durante a investigação de algumas doenças, como anemia, infecções e mieloma múltiplo, mas também pode ser realizado como uma avaliação de rotina. 

A Drª. Priscilla Cury, médica hematologista no Hospital Samaritano Higienópolis,  explica que a eletroforese de proteínas serve para identificar se há presença de proteínas normais ou anormais (chamadas de “clonais”) no organismo. O ideal é que ele seja incluído em exames de rotina, pois pode ajudar a diagnosticar diversos quadros que podem causar alteração na quantidade de proteínas circulantes. Mas, sua realização é mandatória para quem está investigando um quadro de anemia, doença renal ou dor óssea.

Outras situações em que o médico pode solicitar esse exame são:

  • Mieloma múltiplo
  • Desidratação
  • Inflamações
  • Cirrose
  • Lúpus Eritematoso Sistêmico
  • Hipertensão
  • Ascite
  • Glomerulonefrite
  • Síndrome de Cushing
  • Enfisema
  • Doenças hepáticas
  • Pancreatite

Como é feito o exame eletroforese de proteínas?

Ele pode ser realizado por meio da coleta de sangue, como acontece em um hemograma tradicional, ou então por meio da coleta de urina. 

A Drª. Priscilla esclarece que, no caso da coleta do sangue, não é necessário nenhum preparo especial e, inclusive, não é preciso ficar de jejum.

Mulher coletando sangue para fazer exame de eletroforese de proteínas

“Já para o exame de eletroforese de proteínas urinárias de 24 horas, temos a seguinte recomendação para todos os pacientes: retirar o frasco adequado no laboratório, desprezar a primeira urina da manhã e iniciar a coleta de 24 horas, devendo entregar o material no dia seguinte após o término”, a médica orienta.

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Como interpretar o resultado da eletroforese de proteínas

As proteínas avaliadas por meio desse exame são: albumina,  Alfa-1-globulina, Alfa-2-globulina, Beta-1-globulina, Beta-2-globulina e a Gama-globulina. Cada uma delas tem um intervalo de referência considerado saudável e as alterações no nível de cada uma também têm diferentes significados.

Albumina

O valor normal de albumina é de 3,5 a 4,85 g/dL. 

A Drª. Priscilla diz que várias condições clínicas podem causar uma diminuição dessa proteína. As principais são: inflamações, doenças hepáticas, desnutrição, doenças renais, uso de medicamentos e mieloma múltiplo

Resultado da eletroforese de proteínas

Já a albumina alta tende a estar relacionada com quadros de desidratação.

Alfa-1-globulina e Alfa-2-globulina

O valor normal da Alfa-1-globulina é de 0,22 a 0,43 g/dL, já o valor normal da Alfa-2-globulina é de  0,55 a 1,08 g/dL.

“As concentrações das alfas-1-globulinas e das alfa-2 podem estar aumentadas na presença de infecção, além de processos inflamatórios e imunes”, a Drª. Priscilla conta.

Já a queda dessas proteínas pode estar relacionada à anemia hemolítica, pancreatite e doenças pulmonares.

Beta-1-globulina e Beta-2-globulina

O valor normal da Beta-1-globulina é de 0,32 a 0,54 g/dL, já o valor normal da Beta-2-globulina é de  0,24 a 0,54 g/dL.

“As alterações das betas globulinas podem ocorrer na anemia ferropriva, na gestação e também no mieloma múltiplo”, a especialista descreve.

Gama-globulina

O valor normal da Gama-globulina é de 0,74 a 1,75 g/dL.

Quando essa proteína está alta, pode indicar a presença de doenças infecciosas, doenças hepáticas e também mieloma múltiplo.

Por outro lado, a Gama-globulina baixa tende a estar relacionada com síndrome nefrótica, alterações gastrointestinais que interferem na absorção de nutrientes, câncer no sangue ou uso de medicamentos imunossupressores.

O que significa pico monoclonal na eletroforese de proteínas?

Vale lembrar que, nesse exame, quando há presença de proteínas anormais, dá-se o nome de “clonal”.

Dessa forma, “quando a alteração na eletroforese é clonal, temos o chamado pico monoclonal e, então, devemos iniciar a investigação do paciente. Esse achado pode variar de um quadro chamado gamopatia monoclonal de significado indeterminado (que não necessita tratamento) até o mieloma múltiplo”, a médica informa.

Pico monocolonal
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Eletroforese de proteínas no mieloma múltiplo

O exame é essencial para a investigação desse câncer e, no momento do diagnóstico, geralmente, aponta um excesso de um único tipo de proteína, descrito como “pico monoclonal”. Porém, a eletroforese de proteínas também tem um importante papel ao longo do tratamento do mieloma múltiplo e após o fim da terapia.

Interpretação do exame de eletroforese de proteínas

A Drª. Priscilla ressalta que “apenas o achado do pico monoclonal não é suficiente para o diagnóstico de mieloma. Isso acontece porque, como já foi falado, o achado do pico monoclonal pode variar desde uma gamopatia monoclonal até o mieloma. Então, caso seu exame esteja alterado, não se desespere, procure um hematologista, ele conseguirá fazer essa análise e acompanhar adequadamente.”

Já para pacientes que estão em tratamento, há três exames muito importantes para avaliar a eficácia da terapia. São eles: eletroforese no sangue, eletroforese na urina e a dosagem de cadeias leves livres de imunoglobulina.

“A eletroforese será repetida durante o tratamento a cada ciclo e depois dessa fase, a frequência será de acordo com a resposta ao tratamento de cada paciente”, a Drª. Priscilla Cury finaliza.

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