Saiba tudo sobre o transplante de medula óssea autólogo

Geralmente, esse tipo de transplante tem menos efeitos colaterais graves, uma vez que as próprias células-tronco do paciente são utilizadas
O transplante de medula óssea autólogo é um procedimento que pode ser utilizado como tratamento para alguns tipos de câncer. Nesse tipo de transplante, as células-tronco do próprio paciente são coletadas e utilizadas para a recuperação após a quimioterapia e/ou radiação. Apesar de ser uma espécie de autotransplante, o indivíduo necessita tomar alguns cuidados, especialmente em relação à prevenção de infecções.
Também conhecido como TMO autólogo, esse procedimento é, atualmente, mais realizado que o TMO alogênico, no qual são utilizadas as células-tronco de um doador compatível. De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes, foram realizados 3.195 transplantes em 2020. Destes, 1.927 foram autólogos e 1.268 alogênicos.
Quando é feito o transplante de medula autólogo?
A Drª. Daniela Ferreira Dias, hematologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que o transplante de medula autólogo pode ser realizado para algumas doenças e a sua indicação está relacionada ao quão ativa o câncer está após o tratamento inicial.

“Assim, pacientes com doenças que apresentam resposta completa e/ou são quimiossensíveis, certamente terão benefícios com essa terapia. Já os que não apresentam essas respostas, essa modalidade de transplante pode não ter seu efeito desejado”, ela diz.
O transplante de medula óssea autólogo é indicado para:
– Linfomas de Hodgkin quimiossensíveis
– Leucemia mieloide aguda (LMA) M3 em segunda resposta molecular completa
– Tumores de células germinativas
– Neuroblastoma
A médica ainda salienta que em outros casos de LMA, com risco baixo ou intermediário, em resposta completa, a indicação é discutível.
Quais as chances de um transplante de medula dar certo?
O transplante de medula óssea (TMO) é, em algumas situações, a única ou principal chance de cura para os pacientes…
Como funciona o TMO autólogo?
A hematologista conta que, após o paciente passar por uma avaliação e ser confirmado que sua condição clínica e estágio da doença permitem o procedimento, a terapia acontece em três etapas.
1. Mobilização e coleta das células tronco

São administrados medicamentos e quimioterápicos injetáveis para fazer com que as células-tronco saiam de dentro da medula óssea (tutano do osso). O objetivo é fazer com que elas cheguem até o sangue periférico para que seja possível coletá-las por procedimento de aférese.
“Pode ser feita através da punção das veias do paciente ou, mais comumente, através de um cateter tipo permcath, Hickman ou Shilley, previamente implantado. Em média, podem ser necessárias de uma a três coletas para que a quantidade de células seja suficiente para o transplante”, a Drª. Daniela aponta.
Caso as células-tronco não circulem suficientemente, pode ser necessário realizar a coleta por punção medular, em um centro cirúrgico. Assim como é feito na doação de medula para o TMO alogênico.
2. Condicionamento
Nesta etapa, é realizado o preparo da medula óssea, com quimioterapia e/ou radioterapia, para que ela esteja pronta para receber as células coletadas.
O tempo de duração pode variar de um a sete dias.
3. Infusão das células-tronco coletadas
“É considerado o dia ‘zero’ do transplante. A infusão é realizada como uma transfusão de sangue por meio de um cateter e o tempo pode variar de acordo com o número de bolsas a serem infundidas”, a doutora esclarece.
A “pega da medula” acontece entre 10 e 14 dias após a infusão, sendo um pouco mais rápida em comparação com o transplante alogênico.
A Drª. Daniela ressalta que é importante saber que o tempo para “pega da medula” está relacionado a diversos fatores. Por exemplo, ao tipo de doença do paciente, presença de infecções, do tratamento realizado no preparo da medula para o transplante e do número de células-tronco infundidas.
Riscos do transplante de medula autólogo
A especialista detalha quais são os principais riscos do autotransplante na mobilização e coleta são:
- Dores ósseas pelo uso das medicações injetáveis
- Sangramento e dor no local do cateter implantado e
- “Formigamento” no corpo durante o processo de coleta por aférese

Enquanto que no condicionamento e pós-infusão, é possível que o paciente apresente:
- Sintomas relacionados à quimioterapia utilizada, como náuseas, vômitos, queda de pelos, diarreia e mucosite
- Pancitopenia (queda dos glóbulos brancos e vermelhos e das plaquetas)
- Neutropenia febril (febre com imunidade baixa)
- Sangramentos e
- Infecções graves.
Por outro lado, complicações como a doença do enxerto contra hospedeiro (DECH), que podem se desenvolver no paciente que realizou o transplante alogênico, não acontecem no TMO autólogo. Além disso, apesar da ativação da infecção por citomegalovírus poder acontecer nos dois tipos de transplante, também é mais frequente no alogênico, por conta do dos imunossupressores utilizados.
Infecções graves
A pessoa que realiza o TMO autólogo fica com o seu sistema imune enfraquecido e, por isso, precisa ter uma série de cuidados.
Por exemplo, “evitar alimentos com potencial de contaminação como os crus e frutas de casca fina; lavagem frequente das mãos, principalmente antes das refeições e antes e após ir ao banheiro; limitar o número e frequência de visitas, bem como evitar contato direto com outras pessoas (beijos e abraços); manter-se ativo, evitando ficar deitado por muito tempo e uso correto de medicamentos profiláticos”, a especialista orienta.
Você sabe como cuidar dos alimentos?
Durante o tratamento oncológico é indispensável não só consumir alimentos de todos os tipos, mas também saber quais cuidados ter…
Imunização pós-transplante de medula óssea autólogo
A médica alerta que o paciente necessita refazer a vacinação pós-transplante de medula óssea, pois durante o tratamento o sistema imunológico é alterado e perde sua memória de defesa.

Quais as chances de um transplante de medula autólogo dar certo?
“O sucesso relacionado ao transplante de medula óssea autólogo está relacionado tanto ao tipo de doença e seu momento de atividade no ato da realização, como aos cuidados pré e durante o procedimento. É um tratamento multidisciplinar, dessa forma, a participação do paciente e seu grupo de apoio são essenciais”, a Dra. Daniela Ferreira finaliza.

Excelente informação.
Olá, Renata, como vai?
Ficamos felizes em saber que a senhora gostou do nosso conteúdo!
Qualquer dúvida, estamos à disposição.
Abraços!
Tenho poliglobulia vera e vou fazer o miograma e biópsia de medula óssea quais as chances de ñ ser um câncer?
Olá, Dequias, como vai?
O mielograma e a biópsia de medula podem diagnosticar diversas doenças, tanto cânceres, quanto não cânceres. Então, somente com essas informações, nós não conseguimos te dar uma resposta. O ideal é realizar o teste, esperar o resultado sair e retornar assim que possível ao(à) médico(a) que solicitou os exames.
Quando tiver o diagnóstico, se quiser compartilhar com a gente, estamos aqui! 💖
Abraços!
dra Daniela boa tarde,criança 2 anos LLA CELULAS B com remissao na quimio de indução, tem indicação desse transplante ? pois o medo é se a doença voltar nos 5 anos – obrigado essa é nossa duvida
Olá, Cláudio, como vai?
Primeiramente, gostaríamos de esclarecer que nós não temos médicos disponíveis para criar os conteúdos e responder os comentários. As matérias são escritas pelos membros da nossa equipe de comunicação, que entrevistam médicos e especialistas, e os comentários também são respondidos pela mesma equipe.
Dito isso, vamos a sua dúvida!
Geralmente, o tipo de transplante indicado para a LLA é o alogênico, não o autólogo, que explicamos nesta matéria. Se o senhor quiser saber mais sobre o TMO alogênico, vamos deixar o link de uma matéria sobre esse assunto a seguir: TMO por etapas: como acontece o transplante de medula óssea?
Quanto a indicação do transplante, o procedimento costuma ser indicado para pacientes considerados de de alto risco no momento do diagnóstico OU aqueles que têm doença residual mínima (DRM) positiva no final da indução e na 12ª semana do tratamento (na fase de consolidação). O ideal, é conversar com o(a) médico(a) responsável pelo tratamento para que ele(a) explique se, no caso do seu filho, será necessário realizar o TMO!
Nós também temos uma matéria sobre o tratamento da LLA infantil, caso o senhor queira lê-la, basta clicar no link a seguir: Leucemia infantil: tratamentos e seus avanços
Caso o senhor tenha alguma dúvida sobre a doença em si, as terapias ou qualquer outra questão relacionada à LLA, nossa equipe de Apoio ao Paciente está à disposição! Para tal, pedimos para que a senhora entre em contato conosco por meio do nosso WhatsApp 11 3149-5190 (ou clique no link) para que possamos fazer o seu cadastro e encaminhar a suas perguntas para os nossos especialistas! Só pedimos para que, no primeiro momento, não envie áudio para que nosso sistema possa entender a sua demanda e encaminhar para o departamento correto. 💖
Abraços!
Muito esclarecedor
Olá, Juliana, como vai?
Ficamos felizes de saber que nosso conteúdo ajudou a esclarecer as dúvidas que a senhora tinha 😍
Qualquer outra pergunta que tiver e/ou sugestão, nós estamos à disposição!
Abraços!
A médica mandou meu pai fazer o transplante de medula óssea. Ele falou q esse transplante vai ser dele mesmo, q vai retirar o sangue dele vai limpar e colocar de novo. Como a vc pode me explicar isso? E queria saber se ele vai sentir muita dor com esse transplante e se fazendo esse transplante ele vai tá curado? O problema dele é mieloma múltiplo
Olá, Ires, como vai?
Explicamos todo o processo do transplante autólogo (ou autotransplante) nesta matéria 💖 Alguns pacientes podem sentir dor, mas há medicamentos para controlar esse sintoma, por isso, é importante que o paciente avise ao médico qualquer coisa incomum.
Quanto à cura, a resposta dessa pergunta depende do tipo de doença que o paciente tem e alguns outros fatores. O ideal, é que a senhora e/ou o paciente conversem sobre esse assunto com o oncologista, pois, como ele tem todas as informações do caso, poderá oferecer uma resposta específica para o caso.
Nós temos uma matéria que aborda alguns fatores que estão relacionados com as chances do TMO dar certo. A senhora já chegou a dar uma olhada? Caso ainda não tenha visto, deixaremos o link a seguir: Quais as chances de um transplante de medula dar certo?
A senhora e/ou o paciente já conhecem o trabalho da Abrale? Nós somos uma ONG que auxilia pacientes com algumas doenças hematológicas, como o mieloma múltiplo, por meio de diversos serviços gratuitos! Caso tenha interesse em conhecer mais sobre nós e queira estar mais próximo para que possamos esclarecer qualquer dúvida que você tenha ou oferecer alguma ajuda que precisar, nossa equipe de Apoio ao Paciente está à disposição! Basta enviar uma mensagem para o nosso WhatsApp 11 3149-5190 (ou clique no link) para que possamos fazer o seu cadastro! Só pedimos para que, no primeiro momento, não envie áudio para que nosso sistema possa entender a sua demanda e encaminhar para o departamento correto.💖
Abraços!
Boa Noite vou passar por um transplante de medula vai ser coletado de mim tive limfoma já fiz as quimioterapia. Mais estou com medo qual o risco de não dá certo pode acontecer
Olá, Marli, como vai?
Nós temos uma matéria que explica os riscos do transplante de medula e as chances de dar certo! A senhora já chegou a dar uma olhada? Caso ainda não tenha lido, sugerimos que veja esse conteúdo, pois acreditamos que esclarecerá sua dúvida 👀. Para lê-la, basta clicar no link a seguir: Quais as chances de um transplante de medula dar certo?
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Abraços!
Bom dia, quanto tempo depois após a última sessão de quimioterapia (para Linfoma NH) pode-se realizar o autotransplante de medula óssea?
Olá, Daniele, como vai?
A senhora já realizou a mobilização e coleta das células tronco?
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