Cateter – Você conhece o que está usando?

O cateter facilita o acesso às veias do paciente, tornando as visitas ao hospital menos desagradáveis, especialmente no tratamento oncológico
Por Natália Mancini
Os cateteres podem ser encontrados em várias formas e para diferentes momentos. Ele estará presente durante toda a quimioterapia, sendo um grande companheiro do paciente. Porém, é preciso estar atento a alguns cuidados para que esse parceiro não se torne um perigo.
O cateter é um dos equipamentos mais utilizados na enfermagem e na medicina. Quem já passou em um hospital com certeza já teve contato com esse tubo fino e flexível! Sua função principal é facilitar o acesso à veia do paciente para administrar medicamento, ou até fazer coleta para exames.
A depender do tratamento que será feito, e do paciente, é escolhido qual o melhor tipo de cateter. Existem vários, então opção não vai faltar!
- Coisa rápida!
Caso a pessoa precise ficar pouco tempo com o cateter implantado, é escolhido um de curta permanência que fica parcialmente dentro da pele. Ele, normalmente, é colocado nas veias periféricas nos membros superiores, como braços e mãos, e podem ser rígidos ou flexíveis. Costumam ser utilizados em pronto socorro, já que a ideia é ser um atendimento mais rápido.
- Não tão rápido!
Esse tipo de cateter é utilizado quando é preciso ficar com um acesso por mais tempo. Ele também fica parcialmente dentro da pele, mas pode ser colocado nas veias periféricas (PICC®) ou nas veias centrais, como a jugular e subclávia (INTRACATH®).
- Vai demorar!
Aqui, há a necessidade de a equipe médica ter acesso à veia do paciente por mais tempo. O cateter pode ser parcialmente implantado (Hickman®), ou então totalmente implantado (Port-a-cath®). Ambos são tunelizados e inseridos na região torácica, para tornar mais seguro e menos incômodo para o paciente.
Quais os tipos de cateter para quimioterapia?
A Profª. Eloise Vieira, coordenadora do Comitê de Enfermagem da Abrale, conta que “todos os cateteres podem ser indicados para a quimioterapia. Desde que haja condições vasculares do paciente para tal tratamento”.
Para saber qual utilizar, o profissional qualificado avaliará as condições clínicas, físicas e qual o protocolo do tratamento. Sendo que a quantidade de drogas a serem administradas simultaneamente também tem influência nessa análise.
Outro ponto a ser observado é o tipo de quimioterapia que fará parte do tratamento: se são as vesicantes ou as irritantes.
Se forem utilizados medicamentos vesicantes, Eloise explica que é preferível utilizar o cateter com acesso venoso central. Isso porque, caso esse tipo de medicamento vaze, poderá causar irritação e bolhas na pele. Então, devido à forma que o acesso central é inserido, torna-o mais seguro que o periférico.
“Já a administração dos irritantes pode ser feita por qualquer tipo de cateter. Dessa forma, se entrarem em contato com a pele, produzem efeitos temporários e menos agressivos”, explica.
Como o cateter é inserido e retirado?
Para o acesso no braço, ou seja, periférico, tanto a inserção quanto a retirada são feitas no leito. Podendo também ser em salas reservadas apenas para procedimentos invasivos com todo o suporte necessário.
“Já os cateteres de média e longa permanência são inseridos em sala específica para o procedimento. Variando de acordo com a disponibilidade e protocolo de cada serviço, podendo ser Centro Cirúrgico e Sala de Hemodinâmica”, diz Eloise.
Ela ainda ressalta que para todos estes procedimentos, devem ser utilizadas técnicas e materiais totalmente esterilizados.
Cuidados com o cateter
A especialista conta que cada tipo de cateter tem seus cuidados específicos. Porém, há alguns cuidados comuns a todos, tais como:
– Proteger o curativo na hora do banho;
– Evitar movimentos bruscos, estando sempre atento ao local de inserção do cateter e realizando movimentos seguros;
– Evitar atividades que possam afetar diretamente o cateter (principalmente em casos de brincadeiras);
– Manter uma boa higiene pessoal;
– Comparecer ao hospital ou ambulatório na data e horário agendado pelo enfermeiro, a fim de realizar a limpeza interna do cateter, chamada de “heparinização” ou “salinização”
É importante lembrar que o cateter não deve machucar, arder e/ou doer. Caso o paciente sinta algo de incomum nessa região, deve procurar o enfermeiro responsável e pedir ajuda. Em hipótese alguma deve-se mexer no cateter sem orientações de um profissional.
Eloise afirma que seguindo os cuidados corretamente, o paciente pode seguir uma vida normal sem riscos, complicações ou limitações. Caso contrário, é possível que ele enfrente alguma infecção, dobra e até retirada acidental do cateter. Tanto o paciente quanto a equipe de enfermagem devem ficar atentos ao manuseio desse material.
Preciso trocar meu cateter?
Depende do tipo!
Os de longa permanência devem ficar com o paciente, na pré, durante e pós quimioterapia. Após finalizada a quimio, o cateter é mantido para caso haja a necessidade de administrar um outro medicamento. Lembrando que é preciso ir ao hospital para realizar a heparinização de acordo com as instruções da equipe.
No caso de cateteres de curta e média permanência, a troca será definida de acordo com o tipo de cada um deles. Sendo que ambos, para serem trocados, devem obedecer aos Protocolos Institucionais.
E o cateter para o TMO? É o mesmo?
Para o transplante de medula óssea (TMO), a Eloise diz que há necessidade de um cateter tunelizado, com duas ou mais vias para utilização e que seja de longa permanência.
“Ele deverá ficar com o paciente pelo menos até os 100 dias após o transplante, devido a todas as fases com as quais irão passar”.
Estou com meu caterter a 7 anos não fui mais limpar, não faço químio a 7 anos , só q tenho medo de tirar, fiquei com remorso de tirar. Quais as complicações?
Olá, Andriele, como vai?
A complicação mais provável de acontecer é o cateter infeccionar e a senhora ter uma série de consequências por isso! Recomendamos que procure o mais rápido possível o médico/hospital no qual o tratamento foi realizado para agendar a retirada do cateter.
Abraços!
Estou com um cateter a quase 1 ano, e faço a heparina uma vez por mês. A minha dúvida é: posso viajar de avião? Tenho medo do impacto na decolagem.
Olá, Roseli, tudo bem?
A princípio, em geral, não há problema em viajar de avião tendo um cateter. Porém, pedimos para que a senhora converse com o médico que faz o acompanhamento do seu tratamento para ele explicar se, no seu caso, especificamente, há alguma contraindicação.
Não havendo, o único cuidado que a senhora precisa ter na hora do embarque, é avisar o agente do aeroporto sobre o cateter para não haver problema na hora da triagem e passagem pela segurança. Principalmente se for necessário fazer uma revista na senhora, avise para a pessoa sobre o seu cateter e peça para ela evitar o local, pois pode causar dor ou algum problema médico!
Abraços!
Boa noite. Meu marido fez transplante de medula óssea ha 08 meses e o médico o encaminhou para retirada do porto cath. É normal retirar tao pouco tempo após o transplante ? Haveria algum problema em permanecer com o porto cath ?
Olá, Elaine, tudo bem?
Qual a patologia do seu marido?
Precisaria avaliar qual o quadro dele e se há e quais são os próximos passos que o médico prevê para o tratamento. Se não houver mais necessidade do uso desse cateter, o melhor é retirar, visto que ele exige muito cuidado, principalmente de higienização, que deve ser feita frequentemente, para evitar infecções.
Abraços!
ασ tírαrєm mє σ cαtєtєr fíquєí cσm α víα dα mασ ínchαdα є dσí. σ k pσѕѕσ fαzєr pαrα dєѕínchαr?
Olá, Cristina, como vai?
Normalmente, dentro de alguns dias o inchaço passa. Mas, caso a senhora queira, pode fazer compressa de gelo/água gelada no local.
Abraços!