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Quais as chances de um transplante de medula dar certo?

Paciente homem deitado em uma maca sorrindo por conta das chances do tmo dar certo
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Última atualização em 16 de março de 2022

O transplante de medula óssea (TMO) é, em algumas situações, a única ou principal chance de cura para os pacientes oncológicos. Mas, cada caso deve ser muito bem avaliado para garantir que o processo seja seguro e traga bons resultados

As chances do TMO dar certo dependem de alguns fatores, como: idade e comorbidades do paciente; tipo do transplante realizado; complicações pós-procedimento;  pega da medula e doença de base e como ela se comporta depois do tratamento. Entretanto, o Dr. Fernando Barroso Duarte, presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Celular e Transplante de Medula Óssea (SBTMO), resume que um transplante que dá certo, “é aquele que te traz de volta a sua vida.”

Quais as chances de um transplante de medula dar certo conforme:

1. Idade e comorbidades do paciente

O Dr. Duarte explica que pacientes jovens tendem a suportar melhor o transplante de medula óssea, sendo muito eficiente em crianças e adultos jovens. Especialmente em adultos, é preciso levar em consideração o status performance, condição clínica e doenças/quadros de saúde que o paciente já tenha. 

Mulheres de várias idades uma ao lado da outra

Já em relação a indivíduos com mais idade, no Brasil, o TMO pode ser realizado em pessoas com até 75 anos. Entretanto, após os 50, além das análises citadas acima, sempre é preciso fazer uma avaliação geriátrica ampla.

O médico ainda pontua que, em determinadas situações, a condição clínica e as comorbidades são até mais importantes que a idade cronológica da pessoa.

2. Tipo de transplante de medula óssea

Como no TMO autólogo o doador é o próprio paciente, o Dr. Duarte diz que esse tipo é considerado menos complexo que o TMO autólogo. Além disso, o condicionamento feito para esse transplante é menos intenso e, por isso, gera menos toxicidade e efeitos colaterais. 

Outros pontos que são levados em consideração é que no TMO alogênico há a questão de precisar encontrar um doador compatível, a reconstituição da imunidade é mais complexa e há mais possibilidades de desenvolver complicações pós- procedimento.

Seringa e osso representando os tipos de transplante de medula óssea

Por esses motivos, o TMO autólogo tende a ter mais chances de dar certo.

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3. Complicações pós-transplante de medula óssea

Em ambos os tipos de TMO, há a preocupação com infecções depois do procedimento, que têm o potencial de influenciar no resultado do tratamento. Mas, no alogênico, pode acontecer a doença do enxerto versus hospedeiro (DECH) e há mais probabilidade do paciente contrair/desenvolver infecções, principalmente virais. Por exemplo, citomegalovírus.

Infecção é uma das possíveis complicações após o tmo

4. Pega da medula

“A pega da medula ou enxertia é uma etapa essencial desse processo”, o Dr. Duarte afirma. Por esse motivo, ela é um fator que deve ser levado em conta para avaliar as chances do TMO dar certo. Sendo que, em geral, quanto antes ela acontecer, melhor.

Células da medula óssea

5. Doença tratada

De acordo com o especialista, em cada doença há diferentes percentuais de probabilidade de sucesso do transplante. Considerando as doenças onco-hematológicas ele esclarece que “quando se trata de um linfoma ou mieloma múltiplo, a melhor opção é um auto transplante. Porém, se é uma leucemia aguda ou mesmo mielodisplasia, precisamos de transplante alogênico, que é mais complexo.”

Pessoa com câncer conversando com médica

Por outro lado, o doutor ressalta que o ideal não é falar em números e porcentagens de “dar certo”, de uma maneira generalizada. Isso acontece porque, quando tiramos do contexto a realidade de cada centro de tratamento e cada paciente, esses dados podem não estar exatamente corretos. Essa diferença pode acontecer por diversos motivos, mas um dos mais importantes é a mortalidade não relacionada ao transplante em si.

“Por exemplo, em média temos 60% de cura com transplante autólogo em linfomas , porém isso pode variar”, o Dr. Fernando Barroso Duarte exemplifica. 

Há ainda a questão se a remissão irá se manter ou se a doença irá recidivar. “A persistência da remissão da doença faz com que possamos vislumbrar a sobrevida, que geralmente analisamos em dois, três e cinco anos”, o hematologista esclarece.

Mas, ele salienta que “o mais importante é entender que o transplante indicado corretamente no momento certo, pode, muitas vezes, ser a única opção curativa para várias doenças, a despeito do grande arsenal de drogas que dispomos e não esquecer da terapia celular , com CAR-T ou mesmo células Natural Killer.”


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Boa noite antes de saber que eu tinha câncer já tinha dor na perna.descobriu o câncer mioloma multiplo fiz quimioterapia +medicamento. Logo em seguida transplante de medula óssea. De mim para mim.Depois de 2 meses de transplante voltou a dor na perna fazendo radioterapia e quimioterapia tenho muitas dúvidas sobre o tratamento.

ótima Materia!

Boa noite.

Temos alguma fonte que informe números de sucesso no transplante autólogo para Mieloma, nos hospitais do estado de São Paulo? Entendo por sucesso, primeiro, que o paciente não morra durante ou logo após o transplante; e, segundo, que não tenha recidiva por um período de três anos (número que sugiro).

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