Tudo que você deve saber sobre o Linfoma não-Hodgkin de Células T

Última atualização em 13 de setembro de 2022
Entenda o que pode causar esse câncer, quais são seus sintomas e como funcionam os principais tratamentos
O linfoma não-Hodgkin de células T, também conhecido como somente linfoma de células T, é um grupo de cânceres que têm origem nos linfócitos T. É considerado raro, representando 10% dos diagnósticos dessa doença, e pode se apresentar de diversas formas.
Antes de tudo, é preciso saber duas coisas. Primeiramente, que os linfócitos fazem parte das células responsáveis pela defesa do nosso corpo. Eles são classificados como T, B ou NK, de acordo com as suas características.
E, em segundo, que os linfomas se dividem em dois grandes grupos: os linfomas de Hodgkin (LH) e os não-Hodgkin (LNH). Como esse câncer acontece nos linfócitos, os LNH também são subdivididos conforme a classificação dessas células de defesa, ou seja, a doença é separada em linfoma de células B e linfoma de células T. Nesta matéria, falaremos sobre as doenças que se originam nas células T.
A Drª. Natalia Zing, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, fala que “dentro do subgrupo dos linfócitos T, ainda há uma grande diversidade e heterogeneidade de subtipos.”
Ela conta que, frequentemente, essa doença é mais agressiva em comparação com aquela que acontece nos linfócitos B. Além de, também, frequentemente, ser diagnosticada em estágios mais avançados (estadiamento III e IV), havendo mais comprometimento dos linfonodos e outros tecidos.
Fatores de risco do linfoma não-Hodgkin de células T
Na maioria dos casos, ainda não se sabe o que causa o linfoma de células T, mas, há algumas condições que podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Como:
- Infecção pelo vírus HTLV
- Infecção pelo vírus Epstein-Barr
- Presença da doença celíaca e
- Prótese mamária (específico de um subtipo)

“Há uma grande diversidade em relação à incidência. Alguns subtipos são mais incidentes, por exemplo, na Ásia, outros, na América Latina, um em pacientes mais idosos, outro em pacientes mais jovens. Mas, de modo geral, a gente espera que os linfomas de células T tenham uma maior incidência no sexo masculino e em pacientes com cerca de 60 ano”, a Drª. Natalia explica.
Qual tipo de linfoma é o mais grave?
A gravidade da doença está relacionada a alguns fatores. Mas, hoje em dia, os tratamentos costumam trazer bons resultados
Sintomas do linfoma de células T
De acordo com a médica, como há diversos subtipos, os sinais também variam bastante. Os mais comuns são os chamados sintomas B, que incluem:
- Febre
- Perda de peso e
- Suor noturno
Porém, é possível que o paciente tenha diferentes manifestações conforme o local do corpo que o linfoma está afetando. “Então, se tem um comprometimento intestinal, pode ter algum sintoma intestinal. Se está relacionado ao implante mamário, os sintomas são relacionados à mama, como aumento da mama”, a especialista exemplifica.
Ela ainda acrescenta que nesse subtipo de LNH, geralmente, os sintomas aparecem mais rápido e também progridem com maior velocidade.
Entretanto, por outro lado, há ainda a possibilidade do paciente ser assintomático, ou seja, não apresentar nenhum sintoma.
Diagnóstico
Para identificar o linfoma T, é preciso fazer uma biópsia do tecido comprometido com imuno-histoquímica, para estudar as características das células. Essa análise pode ser feita no linfonodo comprometido ou qualquer outro tecido atingido.

A Drª. Natália descreve que “além da biópsia, são realizados exames de sangue – as sorologias são bem importantes, já que alguns vírus têm um impacto na biologia de células T-, muitas vezes é necessário fazer exame da medula óssea e também exames de imagem, como tomografia e o PET Scan.”
Tipos de linfoma não-Hodgkin de células T
Há mais de 30, porém, os mais frequentes no Brasil são:
- Linfomas de células T sem especificações
- Linfoma de células T angioimunoblástico
- Linfoma anaplásico de células T e
- Leucemia linfoma de células T do adulto
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Tratamento para linfoma de células T
A melhor opção terapêutica vai depender do subtipo da doença, mas, na maioria das vezes, envolve quimioterapia ou quimio associada à imunoterapia (quimioimunoterapia). Nesse último caso, é utilizado o anticorpo monoclonal brentuximabe. Também é possível utilizar radioterapia e/ou transplante de medula óssea (TMO).

“Diferente dos linfomas B, em que o TMO fica reservado para recidivas, nos linfomas de células T, muitas vezes usamos o transplante como consolidação da primeira linha do tratamento”, comenta a médica.
Ela acrescenta que em casos específicos, como o linfoma relacionado à prótese mamária, há a opção de realizar somente a cirurgia. Mas, isso acontece raramente.
Cirurgia para linfoma: por que não é um tratamento?
Retirar cirurgicamente os linfonodos aumentados pode parecer uma solução prática para se livrar da doença. Mas, não é bem assim…
Linfoma tipo T tem cura?
As chances de cura variam de acordo com o subtipo do câncer.
“Conforme o subtipo, a gente define qual a melhor forma terapêutica. O TMO, muitas vezes, entra como consolidação do tratamento justamente porque, apesar da 1ª linha ter boas respostas, as chances desse linfoma voltar, ou ter uma progressão, é maior do que em geral visto nos linfomas de células B. Mas sim, obviamente, tem chances de cura”, a Drª. Natalia Zing conclui.
Boa noite!
Sou Juliana esposa de um paciente de linfoma de não hodgkin de células T angioimunoblastica. Foi tudo muito rápido, meu marido estava perfeito no começo deste ano, pegou COVID mas foi leve como resfriado, passou uns 2 meses e apareceu uma íngua na virilha dele e fomos investigar pra saber se era uma possível hérnia inguinal, quando fomos fazer os exames, não era hérnia, era linfoma, dentro de mais ou menos 3 meses entre 2 Biópsias fez 1 quimioterapia e depois ficou mais debilitado, chegou a fazer uma diálise, e logo após faleceu.
Passou 1 dia na uti e Deus levou.
Meu marido não sentia nada, a doença simplesmente veio silenciosamente, no último mês que veio as febres , sudorese e as dores.
Ainda estou sem acreditar que ele se foi!
Muito doloroso passar por isso.
Como foi difícil sair o diagnóstico tudo muito inconclusivo.
Quando descobriu já estava no grau IV
Acredito eu que ainda os médicos não acharam a cura
Olá, Juliana!
Sentimos muitíssimo pela sua perda, imaginamos que esse seja um momento de muita dor. Esperamos que a senhora e a família de vocês encontrem forças e conforto para lidar e enfrentar tudo isso 🖤
Muitas pessoas que contraíram COVID-19 passaram por situações semelhantes a do seu marido. A infeção pelo coronavírus não pode causar um câncer, mas, em alguns casos, serviu como um “gatilho” para que os sintomas se manifestassem com mais intensidade – ou, até mesmo, algumas pessoas, na hora de fazer algum exame de imagem do pulmão por conta da COVID-19, descobriram um tumor nesse órgão.
Caso a senhora queira saber mais informações sobre o linfoma, sobre essa questão do estadiamento e até mesmo das possibilidades de cura, nós estamos à disposição para te explicar tudo certinho. Além disso, estamos aqui para apoiar a senhora nesse momento tão difícil por meio dos nossos grupos de paciente e do Apoio Psicológico. Conte conosco!
Nossos contatos são:
– Telefone: 11 3149-5190 ou 0800-773-9973 (o primeiro número também é WhatsApp, se quiser mandar uma mensagem pelo app basta clicar aqui)
– E-mail: apoioaopaciente@ABRALE.org.br
– Site: https://www.abrale.org.br/fale-conosco/
Abraços!
Por obrigada por responder, vou querer sim entrar no grupo de apoio poder entender e conseguir continuar a caminhada desta vida!