Sintomas da síndrome mielodisplásica: quais são e como investigar
Última atualização em 6 de junho de 2024
Esta é uma doença que interfere na produção de células sanguíneas, por isso, grande parte dos sintomas estão relacionados a alterações nesses elementos
Nem sempre os pacientes apresentam sintomas da síndrome mielodisplásica no momento do diagnóstico, mas quando os sinais estão presentes, costumam incluir fraqueza, perda de peso, palidez, anemia e manchas roxas pelo corpo. É importante perceber que essas manifestações podem aparecer não só nesta doença, mas em outros quadros benignos e malignos. Por isso, é indispensável buscar um especialista, para realizar exames e avaliações específicas e fechar o diagnóstico.
A síndrome mielodisplásica (SMD), também chamada de mielodisplasia, é uma doença que atinge as células-tronco hematopoiéticas, que se encontram na medula óssea e são responsáveis pela produção das células sanguíneas. É mais frequente em pessoas acima de 60 anos, mas também pode atingir crianças e adultos jovens.
Ela pode ser primária, quando não há um quadro pré-existente causando a doença, ou secundária, quando o paciente passou por algum outro tratamento e isso levou ao desenvolvimento da SMD.
O Dr. Nelson Hamerschlak, hematologista do Hospital Israelita Albert Einstein, conta que “grande parte dos pacientes adultos com SMD primária são assintomáticos”, ou seja, não estavam com sintomas no momento do diagnóstico e a doença foi descoberta por meio de exames de rotina.
O especialista complementa que, quando estão presentes, os sintomas da síndrome mielodisplásica mais comuns são:
- Perda de peso sem motivo aparente
- Sangramento cutâneo-mucoso
- Infecções frequentes
- Fraqueza
- Palidez
- Anemia e
- Manchas roxas pelo corpo
Por que os sintomas da síndrome mielodisplásica acontecem?
De acordo com o Dr. Hamerschlak, os sinais da mielodisplasia acontecem porque a doença faz com que haja uma diminuição na quantidade de células sanguíneas saudáveis circulando pelo corpo e um aumento no volume de células doentes na medula óssea.
A anemia se dá devido à presença de glóbulos vermelhos grandes (macrocitose) e ela, por sua vez, tende a gerar sintomas como fraqueza e palidez; já a queda na quantidade de glóbulos brancos pode causar uma deficiência na defesa do organismo, resultando nas infecções frequentes e, por último, a redução de plaquetas pode levar às manchas roxas pelo corpo e aos sangramentos.
Esses sinais podem estar presentes não só no caso da síndrome mielodisplásica, mas também em outras doenças e quadros benignos e não é possível determinar a causa somente os observando. Por isso, é necessário que a pessoa realize exames mais específicos a fim de avaliar como está o funcionamento da medula óssea e descobrir o que está acontecendo.
Quando a perda de peso pode ser câncer?
Emagrecimento inesperado pode indicar suspeita de doenças como câncer, diabetes e problemas intestinais. Buscar avaliação médica é essencial para realizar…
Quando a perda de peso pode ser câncer?
Emagrecimento inesperado pode indicar suspeita de doenças como câncer, diabetes e problemas intestinais. Buscar avaliação médica é essencial para realizar…
Diagnosticando a síndrome mielodisplásica
Normalmente, para identificar a mielodisplasia é preciso contar com uma avaliação clínica do paciente, hemograma completo (exame de sangue), estudo completo de medula óssea – incluindo mielograma, biópsia de medula óssea, cariótipo e técnica de FISH – e, por último, sequenciamento genético.
Além das alterações no hemograma já mencionadas, o Dr. Hamerschlak diz que também é comum o resultado do exame apontar a presença de células blásticas em uma quantidade inferior a 10%.
Já nos estudos da medula óssea, costuma ser encontrada “displasia em 10% ou mais de qualquer linhagem mieloide, ou mais do que 15% de sideroblastos em anel e de 5% a 19% blastos mieloides, ou a presença de anormalidades citogenéticas clonais sugestivas”, ele descreve.
É indispensável que os resultados dos exames sejam avaliados por um médico especialista na Hematologia. Esse profissional é o mais indicado para identificar e tratar doenças relacionadas ao sangue.
Também é importante lembrar que, nem sempre o paciente estará com sintomas antes do diagnóstico, então é fundamental investigar alterações no hemograma que sejam suspeitas.