Indicações do tratamento com CAR-T Cell e pesquisas em desenvolvimento
Última atualização em 21 de novembro de 2023
Esse tratamento tem sido muito estudado, com o objetivo de reduzir seu custo e expandir os tipos de cânceres que podem ser beneficiados
No campo da medicina, a constante busca por avanços e inovações tem proporcionado resultados clínicos extraordinários, especialmente em doenças complexas, como o câncer. Uma das revoluções mais promissoras e emocionantes é o tratamento com CAR-T Cell.
A terapia CAR-T Cell, ou terapia com células T geneticamente modificadas, é uma abordagem inovadora que utiliza o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer. O processo envolve a coleta das células T do paciente, modificando-as em laboratório para expressar um receptor de antígeno quimérico (CAR) específico para a célula cancerígena e, em seguida, reintroduzindo essas células T geneticamente modificadas no paciente.
Uma vez introduzidas no corpo, as células T modificadas com CAR têm a capacidade de reconhecer e atacar seletivamente as células cancerígenas que expressam o antígeno alvo. Isso transforma o próprio sistema imunológico do paciente em um exército altamente especializado contra o câncer, atacando-o de maneira precisa e eficaz.
A indicação do CAR-T Cell é só para câncer hematológico?
Atualmente, no nosso país “o CAR-T Cell pode ser usado para qualquer tipo de linfoma não-Hodgkin recidivado após duas linhas de tratamento ou refratário. No entanto, das duas tecnologias disponíveis comercialmente no Brasil, uma é exclusiva para linfoma de grandes células e linfoma folicular (Novartis) e a outra inclui linfoma primário de mediastino, folicular e grandes células (KITE)”, explica o Dr. Nelson Hamerschlak, hematologista e coordenador de Hematologia e Transplante de Medula do Hospital Israelita Albert Einstein.
Além disso, o CAR-T da farmacêutica Novartis também recebeu aprovação (e já foi precificado) para pacientes de até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B, refratária ou a partir da segunda recidiva (R/R).
Entretanto, o médico diz que, em outros países, estudos vêm sendo realizados para avaliar a eficácia e segurança deste tratamento para casos de linfoma de Hodgkin, leucemia mieloide aguda e, até mesmo, alguns tipos de tumores sólidos.
“Existem estudos em cânceres sólidos. Alguns mais promissores, como é o caso do neuroblastoma, e outros ainda em estágios iniciais”, ele conta.
O que é linfoma difuso de grandes células B?
O diagnóstico precoce e a classificação correta desse câncer são fundamentais para realizar o tratamento adequadamente e para que ele…
Estudos abertos no Brasil
Há duas pesquisas clínicas em realização no país, uma já está acontecendo no Hospital Israelita Albert Einstein e a outra recebeu a autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no dia 26 de setembro e será realizada pela Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto em parceria com o Instituto Butantã.
O Dr. Nelson descreve que o estudo realizado no Einstein tem foco nos pacientes de linfoma de grandes células B, leucemia linfoide aguda e leucemia linfoide crônica.
“Infelizmente, o número de casos que podemos fazer ainda é restrito. De qualquer forma, os médicos podem inscrever seus pacientes através do e-mail [email protected]”.
Já a pesquisa aprovada em setembro é um estudo de fase clínica inicial e avaliará a segurança e a eficácia no tratamento de pacientes com leucemia linfoide aguda B e linfoma não Hodgkin B, recidivados e refratários.
Em entrevista ao G1, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que “o estudo agora vai definir a seleção dos pacientes. Inicialmente em Ribeirão Preto, depois São Paulo e Campinas”. Os médicos que acreditarem que seus pacientes podem ser beneficiados pelo estudo precisam entrar em contato pelo e-mail [email protected]”. Ao todo, 81 pacientes serão tratados com o produto e serão monitorados no estudo.
A realização das pesquisas no Brasil é muito importante, pois ajudará a avaliar como e quando será possível oferecer o CAR-T Cell no SUS.
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