O que é linfoma difuso de grandes células B?

Última atualização em 27 de julho de 2023
O diagnóstico precoce e a classificação correta desse câncer são fundamentais para realizar o tratamento adequadamente e para que ele seja bem sucedido
O linfoma difuso de grandes células B é um dos tipos mais comuns de linfoma não-Hodgkin e geralmente afeta adultos e idosos. Apesar de ser considerado agressivo devido ao rápido crescimento, pode ser tratado e curado. Além dos tratamentos existentes, há outras estratégias terapêuticas em estudo que podem ser aprovadas em breve.
Esse é um câncer que tem origem no sistema linfático e, popularmente, é conhecido como linfoma de células B, linfoma B ou linfoma de grandes células B. Mas o nome completo dessa doença é linfoma difuso de grandes células B não-Hodgkin.
O Dr. Andre Abdo, onco-hematologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a doença recebe esse nome porque ela se desenvolve nos linfócitos B e acrescenta que é o tipo de linfoma com maior prevalência entre os linfomas.
“Ele, geralmente, corresponde a 30-40% de todos os LNH e a mediana de idade do diagnóstico é de 60 anos, nos dados mais atualizados. Mas isso varia muito de acordo com local em que se analisa esse dado epidemiológico, se é no Brasil ou fora dele. Tem uma prevalência muito parecida entre homens e mulheres, com um ligeiro predomínio masculino, mas é muito pouco mesmo”, ele esclarece.
O Dr. Abdo também informa que ainda não há muitas causas identificadas relacionadas ao aparecimento desse linfoma. O único fator de risco conhecido é a infecção pelo vírus HIV.
Classificação
Dependendo do local onde o linfócito B se origina o linfoma recebe um nome diferente. O Dr. Abdo conta que se ele “nasce” na região central do linfonodo, recebe o nome de linfoma difuso de grandes células B tipo centro germinativo. Já se ele se desenvolve em outra região do linfonodo, é chamado de linfoma difuso de grandes células B tipo não centro germinativo ou linfoma de células ativadas.

“Isso tem uma diferença importante no prognóstico, porque o linfoma não centro germinativo, ou de células B ativadas, tem pior prognóstico que o linfoma difuso centro germinativo”, o médico diz.
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Sintomas do linfoma difuso de grandes células B
Os principais sinais e sintomas desse linfoma são:
- Linfonodos aumentados, principalmente no pescoço
- Febre vespertina
- Sudorese noturna e
- Perda de peso sem motivo aparente

De acordo com o especialista, para o aumento dos linfonodos ser considerado suspeito, “o aparecimento das ínguas deve acontecer de forma relativamente rápida, com crescimento progressivo em torno de 3 a 6 meses”. Já a perda de peso deve ser de, pelo menos, 10% de peso nos seis meses anteriores.
Diante desses sintomas, para chegar ao diagnóstico do linfoma difuso de grandes células B é preciso fazer uma biópsia do local acometido pela doença que, mais comumente, são os linfonodos.
“Como o linfoma difuso pode afetar qualquer parte do corpo, a biópsia pode ser de outra área. Mas, certamente, o mais comum é a apresentação nas ínguas e linfonodos, então o diagnóstico é feito pela biópsia desse local”, o onco-hematologista informa.
Ele comenta que essa parte do diagnóstico é um dos principais desafios desse tipo de linfoma no sistema público. “Mais de 80% chega com doença bastante avançada pela demora em se fazer o diagnóstico e ser encaminhado ao centro de tratamento .”
Qual o tratamento para linfoma difuso de grandes células B?
O mais comum é que a terapia seja realizada com quimioterapia em associação com imunoterapia para tratamento de primeira linha. Já para os pacientes que têm recidiva, é utilizado quimioterapia em altas doses mais o transplante de medula óssea autólogo. Há ainda outras drogas e estratégias terapêuticas sendo estudadas, como a terapia CAR-T Cell, já comercializada no Brasil.

O Dr. Adbo detalha que, no tratamento de primeira linha, é usado o anticorpo monoclonal anti-CD20, chamado rituximabe, associado à quimioterapia convencional. Esse protocolo é conhecido como R-CHOP e são feitos de seis a oito ciclos, cada ciclo com 21 dias.
“Recentemente, novas drogas têm sido testadas nesse cenário de primeira linha, e uma delas deve ter uma aprovação no Brasil em breve – pelo menos a aprovação já foi solicitada – que é o polatuzumabe”, o doutor complementa.
Já quando a doença recai, “o resgate é feito com quimioterapia em altas doses, seguido de transplante autólogo, para os pacientes que conseguem responder. Temos outras linhas pós-TMO. Existe a possibilidade de se fazer a terapia com as células CAR, que já foi iniciada no Brasil, mas ainda não temos muitos casos, porém já com um impacto bastante importante. Entretanto, isso é para algumas situações bastante específicas”, o Dr. Abdo fala.
Ele ressalta que seria muito importante conseguir, tanto no sistema público, quanto no privado, fazer a análise da genética do linfoma para identificar pacientes que têm um pior prognóstico ou com características muito específicas, para oferecer um tratamento personalizado e diferenciado. Porém, por enquanto, isso só acontece no sistema privado para quem tem mutações nos genes CMYC ou BCL2.
Para esses casos, é usada uma quimioterapia chamada infusional que é realizada, na maioria das vezes, com o paciente internado por ser um protocolo mais intenso.
Qual tipo de linfoma é o mais grave?
A gravidade da doença está relacionada a alguns fatores. Mas, hoje em dia, os tratamentos costumam trazer bons resultados
Linfoma difuso de grandes células B tem cura?
Sim, esse câncer é curável e, segundo o especialista, atualmente as chances de cura são altas, giram em torno de 65-70% de sobrevida global em cinco anos. “É um resultado bastante bom, dado que é uma doença agressiva”, ele afirma.
Entretanto, no futuro, com a aprovação de outras medicações, como é o caso do polatuzumabe, a probabilidade deve aumentar.

“Mas a gente ainda precisa aguardar essas aprovações. Por enquanto as taxas são bastante boas e quanto mais cedo se começa o tratamento, melhor o resultado”, o Dr. André Abdo finaliza.
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Fui diagnosticada com linfoma de células B. Porém, faço somente quimioterapia, não faço imunoterapia. Não interfere no tratamento?
Olá, Nires, como vai?
Não interfere não. Aqui, nós mencionamos quais estratégias existem para tratar o linfoma difuso de grandes células B, mas cada paciente receberá o tratamento que é mais benéfico para o seu caso. Então, se o médico avaliar que a imunoterapia pode ajudar e trazer benefícios, irá indicá-la, porém, se entender que, para aquela pessoa, não há necessidade da imuno, não fará a indicação.
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