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Sistema linfático: o que é, função e doenças

Sistema linfático
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Última atualização em 18 de abril de 2024

Apesar de ele ser responsável por filtrar as impurezas e ajudar no combate de doenças, é possível que uma neoplasia maligna tenha origem nas células desse sistema

O sistema linfático é um conjunto de órgãos, tecidos e vasos linfóides que ficam espalhados por todo o corpo humano, além de fazer parte do sistema imunológico. Suas principais funções são ajudar na defesa do organismo e filtrar e remover o excesso de líquidos e impurezas. Há uma série de doenças que podem atingir esse sistema, a maioria benigna, mas, quando ocorre uma mutação maligna, é possível que cânceres, como os linfomas, se desenvolvam.

O Dr. Marco Aurélio Salvino, hematologista coordenador da Unidade Semi Intensiva de Hematologia e Terapias Celulares do Hospital São Rafael  Rede D’Or, explica que os tecidos linfóides são ricos em linfócitos, células responsáveis por proteger e defender o organismo. Esses tecidos estão distribuídos por várias partes do corpo, assim o sistema linfático consegue realizar suas funções, que incluem:

  • Transportar a linfa dos tecidos para o sistema circulatório, coletando e filtrando o excesso de líquido no corpo.
  • Contribuir na  produção de linfócitos e desenvolvimento da imunidade.
  • Transportar e remover resíduos e células “com defeito” do organismo.

Órgãos que fazem parte do sistema linfático

  • Linfonodos: esses órgãos são um agrupamento de tecido linfóide. Geralmente têm o tamanho de um feijão e estão localizados em diversas partes do corpo. 
  • Baço: maior órgão linfático, é responsável por produzir os linfócitos, filtrar  o sangue e eliminar células envelhecidas. Está localizado do lado esquerdo do abdômen acima do estômago e abaixo das costelas.
Órgãos do sistema linfático
  • Medula óssea: consiste em um tecido esponjoso e macio, localizado dentro dos ossos, e tem a função de fabricar as células sanguíneas. 
  • Timo: glândula cuja responsabilidade é multiplicar e desenvolver os linfócitos T, fica na parte superior do tórax. 
  • Amígdalas: também são um agregado de tecido linfóide. Elas produzem anticorpos para combater agentes infecciosos que entram no corpo por meio do nariz ou da boca.
  • Apêndice: tecido linfóide que ajuda a combater bactérias antes que  cheguem ao intestino.

“A maioria de nós conhece os linfonodos, também chamados de gânglios ou ínguas, que são agrupamentos ricos em tecido linfóide. Mas há também os vasos linfáticos, que são por onde o líquido linfático circula, e o tecido linfóide sob a forma não nodular, ou seja, sob a forma de células e tecidos distribuídos por diversas partes do corpo. Por exemplo, na derme, tecido mamário, amígdalas, pulmão, estômago, intestino”, descreve o Dr. Marco.

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Como o sistema linfático funciona?

Para realizar a defesa do organismo, esse sistema pode agir de duas formas: diretamente, quando ele mesmo ataca o agente que invadiu o corpo, e indiretamente, quando produz substâncias que atacam o alvo.

Sistema linfático fazendo sua função de destruir infecções

De acordo com o hematologista, o sistema linfático é uma grande rede que contém um exército de células que se comunicam entre si. Então, no ataque direto, momento em que o corpo percebe e reconhece que tem um alvo estranho no organismo, uma célula comunica a outra sobre esse perigo. Ao mesmo tempo, essas células também passam a se multiplicar de forma rápida para que elas estejam em maior número e possam combater e eliminar esse agente perigoso.

Já no ataque indireto, o sistema imunológico e o sistema linfático produzem substâncias e estimulam a fabricação de anticorpos, os quais vão atacar o alvo.

Principais doenças do sistema linfático

O Dr. Salvino conta que há diversos quadros que podem acontecer e atingir esses órgãos e tecidos, porém o mais comum é eles ficarem inflamados (reação inflamatória) por conta de algum agente infeccioso. Entretanto, também é possível que doenças mais complexas se desenvolvam no sistema linfático.

Representação da amigdalite, que é uma das doenças do sistema linfático

“Por exemplo, a amígdala é um tecido linfático rico em linfócitos. Quando a gente tem a infecção da região da garganta, aquele tecido incha e isso acontece porque o sistema imunológico está proliferando, as células estão crescendo e estão se preparando para combater um inimigo. Uma vez que ele combate e destrói o inimigo, aquele tecido inflamado vai desinflamar. Então, esse crescimento é reacional e benigno, sem riscos para o organismo. O problema é que, às vezes, ele incomoda e dói”, ele esclarece.

Outras doenças que podem acontecer são a filariose, também conhecida como elefantíase, as alergias,  malformações dos órgãos e tecidos e o câncer do sistema linfático, chamado linfoma.

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O que é o linfoma?

“Os linfomas são células linfáticas, ou seja, os linfócitos que, por um erro genético, começam a se proliferar de forma equivocada e dividem-se de forma contínua. Ou seja, elas vão se proliferando e crescendo de forma tumoral”, o especialista explica.

Os linfomas são divididos entre linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH) e cada um deles se divide em diversos subgrupos. A principal diferença entre eles é que no LH há a presença de células grandes e facilmente identificáveis, conhecidas como células de Reed-Sternberg, já no LNH essas células não estão presentes. 

Dentro do LNH, os subtipos de linfoma ainda podem ser separados de acordo com a agressividade da doença. No caso dos LNH agressivos, o câncer tem um crescimento rápido, já no LNH indolente, as células se multiplicam em uma velocidade lenta.

O Dr. Salvino informa que, geralmente, os linfomas aparecem nos linfonodos, porém como as células doentes podem circular entre os diversos tecidos linfáticos, e há tecidos linfáticos por todo o corpo, elas tendem a ir para outras regiões. Mas isso não quer dizer que o câncer está em metástase.

“Nós não chamamos de metástase o fato da célula circular, já que ela naturalmente tem essa capacidade”, o doutor pontua.

Vale saber que os principais sintomas de câncer no sistema linfático são: 

  • Linfonodos aumentados
  • Suor noturno
  • Perda de peso sem motivos aparentes
  • Coceira pelo corpo
  • Aumento do baço (que se manifesta como uma dor do lado esquerdo do abdômen)
  • Febre
  • Fadiga

“Hoje nós temos diversas terapias cada vez mais modernas e eficazes contra o linfoma e o prognóstico mudou demais nos últimos anos”, o Dr. Marco Aurélio Salvino afirma.


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Gostaria de saber sobre tumor de brukit..
Minha filha terminou as quimioterapia

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