Tudo sobre a leucemia linfocítica granular grande
Última atualização em 6 de abril de 2023
Esse é um câncer com características muito particulares, tem baixa agressividade e não é curável, mas pode ser controlado
A leucemia linfocítica granular grande (LGL) é um tipo raro de leucemia linfóide, que tem comportamento crônico e, geralmente, aparece em pessoas com mais de 60 anos. O principal desafio nesse câncer é diagnosticá-lo, já que, muitas vezes, ele não causa sintomas. O tratamento não costuma envolver quimioterapia, nem outros medicamentos antineoplásicos tradicionais, e permite alcançar remissão prolongada.
O Dr. Sérgio Fortier, hematologista da Rede de Hospitais São Camilo, conta que esse tipo de leucemia foi identificado pela primeira vez em 1985 e é dividido em dois subtipos. Sendo que a classificação acontece de acordo com a origem da leucemia LGL, isto é, se seu desenvolvimento ocorre a partir de um linfócito T ou de um linfócito NK (natural killer).
O especialista salienta ser importante saber que, apesar dessa separação, tanto os linfócitos T, quanto os linfócitos NK têm a função de proteger o organismo, destruindo as células doentes ou que foram infectadas por vírus.
O que é a leucemia linfocítica granular grande?
Esse é um tipo raro de leucemia, representa de 2 a 5% das doenças linfoproliferativas crônicas, que se desenvolve nos linfócitos (tipo de glóbulo branco) e aparece, na maioria das vezes, em pessoas com mais de 60 anos. O Dr. Fortier ressalta que a leucemia LGL tem um comportamento muito diferente dos outros tipos de câncer.
“Diferente de outras leucemias, essa doença parece mais uma doença autoimune do que cancerígena”, ele diz. Isso acontece justamente por conta da função dos linfócitos de destruir as outras células.
Outra característica desse câncer é que ele tem um comportamento indolente, ou seja, tem crescimento lento. Por isso, diagnosticá-lo pode ser desafiador.
Qual é o tipo de leucemia mais grave?
A gravidade da doença determina o tratamento, mas, nem sempre quer dizer que aquele câncer é mais perigoso
Sintomas da leucemia LGL
Em alguns casos, os pacientes são assintomáticos, mas, quando há a presença de manifestações, elas costumam ser:
- Anemia
- Cansaço
- Palidez
- Palpitações e
- Infecções recorrentes
O Dr. Fortier explica que os sintomas acontecem por conta da atuação autoimune dessa leucemia, ou seja, devido ao fato das células doentes destruírem as células sanguíneas ou seus precursores na medula óssea, causando uma baixa contagem desses elementos.
Diagnóstico
A suspeita de uma leucemia linfocítica granular grande é levantada por meio do hemograma completo. O médico conta que quando há a presença desse câncer, o resultado do exame costuma indicar anemia e neutropenia (baixa contagem de neutrófilos). Já para a confirmação do diagnóstico, ele diz que são necessários exames mais aprofundados e específicos.
“O diagnóstico geralmente é feito por meio da demonstração do aumento dos linfócitos grandes e granulares no sangue pelo exame de imunofenotipagem de sangue periférico. Algumas vezes, pode ser difícil para o hematologista confirmar que essas células são doentes, sendo necessário outros exames, como avaliação da medula óssea e estudos genéticos (para comprovar que a célula é cancerígena)”, descreve.
Doença autoimune tem cura?
O melhor tratamento dependerá do diagnóstico e comportamento do quadro, mas, nem sempre, a doença entra totalmente em remissão
Tratamento da leucemia linfocítica granular grande
Para definir qual o tipo de terapia mais adequado, é preciso analisar se o paciente está, ou não, com sintomas. Para aqueles que apresentam manifestações significativas, indica-se realizar tratamento medicamentoso e, para quem não tem nenhum sinal ou os sinais estão com baixa intensidade, a orientação costuma ser apenas realizar acompanhamento médico, chamado de “watch and wait“.
Se durante o watch and wait, o médico identificar que o paciente está com alterações significativas no hemograma, com sintomas ou risco de infecção grave, o tratamento medicamentoso pode ser iniciado.
“Nessa doença, utilizamos remédios para reduzir a imunidade (imunossupressores), semelhante ao que os reumatologistas usam para controlar doenças autoimunes, como a lúpus e a artrite reumatoide. Alguns exemplos das terapias utilizadas são: Ciclosporina, Ciclofosfamida, Metotrexato”, o Dr. Fortier descreve.
Ele ainda pontua que, na grande maioria das vezes, a terapia imunossupressora causa o efeito esperado e, em apenas situações raras, há necessidade de realizar quimioterapia.
Aprenda a lidar com a fraqueza causada pelo câncer
Exercícios, alimentação equilibrada e medicamentos são algumas das estratégias para amenizar esse quadro
A leucemia LGL tem cura?
Como esse câncer tem um crescimento bastante lento, o objetivo é controlá-lo e não, necessariamente, alcançar a cura tradicional. Então, o propósito é alcançar a remissão (quando não há mais sinais da doença) pelo maior tempo possível.
O único tratamento que pode ser curativo é o transplante de medula óssea alogênico. Porém, de acordo com o hematologista, esse procedimento é pouco realizado, por trazer mais riscos que a própria doença.
Na verdade, a taxa de mortalidade relacionada à leucemia linfocítica granular grande é baixa, menor que 10%, e costuma ser por conta de infecções graves e não devido à evolução da doença em si.
“O diagnóstico da LGLG pode ser mais desafiador que o tratamento. São raros os pacientes que não respondem ao tratamento imunossupressor”, o Dr. Sérgio Fortier fala.
Parabéns , essa é a primeira vez que vocês falam algo sobre a minha doença e a primeira vez que me sinto acolhida aqui.
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