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Obesidade e câncer: qual a relação entre as doenças?

Obesidade e câncer de mama
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Última atualização em 13 de julho de 2022

Pessoas com excesso de peso têm maior chance desenvolver diversos tipos de câncer de mama e ter resultados não tão bons no tratamento

Obesidade e câncer podem estar altamente ligados, especialmente quando falamos de algumas neoplasias malignas, como o câncer de mama e o mieloma múltiplo. Isso acontece porque o sobrepeso causa uma desordem no corpo que facilita o acontecimento de processos que levam ao surgimento da doença. No caso do tumor nas mamas, além de ser um fator de risco, o excesso de peso também influencia no resultado do tratamento e chances de recidiva. 

A obesidade é uma doença que acontece quando há um acúmulo patológico de tecido gorduroso no corpo. Uma das formas de identificá-la é por meio do cálculo do índice de massa corpórea (IMC). Essa conta é feita pela seguinte fórmula: peso/altura x altura. 

Considera-se que a pessoa está com peso adequado se o resultado estiver entre 18,5 e 24,9. Entretanto, se o valor der acima de 30, pode ser diagnosticada a obesidade.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) de 2021, 22% da população brasileira adulta apresenta obesidade e 57% está com sobrepeso. 

Além disso, segundo uma projeção feita pela World Obesity Federation, uma organização internacional voltada para redução, prevenção e tratamento da obesidade, a quantidade de brasileiros obesos continuará aumentando e, em 2030, 30% das pessoas terão a doença. 

Relação entre obesidade e câncer

A obesidade aumenta o risco de câncer pois leva o corpo a um estado de inflamação crônica e aumenta os níveis de determinados hormônios. Por conta dessa inflamação, há uma maior probabilidade de ocorrerem mutações genéticas, que podem levar ao aparecimento do tumor. Sendo que a maior quantidade de hormônios pode facilitar o crescimento das células doentes.

Obesidade causa câncer

Segundo o Instituto Nacional do Câncer, 13 em cada 100 casos de câncer no Brasil são atribuídos ao sobrepeso e à obesidade. Os tumores mais relacionados com o excesso de peso são os de  esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário, endométrio, meningioma, tireoide e mieloma múltiplo.

O Dr. Breno Gusmão, hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, explica que “não existe uma explicação do porquê um mieloma múltiplo se desenvolve. Primeiramente, ele foi relacionado com a exposição a pesticidas, irradiações e, recentemente, foi demonstrado que a obesidade também é um fator de risco. Ela provoca um estado de inflamação crônica no organismo do paciente, facilitando as alterações e mutações genéticas que podem levar ao mieloma. ” 

Ele ainda afirma que “não é que um alimento possa causar o câncer. Mas uma boa alimentação, com ingestão de pão integral e frutas, pode ajudar a prevenir.”

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Obesidade e câncer de mama

No caso do câncer de mama, as Dras. Maira Caleffi, Chefe do Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento e Presidente Voluntária da FEMAMA, e Kamila Nunes, mastologista do Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento explicam que a grande quantidade de gordura e os hormônios são os principais responsáveis pelo aparecimento da doença em mulheres obesas.

Estrogênio causa câncer de mama

Isso acontece por dois principais motivos: 

1) O excesso de peso causa uma inflamação crônica nos tecidos, como falamos anteriormente, além de também aumentar a quantidade de insulina no corpo. Esses fatores contribuem para que haja uma maior quantidade de hormônios circulando. 

2) Na maioria das vezes, o tumor de mamas é uma doença hormonal (ligada ao estrogênio).

Então, de um lado temos uma maior disponibilidade de hormônios no organismo, por conta da obesidade. De outro, temos um câncer que depende do estrogênio para se multiplicar. Quando essas duas condições se encontram, as células doentes passam a ter uma maior disponibilidade de hormônios pelo corpo e encontram um ambiente propício para se reproduzirem e espalharem.

A Drª. Maira e a Drª. Kamila também alertam que mulheres na pós menopausa com sobrepeso ou obesidade possuem um risco ainda mais aumentado.

“As mulheres sofrem influências hormonais a partir da primeira menstruação. Antes da menopausa, os hormônios são produzidos pelos ovários. Na menopausa os ovários param de produzir hormônios, porém o nível de estrogênio nunca chega a zero, pois ele passa a ser produzido de outras formas no corpo. Um dos lugares de produção é o tecido adiposo graças a atuação de uma enzima (aromatase) produzida pelas glândulas supra-renais, ou seja, quanto maior a quantidade de gordura corporal acumulada, maior é a produção hormonal”, elas dizem.

Obesidade também interfere no resultado do tratamento oncológico

Além de poder prejudicar na eficácia do tratamento do câncer de mama, o excesso de peso também aumenta as chances da doença voltar (recidivar).

De acordo com as oncologistas, “a eficácia de todos os tratamentos contra o câncer de mama é significativamente menor em pacientes com obesidade”. Os motivos para isso acontecer vão desde possíveis complicações cirúrgicas, até redução do efeito da quimioterapia, radioterapia e dos tratamentos orais. 

Tratamentos para câncer de mama

“É importante ressaltar que a obesidade não apenas aumenta o risco de câncer de mama, mas também aumenta o risco de recorrência da doença e há diversos estudos científicos que comprovam uma piora da sobrevida das pacientes com câncer”, elas complementam.

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Fatores de risco e prevenção do câncer de mama

Dentre os principais fatores de risco para câncer de mama, estão hábitos como:

  • Tabagismo;
  • Consumo de bebida alcoólica e
  • Falta de atividade física.

Porém, as médicas Maira e Kamila lembram que também há fatores não modificáveis, que também influenciam no desenvolvimento dessa doença. Por exemplo, idade da paciente, história familiar e lesões pré-malignas na mama. 

Fatores de risco e prevenção do câncer de mama

Elas o sintoma mais comum desse tipo de tumor é o aparecimento de um nódulo endurecido na mama. Mas, também podem ocorrer alterações de pele, saída de secreção sanguinolenta ou inversão do mamilo.

“Lembrando que em muitos casos o câncer de mama é assintomático, por isso a importância de realizar os exames de rastreamento”, as doutoras ressaltam. Elas finalizam orientando que a principal forma de diagnosticar esse tumor precocemente é por meio da mamografia, que deve ser realizada anualmente por todas as mulheres com mais de 40 anos.

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