O que é a remissão do câncer

Última atualização em 29 de janeiro de 2025
Entenda a diferença entre remissão e cura do câncer
Na última terça-feira (14), Kate Middleton, princesa de Gales, anunciou, em suas redes sociais, que está em remissão do câncer. A princesa revelou que estava em tratamento para um tumor em março de 2024. Entenda a diferença entre remissão e cura do câncer.
O que é a remissão do câncer?
Segundo Tiago Cordeiro Felismino, oncologista clínico do A.C. Camargo Cancer Center, a remissão do câncer acontece quando, após o tratamento, não é detectado nenhum sinal do tumor no organismo do paciente. Já a cura pode ser considerada após cinco anos em que a pessoa está em remissão. Isso porque, após esse período, as chances do câncer reaparecer são “extremamente pequenas, e a gente pode sim considerar, na maioria das vezes, que o paciente está curado. Isso não significa que não necessite de acompanhamento”, explica Felismino.
O oncologista conta que, quando o paciente está em remissão, ele não apresenta nenhum sintoma relacionado ao câncer. Também não é possível detectar nenhuma atividade do tumor pelos exames de imagem e os exames laboratoriais se normalizam, caso tenham sido alterados no diagnóstico da doença.
Todos os tumores têm “algum potencial de cura, mesmo os mais agressivos”, ressalta Felismino. Quando o câncer é diagnosticado em fases mais precoces, as chances são maiores.
Segundo o oncologista, não há um tempo necessário ou definido para que uma pessoa seja considerada em remissão do câncer, isso porque o tempo de tratamento pode variar de acordo com o paciente e o tipo de tumor. O tratamento pós-remissão também pode variar.
Felismino explica que, em alguns casos, as terapias são finalizadas quando o paciente está em remissão. Porém, alguns tumores, como por exemplo os hematológicos, precisam ainda de um tratamento de manutenção, com medicamentos orais ou endovenosos, entre um e dois anos após os sintomas do câncer desaparecerem. “Esse é um tratamento para que essa remissão seja prolongada e aumente a chance de uma cura efetiva dos tumores”, afirma.
Acompanhamento médico
Mesmo após a cura, os pacientes, especialmente aqueles com leucemias, linfomas e mieloma múltiplo, precisam continuar fazendo um acompanhamento médico com oncologistas. Isso é necessário, segundo Felismino, para detectar recorrências do câncer de forma precoce e estabelecer um tratamento eficaz.
Além disso, é preciso acompanhar os efeitos colaterais das terapias. “Esses pacientes foram expostos a tratamentos muito complexos, como cirurgias, quimioterapias, radioterapia, transplante de medula. O paciente pode ter uma complicação cirúrgica no longo prazo ou uma alteração no exame de sangue, por conta do uso de quimioterapia, e é muito importante detectar isso no longo prazo”, conta.