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Gravidez durante o câncer? Melhor, não.

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Você é mulher, tem câncer e quer engravidar? Olha, os riscos da gestação durante o tratamento da doença são muitos grandes.

A boa notícia é que há tecnologias de reprodução assistida capazes de ampliar suas chances de ter filhos no futuro. Mas antes de chegar nelas, vamos entender porque a gravidez é um tema tão delicado quanto complexo para mulheres que recebem um diagnóstico de câncer. A gravidez durante o tratamento oncológico pode, por um lado, colocar em risco a saúde da mãe e do filho. Por outro, reduzir a fertilidade da mulher – no caso de dano ocasionado aos ovários por alguns regimes de quimioterapia. O que fazer nessa situação?

Para o ginecologista e obstetra Giuliano Bedoschi, integrante do Comitê Nacional de Oncofertilidade da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, engravidar durante um tratamento de câncer nunca deve ser uma opção. “Pelo contrário, nessa situação, a gestação deve ser evitada. Muitos agentes quimioterápicos utilizados nesses tratamentos são considerados teratogênicos. Ou seja, podem causar danos ao desenvolvimento do embrião ou feto durante uma gravidez”, alerta o médico. “Além disso”, continua o especialista, “há uma recomendação de uso de métodos de contracepção efetivos. Tais como o DIU (dispositivo intrauterino), para evitar uma gravidez indesejada durante o período do tratamento oncológico.”

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Segundo Bedoschi, existem riscos associados ao tratamento oncológico que devem ser considerados em uma eventual gestação após o câncer. Eles podem trazer consequências para a mãe e para o bebê (binômio materno-fetal). Entre esses riscos estão: abortamento, parto prematuro, restrições ao crescimento do feto e anormalidades no desenvolvimento da placenta (com possíveis complicações pós-parto) em mulheres que foram submetidas a tratamento de radioterapia pélvica. Já mulheres que realizaram quimioterapia com agentes antracíclicos correm o risco de apresentar problemas cardiovasculares, que podem se agravar durante uma gestação. Isso ocorre por que o coração trabalha com uma maior demanda na gravidez.

TEMPO DE ESPERA

Giuliano Bedoschi diz que a mulher deve esperar pela liberação dos médicos (hematologista e oncologista), após constatarem um quadro estabilizado, para pensar em uma gestação. Pelas estatísticas, a taxa de recidiva da doença é maior nos primeiros anos após o término do tratamento. “Esse período de espera deve ser individualizado para cada caso e discutido em equipe, sempre levando em consideração os desejos e a autonomia da mulher, porém objetivando em primeiro lugar a segurança completa da futura mãe e do seu bebê”, diz.

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O QUE É REPRODUÇÃO ASSISTIDA?

A medicina oferece opções para a mulher que pretende ter filho mesmo depois de ser diagnosticada com câncer. Aqui, a orientação é pensar nisso antes de iniciar o tratamento contra o câncer, quando os óvulos dela ainda não sofreram eventuais impactos de uma quimioterapia ou radioterapia. “O encaminhamento precoce da mulher ao especialista em reprodução assistida, de preferência feito logo no momento do diagnóstico do câncer, permitirá uma discussão sobre todos os efeitos colaterais que os tratamentos oncológicos trarão à fertilidade e também sobre as possibilidades que a mulher possui para a preservação da fertilidade”, diz Bedoschi.

Os tratamentos são realizados em centros de medicina reprodutiva, em sua maioria privados. São poucos, mas existem centros que prestam esse tipo de tratamento para pacientes diagnosticadas com câncer e, atenção: sim, atendem ao SUS, como é o caso do Instituto Ideia Fértil da Faculdade de Medicina do ABC e o Hospital Pérola Byington, em São Paulo.

ÓVULOS CONGELADOS.

Há três alternativas para a reprodução assistida.

-CONGELAMENTO DE ÓVULOS (para mulheres sem parceiro fixo): permite a realização de uma futura fertilização assistida, após o fim do tratamento contra o câncer. Os embriões produzidos a partir desses óvulos poderão gerar uma vida no ventre da própria mãe ou em uma barriga de aluguel.

-CONGELAMENTO DE EMBRIÕES OU ÓVULOS (para mulheres com parceiro fixo): é o mesmo caso do congelamento de óvulos.

-CONGELAMENTO DE TECIDOS OVARIANOS (para casos extraordinários): ainda é uma técnica experimental, cerca de 120 nascidos vivos no mundo. O autotransplante desse tecido na mulher após o fim do tratamento do câncer, pode ser adotado em situações especiais. Por exemplo, quando uma paciente precisa iniciar o tratamento contra o câncer com urgência. O congelamento de óvulos ou embriões leva de 12 a 14 dias. Enquanto a cirurgia para remover e congelar o tecido ovariano é feita em um dia. Importante: não pode ser aplicado em mulheres com leucemia, diante do risco de recidiva.

 

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Gravidez é perigosa nem só durante tratamento mas depois reabilitação também, acho que é melhor usar outros jeitos de ter filhos, como adoção ou barriga de aluguel…

Tenho adenocarcinoma cervical “in situ” descoberto durante a gestação.

Maria Walneide Dos Santos Silva minha filha teve leocemia e veio a falecer com eu engravida a criança pode nascer com câncer

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