Aromaterapia – Perfumes que ajudam o paciente oncológico

A terapia pode ser utilizada para amenizar os efeitos colaterais da quimio. Mas é preciso ter acompanhamento de um especialista
Por Natália Mancini
A aromaterapia surgiu como ciência em 1928 por meio de estudos feitos por um químico francês, mas ela já era utilizada pelas pessoas muito antes disso. Essa prática usa plantas aromáticas, por meio de óleos essenciais e vegetais, para equilibrar o corpo e a mente. Ela pode beneficiar muitas pessoas, incluindo os pacientes oncológicos ao amenizar sinais e sintomas.
Os óleos essenciais são substâncias derivadas das plantas aromáticas e são compostos por estruturas químicas complexas, responsáveis pelas propriedades terapêuticas. Esses óleos são, geralmente, diluídos nos óleos vegetais, que desempenham a função de carregá-los gerando a sensação de bem-estar.
“A aromaterapia apresenta benefícios para todas as pessoas e, com pacientes oncológicos, não é diferente! Pode ser utilizada como tratamento complementar e também paliativo. Isso porque ela ameniza sinais e sintomas e traz conforto. Além disso, dá suporte, sobretudo emocional e físico, a familiares e cuidadores envolvidos”, explica a especialista nesse tipo de terapia, Ismália Magda Lima.
Ela ainda explica que, em pacientes oncológicos, essa prática é muito utilizada para amenizar os efeitos colaterais causados pelo tratamento. Por exemplo, o óleo essencial de limão auxilia no combate de enjoos e tonturas, provocados pela quimioterapia. Por outro lado, o óleo de lavanda ajuda a reduzir a sensação de impotência, ansiedade e até início de depressão.
“Vale lembrar que esses são só alguns exemplos. Existem uma grande variedade de óleos essenciais que podem ser utilizados mediante avaliação específica para as necessidades”, explica a especialista.
Como utilizar a aromaterapia na Oncologia?
Existem duas formas de aplicar os óleos.
A primeira é por meio da via cutânea, ou seja, pela pele. Como os óleos essenciais são solúveis em lipídios (moléculas de gordura), eles atravessam as camadas da pele e são absorvidos rapidamente. Dessa forma, eles alcançam a corrente sanguínea e agem de acordo com o seu objetivo.
“Após diluído em óleo vegetal, o óleo essencial pode ser utilizado em massagem, esfregação local, esfregação da sola dos pés, óleo pós-banho, escalda pés e perfume”, diz Ismália.
A outra possibilidade é pela via olfatória, isto é, pelo nariz, por meio do cheiro. Na inalação, as moléculas dos óleos essenciais podem ser levadas para os pulmões, chegando até a corrente sanguínea ou cérebro.
“O paciente poderá utilizar o óleo essencial em difusor de ambiente, colar aromático, inalação e perfume. Aliás, na maioria dos casos da absorção cutânea, o paciente também realizará absorção via olfativa. Por exemplo, numa massagem, perfume ou fricção o estímulo será dado nas duas vias”, conta a terapeuta.
Ela ressalta que é importante o paciente ter acompanhamento de algum aromaterapeuta ou naturólogo para analisar se o paciente tem alguma restrição ou sensibilidade na pele. Além de também escolher qual a melhor forma de utilização e o melhor aroma para os sintomas apresentados, sejam eles físicos ou emocionais.
A aromaterapia pode fazer mal para o paciente?
Yara Thereza Menezes, também especialista em aromaterapia, fala que não existem contraindicações, entretanto é preciso observar alguns aspectos específicos.
“Pacientes oncológicos, assim como crianças, gestantes e idosos, compõem o que chamamos de grupos especiais. Tais grupos podem utilizar os óleos essenciais observando a dosagem de diluição, e óleos mais adequados às condições clínicas de cada um”, recomenda ela.
Esse cuidado é necessário pois cada óleo tem componentes químicos que podem causar interações com as medicações utilizadas no tratamento oncológico. Dessa forma, é preciso analisar a composição da medicação e do óleo para verificar se um tratamento não interfere negativamente no outro.
É possível fabricar o óleo essencial em casa?
Yara alerta que esses óleos são substâncias extremamente concentradas. Para se ter uma ideia, uma gota de óleo essencial equivale a 25 xícaras de chá. Por isso, devem ser extraídos e processados em laboratórios com equipamentos adequados, impossibilitando que o paciente produza em casa.
Entretanto, o paciente pode comprar esses óleos de forma pura ou bland, dois ou mais óleos no mesmo frasco. Antes de utilizá-lo, é preciso diluí-lo em óleo vegetal prensado a frio. Por exemplo, óleo de girassol, semente de uva, amêndoas ou gergelim.
“Aconselha-se passar por um aromaterapeuta ou naturólogo para que o profissional manipule os óleos e dosagens mais apropriados ao paciente. Isso porque o paciente pode apresentar alergia, interação desarmônica com a medicação ou fotossensibilidade – se o óleo for aplicado no corpo e o paciente exposto à luz solar”, finalizam as especialistas Ismália e Yara.
Qual a diferença entre terapias alternativa, complementar e integrativa?
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A Abrale é incrível, em artigo claro e objetivo esclareceu as minhas dúvidas sobre os óleos essências.
Obrigada
Olá, Alline, como vai?
Ficamos muito felizes em saber que a senhora gosta do nosso trabalho e que a matéria esclareceu suas dúvidas!
Qualquer coisa que precisar, estamos à disposição!
Abraços!
Obrigada 🤗