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Limite para doadores de medula óssea no Brasil

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Entenda como esta alternativa pode ser a chave para termos maior diversidade no momento de realizar o transplante

Em 2012, uma portaria do Ministério da Saúde causou indignação em pacientes que estavam na fila para fazer o transplante de medula óssea (TMO). Motivo: ela estabelecia a manutenção regulada do número de doadores no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Ela também definia que o cadastramento de novos doadores respeitará um número máximo de cadastros, por ano, para cada Estado brasileiro. Dessa forma, hoje, o limite para novos cadastros chega a 400 mil por ano.

Muitos pacientes e familiares entenderam a nova regra como também um limite à sua vida. Por isso alguns chegaram a entrar na justiça tentando derrubar a portaria. Mas, se analisarmos com calma, percebemos que o MS está certo em sua decisão.

TMO no Brasil

O primeiro transplante de medula óssea realizado no Brasil foi em 1979, na capital paranaense, Curitiba. Desde então, já foram realizados mais de 22 mil e os avanços foram grandes. “Nosso cenário atual é positivo. Temos um programa robusto, que cresceu muito na última década e hoje é um dos maiores do mundo”, diz Dr. Luis Fernando Bouzas, oncologista.

Atualmente, ao total, são 70 centros para transplantes de medula óssea no país, e o Redome já acumula mais de 4 milhões de doadores. “Consequentemente, isso proporcionou que chegássemos à realidade de que quase 70% dos doadores encontrados já são do Brasil, diminuindo a necessidade de se buscar em outros países”, conta Dr. Luis.

Acompanhando o crescimento geral, o tipo de transplante mais difícil, alogênico não aparentado, que é também o maior usuário do Redome, também apresentou importante aumento ao logo dos anos – mais de 300 pessoas receberam uma nova medula.

Limite de doadores

A portaria que gerou polêmica tem suas razões e o Dr. Luis explica o que motivou sua criação: o dinheiro.

“A cada cadastro realizado, o governo gasta R$ 375 com o teste HLA e o armazenamento da tipagem. Que é bastante caro”, diz. De acordo com ele, o Brasil é o único país que financia 100% do valor do teste. Desse modo, isso estava sendo explorado de forma desmedida por laboratórios. “

Muitos lançaram campanhas para cadastramento de novos doadores apenas para ganhar mais dinheiro. E o dinheiro público destinado a algo tão importante não pode ser gasto descabidamente”.

A solução, então, foi restringir o número de cadastros aleatórios e otimizar as campanhas. “Foi feita uma avaliação do perfil genético dos pacientes cadastrados no Rereme (Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea) e dos tipos de doadores que estavam faltando em cada região. Além da média de TMOs realizados por ano.

Quanto mais variado, mais eficiente 

O estudo que avaliou o perfil genômico do Redome (doadores) e o comparou com o do Rereme (receptores) chegou a uma conclusão: não adianta acrescentar doadores sempre de uma mesma região, de um mesmo grupo étnico, se há outras tipagens de doadores sendo necessárias e não cadastradas. “Limitar um teto por Estado não significa que não se pode fazer uma campanha específica. Apenas que vamos analisar a necessidade de cadastrar mais pessoas com aquele perfil específico ou não”.

Um exemplo foi a campanha feita em um bairro oriental na cidade de São Paulo. Uma vez que o número de doadores desta etnia era de apenas 1,8%.

Desatualização no cadastro

Infelizmente ainda é muito comum que os doadores cadastrados esqueçam de atualizar seus dados no REDOME – como a alteração de telefone e endereço, por exemplo. De acordo com o Observatório de Oncologia, em 2017 este número chegava a 12%.

Em busca de resolver essa situação, todos os anos são feitas campanhas de incentivo à atualização cadastral, tanto por parte do INCA, quanto também de organizações que oferecem apoio a pacientes com câncer.

Para atualizar o cadastro de doador voluntário de medula óssea, acesse o site do REDOME

 

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