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O bom apetite das crianças

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Última atualização em 29 de julho de 2021

Os pequenos só desenvolvem hábitos alimentares saudáveis se forem acostumados desde cedo

“Meu filho não come!”, “a hora da refeição é sempre um sacrifício” ou “verduras? Não há o que o faça provar” são apenas alguns dos exemplos que mostram a inquietação dos pais em relação à alimentação dos filhos.

“Camuflar” os alimentos é uma estratégia bastante adotada, mas para a nutricionista Priscila dos Santos Maia, ela funciona no momento de transição, porque a criança desde cedo precisa conhecer as verduras, frutas e legumes, saber como são, para que servem e consumi-los de várias maneiras a fim de perceber diferentes sabores e texturas.

“Esconder os alimentos não é o suficiente. É válido como tentativa de passar de uma alimentação de baixa qualidade para outra melhor, porém não pode ser considerado a solução definitiva quando se trata de criar hábito alimentar saudável”, avalia.

Quantidade e qualidade

Quanto a criança come (ou se ela come) não deve ser a única preocupação dos pais: se a quantidade é importante, a qualidade mostra-se fundamental. E o que se serve aos pequenos, com frequência, também está muito longe do ideal. Uma pesquisa da nutricionista Maysa Helena de Aguiar Toloni, realizada pela disciplina de Nutrologia do Departamento de Pediatria da Unifesp, apontou que 67% dos pais oferecem alimentos industrializados aos filhos antes do primeiro ano de vida. Ou seja, comida com mais açúcar, mais gordura e mais sal.

Entre os vários dados alarmantes, a ingestão de macarrão instantâneo, açúcar refinado, suco de frutas artificial e até mesmo salgadinhos e embutidos começa antes dos 3 meses de idade. No Brasil, a obesidade infantil já é considerada um problema de saúde pública. Cerca de 10% das crianças apresentam excesso e aproximadamente 20% dos adolescentes estão acima do peso.

“Vale lembrar que 60% das crianças e adolescentes obesos já sofrem de hipertensão e dislipidemia, que é o aumento do nível de gordura no sangue e que está intimamente ligada às doenças coronarianas”, afirma Maysa Helena.

Questão de hábito

Apesar das reclamações dos pais e salvo em casos de doenças ou de problemas psicológicos graves relacionados à alimentação, está mais do que provado que os costumes da criança à mesa têm a ver com a educação que recebe em casa e com as refeições que faz na escola.

“Como ela vai gostar de tomar apenas refrigerante em uma casa onde só se toma suco natural? Isso não existe. Em uma família com hábito alimentar saudável, a criança incorpora isso naturalmente”, avalia a nutricionista Priscila.

A questão do paladar também existe. Podemos até comer algo porque sabemos que faz bem, mas não porque nos apeteça. No entanto, não é pelo fato de a criança dizer que não gosta de cenoura, por exemplo, que o alimento deve ser abolido das refeições.

Comida boa e saudável para crianças com câncer

Como vimos, uma alimentação saudável é fundamental para que se tenha uma infância de qualidade. E quando falamos de crianças com câncer, não é diferente. Mas alguns cuidados especiais devem ser tomados durante o tratamento.

Para evitar qualquer problema com intoxicações, é muito importante sempre verificar a data de validade dos alimentos e não comer nada cru. Legumes, peixes, frango e carne vermelha devem ser sempre cozidos antes de servidos.  Saladas e frutas precisam ser bem lavadas – a recomendação é colocar os alimentos em uma vasilha com um litro de água potável e uma colher de sopa de água sanitária ou vinagre, por 20 minutos e depois enxaguar bem, antes de comer.

A quimioterapia pode causar enjoo e até ferimentos na boca da criança (a chamada mucosite). Ambos acabam tirando a vontade de comer, mas se alimentar é fundamental para o melhor restabelecimento do paciente. Uma maneira de contornar a situação é oferecer alimentos gelados, como os sorvetes de frutas, que além de alimentar, causam um alívio na região bucal e também amenizam as náuseas. Comer de maneira fracionada ao longo de todo o dia também é uma boa dica.

Se hidratar bem, com água e sucos naturais, além de fundamental para a saúde, ajuda a evitar náuseas e a apresentar melhores resultados no tratamento.

RECEITAS

Picolé refrescante

  • 1 fatia grande de melancia
  • 10 morangos
  • 100 ml de água de coco
  • 1 limão
  • Lascas de gengibre

 Modo de preparo: leve tudo ao liquidificador e depois ao freezer.

Gelatina arco-íris

  • 1 caixa de gelatina de uva
  • 1 caixa de gelatina de limão
  • 1 caixa de gelatina de abacaxi
  • 1 caixa de gelatina de morango
  • 1 caixa de gelatina de tutti-fruti

Modo de preparo: em vasilhas separadas, pegue um copo com água quente e despeje sobre o pó da gelatina. Use uma colher para misturar, gentilmente, até que o pó dissolva por completo. Quando já estiver bem misturado, adicione 250ml de água gelada e leve à geladeira. Quando ficarem bem durinhas, corte em cubinhos e misture os sabores em uma mesma vasilha. A sobremesa ficará bem divertida.


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