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A depressão pode causar câncer? Entenda

mulher em uma cama, de frente uma janela com cortinas brancas, está de costas para a câmera e veste um moletom cinza. A ideia é ilustrar a depressão
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Alguns dos fatores de risco para a depressão também estão relacionados com o câncer

Escrito por: Juliana Matias

Em janeiro, acontece o mês de conscientização sobre saúde mental e emocional, chamado Janeiro Branco. Estudos mostram que a depressão é um dos transtornos psiquiátricos mais comuns em pessoas com câncer, mas isso não significa que uma pessoa com tumor necessariamente irá desenvolver a doença psíquica. Mas a depressão pode causar ou ser um fator de risco para o câncer? Entenda.

Gustavo Schvartsman, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a depressão não está associada diretamente a um maior risco de uma pessoa ter um câncer. Porém, alguns dos motivadores que podem levar a uma depressão como estresse, ansiedade, problemas de sono, de alimentação, sedentarismo, luto, burnout, entre outras condições, também são fatores de risco para o câncer.

O oncologista lembra que algumas pessoas têm depressão, mas ela não está associada ao estilo de vida, mas sim à infância, problemas de relacionamento, problemas familiares, financeiros, entre outros. Por isso, é importante identificar qual é a causa da doença, para que, caso ela esteja relacionada a hábitos da rotina, mude as chances de a pessoa ter um tumor futuramente, já que alguns tumores, como o de mama, podem estar relacionados com o dia a dia do paciente, como o sedentarismo, a má alimentação e o uso de cigarros

Schvartsman afirma que o tratamento da depressão pode eventualmente diminuir os riscos do surgimento de um câncer. “É difícil comprovar isso cientificamente porque envolve estudos populacionais muito grandes, com vários vieses, mas sim, desde que isso não se restrinja a um tratamento puramente medicamentoso”, ressalta.

Sintomas da depressão

Segundo o oncologista, a terapia medicamentosa para pacientes com depressão moderada ou grave ajuda a pessoa a lidar com o dia a dia. Mas não altera a rotina e o contexto do ambiente que favoreceu o surgimento da doença e que também são fatores de risco para o câncer. 

“É muito importante que, além do tratamento medicamentoso, haja o acompanhamento com um terapeuta e que isso se traduza em mudanças de estilo de vida, que favoreçam uma vida mais prazerosa e, consequentemente, diminua o risco de doenças”, aconselha.

O diagnóstico de câncer causa depressão?

Schvartsman ainda ressalta que nem toda pessoa que tem câncer terá depressão, mas é um fator de risco. Ele explica que o diagnóstico do tumor pode impactar o paciente e sua família e pode trazer “um susto, uma ansiedade, angústia, que deve ser enfrentada e lidada, não pode ser ignorada, mas é normal que a pessoa se sinta assim. Porém, isso não significa que aquela pessoa tenha entrado em um estado de depressão”, diz.

Segundo o oncologista, esses sintomas são transitórios e durante esse período a pessoa com tumor passa por um transtorno de ajuste. O paciente deve se permitir ter os sintomas “mas não pode se afogar nessas mágoas e tristezas, ele precisa combater. Se ele não melhora, pode sim entrar em um estado de depressão”, conclui.


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