Linfoma pulmonar: o que é, sintomas e tratamentos

Originário na região dos pulmões, o linfoma pulmonar atinge, principalmente, idosos e pode ser confundido com outros tipos de câncer na região
Por Natália Mancini
O linfoma pulmonar é um tipo de linfoma não-Hodgkin que acontece, primariamente, no pulmão e, normalmente, não é agressivo. É considerado um câncer raro, pois representa somente 0,5% dos cânceres pulmonares e, geralmente, atinge pessoas com 60 ou 70 anos. Apesar do diagnóstico dessa doença ser complexo, o prognóstico tende a ser positivo na maioria das vezes. Ainda não se sabe se há e quais seriam seus os fatores de risco.
Esse tipo de linfoma é diferente tanto do linfoma não-Hodgkin (LNH) secundário, quanto do câncer de pulmão em si.
O linfoma pulmonar primário aparece quando há uma proliferação anormal de células do tecido linfóide do pulmão. Em 90% das vezes, esse câncer está relacionado com a mucosa do pulmão, ou seja, é um linfoma MALT.
Já o linfoma secundário de pulmão acontece quando o LNH tem origem em alguma outra parte do corpo. Em seguida, conforme a doença vai evoluindo, atinge os pulmões. Essa forma de linfoma pulmonar é a mais comum
Para saber qual o local primário do linfoma, é preciso fazer uma análise imunohistoquímica. Por meio desse exame, observa-se as proteínas que estão presentes naquele tecido, identificando seu local de origem.
Já o câncer de pulmão tem origem em outras estruturas do órgão.
“O câncer de pulmão se origina nos pneumócitos ou células das vias aéreas e o linfoma é oriundo da mucosa do epitélio respiratório. Além disso, são tumores de comportamento muito diferentes. O câncer de pulmão tem um comportamento muito mais agressivo, na maioria das vezes”, explica o Dr. André Miotto, especialista em Cirurgia Torácica e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica (SBCT).
Sintomas de linfoma pulmonar
Diferentemente dos outros tipos de linfoma, o linfoma pulmonar não costuma causar coceira, febre, suor noturno e nem perda de peso. Os sinais dessa doença são mais parecidos com os sintomas de câncer de pulmão. Como tosse (com ou sem sangue), falta de ar e dor no peito.
Entretanto, de acordo com o Dr. Miotto, grande parte dos pacientes não apresenta nenhum tipo de sintoma. Isso acontece, principalmente, “porque o comportamento do linfoma pulmonar tende a ser indolente, ou seja, de crescimento lento”.
Diagnóstico de linfoma pulmonar
Considera-se que o diagnóstico desse linfoma seja complexo devido à falta de sintomas específicos e pela necessidade de diferenciação do tecido. Isto é, identificar se é um linfoma pulmonar primário, se é uma metástase ou se é um câncer de pulmão.
Os exames realizados para identificar o linfoma pulmonar são parecidos com os utilizados para constatar a neoplasia de pulmão. Dessa forma, a pessoa é submetida à avaliação clínica e a testes como tomografia computadorizada de tórax, PET SCAN, cintilografia óssea, ressonância magnética e biópsia do local.
“Para o diagnóstico preciso é fundamental a realização de biópsia, que também pode ser indicada para o estadiamento invasivo”, conta o Dr. Miotto.
Os principais tipos de biópsia pulmonar são a broncoscopia, a guiada por tomografia, videotoracoscopia e mediastinoscopia. Entretanto, em alguns casos é preciso realizar a toracotomia, abertura da parede do tórax. Esse método permite que o profissional tenha uma maior visibilidade do local, consequentemente possibilitando a coleta de mais material. Porém, por outro lado, é um procedimento mais invasivo.
“As biópsias são realizadas preferencialmente pela via menos invasiva, mas consequentemente o material retirado pode ser menor. Com isso, a biópsia nem sempre será correta. Por isso é importante que a indicação da via de biópsia seja precisa para cada paciente”, o médico considera.
Com o material coletado na biópsia, é realizada a análise imunohistoquímica e verifica-se qual o tipo daquela célula. Assim, é possível saber se é linfoma primário, metástase ou câncer de pulmão e, em seguida, planejar o tratamento.
Linfoma pulmonar tem cura?
Sim, é possível curar um linfoma pulmonar. Segundo o Dr. Miotto, isso acontece, especialmente, no caso de pacientes com lesões menores e de crescimento mais lento. Para o linfoma MALT primário de pulmão, a taxa de sobrevida em cinco anos é de cerca de 90%. Entretanto, se forem encontradas lesões fora do pulmão e linfonodomegalia no pulmão (aumento dos linfonodos ), o prognóstico pode ser mais complexo.
O tratamento do linfoma pulmonar pode ser feito por meio de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou imunoterapia. A escolha do melhor tratamento leva em conta se as lesões estão localizadas ou difusas, tamanho e velocidade de crescimento. Sendo que essas terapias podem ser realizadas isoladamente ou associadas.
Para os linfomas indolentes é possível que um tratamento mais conservador seja utilizado juntamente com o acompanhamento médico. Conforme a doença for evoluindo, o médico avaliará a necessidade de um tratamento mais intenso.
“A indicação de tratamento depende do caso de cada paciente. E a probabilidade de curar também varia de caso para caso”, finaliza o Dr. André Miotto.
Eu fui diagnosticada com infiltrado pulmonar
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