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Como a imunoterapia para linfoma funciona?

Imunoterapia para linfoma
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Entenda em quais situações essa terapia é utilizada no tratamento deste câncer e como funcionam os protocolos

Escrito por: Natália Mancini

O uso da imunoterapia para linfoma é uma das abordagens mais recentes e promissoras no tratamento desse tipo de câncer. Atualmente, no Brasil, ela está restrita para linfomas que recidivaram ou foram refratários, pelo menos, à primeira linha de tratamento e para certos casos, como alguns tipos de linfoma não-Hodgkin de células B.

A imunoterapia é um tipo de tratamento oncológico no qual o sistema imunológico do próprio paciente é usado para tratar o câncer. Ao contrário da quimioterapia, na qual são administradas substâncias químicas para atacar as células cancerosas, a imunoterapia funciona potencializando ou bloqueando a defesa do  corpo para que ela combata a doença.

Há alguns tipos de imunoterapia e cada um funciona de uma maneira diferente. Inicialmente, foram desenvolvidos os potencializadores da resposta imune, depois os anticorpos monoclonais, seguido dos imunoconjugados. Depois, vieram os biespecíficos e, mais recentemente, os bloqueadores de checkpoint. 

No caso do tratamento do linfoma, os tipos “mais administrados são os anticorpos monoclonais anti-PD1 e os anticorpos biespecíficos”, o Dr. Jacques Tabacof, líder da Especialidade Linfomas da Oncoclínicas, conta.

Enquanto os anticorpos monoclonais anti-PD1, como o Nivolumabe e o Pembrolizumabe, reativam as células imunológicas do paciente para combater o linfoma, os anticorpos biespecíficos se ligam às células de defesa e às células do linfoma ao mesmo tempo, direcionando os linfócitos T para combater o câncer.

“Esse direcionamento dos linfócitos T induz a morte das células linfomatosas”, o Dr. Tabacof diz.

Indicações da imunoterapia para linfoma

Esta estratégia não é utilizada para todos os pacientes com linfoma, sendo mais comum em casos recidivados ou refratários, ou seja, quando a doença retorna após o tratamento inicial ou não responde às terapias convencionais. 

Apesar disso, há diversos estudos avaliando a possibilidade de utilizar a imunoterapia em fases mais iniciais do tratamento, até mesmo como terapia de primeira linha.

Anticorpos anti-PD1

O especialista detalha que essa terapia pode ser feita para o tratamento do linfoma de Hodgkin (LH) quando o paciente tem uma recidiva após o transplante de medula óssea autólogo (TMO autólogo).

Ilustração representando a imunoterapia para linfoma, mostrando o funcionamento da terapia de combate ao câncer

Porém, o Dr. Tabacof complementa que “estudos recentes mostram que essa medicação pode ser benéfica em fases mais iniciais da doença, como nos regimes de resgate antes do TMO autólogo, e até mesmo como primeira linha de tratamento.”

É válido saber que os anticorpos anti-PD1 podem ser usados isoladamente ou em combinação com quimioterapia

“A combinação de Pembrolizumabe com GVD (Gemcitabina, Vinorelbina e Doxorubicina Lipossomal) mostrou alta eficácia como tratamento de resgate antes do TMO. Além disso, um estudo recente mostrou superioridade da combinação Nivolumabe-AVD (doxorubicina, Vinblastina, Dacarbazina) em comparação com Brentuximabe Vedotina-AVD na primeira linha de tratamento do linfoma avançado”, o médico descreve.

Em relação à disponibilização para a população, o Pembrolizumabe já está aprovado no Brasil para pacientes com mais de três anos com LH clássico recidivado ou refratário e para quem tem linfoma primário de mediastino e está na terceira linha de tratamento. Já o Nivolumabe está aprovado para LH após a realização do TMO e uso do brentuximabe vedotina.

Anticorpos biespecíficos

São usados, principalmente, em pacientes com linfoma difuso de grandes células recidivado ou refratário a, pelo menos, dois tratamentos.

“A imunoterapia com anticorpos biespecíficos está indicada a partir da terceira linha de tratamento para alguns tipos de linfoma não-Hodgkin (LNH). No Brasil, temos o Epcoritamabe aprovado para LNH difuso de grandes células, recidivado ou refratário a duas linhas de tratamento”, o Dr. Tabacof fala.

Gráfico mostrando a ação da imunoterapia para linfoma, destacando a interação da medicação com o sistema imunológico

Porém, o Dr. Tabacof complementa que “estudos recentes mostram que essa medicação pode ser benéfica em fases mais iniciais da doença, como nos regimes de resgate antes do TMO autólogo, e até mesmo como primeira linha de tratamento.”

É válido saber que os anticorpos anti-PD1 podem ser usados isoladamente ou em combinação com quimioterapia

“A combinação de Pembrolizumabe com GVD (Gemcitabina, Vinorelbina e Doxorubicina Lipossomal) mostrou alta eficácia como tratamento de resgate antes do TMO. Além disso, um estudo recente mostrou superioridade da combinação Nivolumabe-AVD (doxorubicina, Vinblastina, Dacarbazina) em comparação com Brentuximabe Vedotina-AVD na primeira linha de tratamento do linfoma avançado”, o médico descreve.

Em relação à disponibilização para a população, o Pembrolizumabe já está aprovado no Brasil para pacientes com mais de três anos com LH clássico recidivado ou refratário e para quem tem linfoma primário de mediastino e está na terceira linha de tratamento. Já o Nivolumabe está aprovado para LH após a realização do TMO e uso do brentuximabe vedotina.

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Efeitos colaterais da imunoterapia para linfoma

Como qualquer tratamento oncológico, a imunoterapia também pode causar reações adversas, que variam conforme o tipo de medicamento utilizado. Os mais comuns incluem reações imunomediadas, que acontecem quando o sistema imunológico ataca órgãos saudáveis, semelhante ao que ocorre em doenças autoimunes.

Figura de um paciente com sintomas de efeitos colaterais da imunoterapia para linfoma, ilustrando a reação do corpo ao tratamento

“O tratamento desses efeitos pode incluir a suspensão provisória ou definitiva da medicação e o uso de corticosteroides ou outros imunossupressores”, ressalta o Dr. Tabacof. 

No caso dos anticorpos biespecíficos, a síndrome de liberação de citocinas é um risco. Ela pode ser tratada por meio de medicamentos, como o tocilizumabe e os corticosteroides.

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