Lipoma pode virar câncer? Há relação com linfoma?
Última atualização em 18 de abril de 2024
É importante entender as diferenças entre o lipoma, que, normalmente, não se torna maligno, e os sinais do linfoma. Isso ajuda a identificar corretamente essas condições de saúde.
É muito comum que o lipoma seja confundido com o linfoma, devido à semelhança dos nomes serem parecidos. Mas, é importante saber que essas doenças não estão relacionadas e quanto à pergunta se o lipoma pode virar câncer, a resposta, para a maioria dos casos, é “não”. Entretanto, embora não seja uma doença maligna, é importante diagnosticar e acompanhar ou tratar o lipoma para que ele não afete a qualidade de vida do paciente.
O que é lipoma?
De acordo com o Dr. Ricardo Motta, cirurgião oncológico do Hcor, lipoma é um acumulado de células de gordura que forma um tumor benigno.
“Na maioria dos casos, os lipomas são inofensivos e não requerem tratamento, a menos que causem desconforto ou afetem a mobilidade”, o Dr. Motta comenta.
O principal sintoma de lipoma é o aparecimento do “caroço” de gordura, que, geralmente, mede de um a três centímetros, porém, em casos raros, podendo atingir mais de 10cm. Normalmente, apresenta uma forma redonda ou oval.
O cirurgião diz que esses “caroços” podem aparecer em qualquer região do corpo que possua tecido adiposo (gordura), mas eles se desenvolvem com mais frequência no pescoço, região do tronco, braços e coxas. Eles também não tendem a causar dor, a não ser que estejam pressionando algum nervo.
Tratamentos para lipoma
Esse quadro pode não exigir tratamento medicamentoso ou cirúrgico. Nos casos em que o lipoma é pequeno e/ou não está crescendo, pode-se optar somente pela observação ao longo do tempo.
Agora, se o paciente estiver com sintomas, desconforto ou preocupação estética, é possível realizar:
- Remoção do lipoma por meio de cirurgia (feita com anestesia local em um ambulatório)
- Aspiração da gordura por meio de agulha fina para reduzir o tamanho do caroço
- Remoção do lipoma por meio de uma pequena incisão e aspiração do conteúdo gorduroso (lipossubstituição)
“Antes de decidir sobre a remoção de um lipoma, é crucial discutir os riscos e benefícios com um médico. Eles podem avaliar o lipoma, considerar os sintomas, a localização e o tamanho, além de discutir as opções de tratamento disponíveis. Em muitos casos, a decisão de remover ou não um lipoma dependerá da preferência do paciente, do desconforto causado e de outros fatores individuais”, o doutor explica.
Lipoma pode virar câncer?
Em geral, para a maior parte dos pacientes, esse tumor benigno não se transforma em um tumor maligno. Entretanto, há alguns casos muito raros em que um lipoma pode sofrer uma mutação e se transformar em um lipossarcoma, que é um tipo de câncer dos tecidos moles.
“É importante observar qualquer mudança no tamanho, textura, dor ou rápida expansão de um lipoma, pois esses podem ser sinais de algo mais sério, como a transformação em um lipossarcoma. Se houver alguma preocupação ou alteração notável em um lipoma, é fundamental consultar um médico para avaliação e possível biópsia para descartar qualquer condição mais séria”, o Dr. Motta orienta.
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Qual a diferença entre lipoma e linfoma?
Além de terem o nome parecido e causarem o aparecimento de “caroços” pelo corpo, essas doenças não têm nada de semelhante. Até mesmo os “caroços” causados por cada uma delas são distintos.
“Essas são condições diferentes e não estão diretamente relacionadas. O lipoma é um tumor benigno composto por células de gordura, como mencionei anteriormente. Geralmente, é inofensivo e não está relacionado ao sistema linfático. Por outro lado, o linfoma é um tipo de câncer que afeta o sistema linfático, que é parte do sistema imunológico”, o médico esclarece.
É importante saber que o linfoma, na verdade, se divide em dois grandes grupos: o linfoma de Hodgkin (LH) e o linfoma não-Hodgkin (LNH), sendo que dentro do grupo do LNH há mais de 80 subtipos de doença. O tratamento pode envolver quimioterapia, radioterapia, imunoterapia e, mais recentemente, a terapia com células T (CAR-T Cell) também entrou para a lista de possíveis protocolos.
“Embora ambos os termos tenham ‘oma’ em sua terminologia, denotando uma espécie de tumor, são condições distintas que envolvem diferentes tipos de células e de sistemas no corpo”, o Dr. Motta afirma.
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Como diferenciar o caroço do lipoma e o caroço do linfoma
O especialista indica alguns fatores que devem ser considerados e avaliados. São eles:
- Consistência: enquanto o caroço do lipoma é macio (como uma massa de gordura), o do linfoma tende a ser mais firme.
- Mobilidade: o lipoma costuma ser móvel e maleável quando pressionado com os dedos. Já o linfoma não é tão móvel e, muitas vezes, adere aos tecidos ao redor.
- Tamanho e crescimento: lipomas tendem a crescer lentamente ao longo do tempo, mas geralmente têm um crescimento estável. Já os linfomas podem crescer mais rapidamente.
- Localização: lipomas são mais comuns em áreas onde há tecido adiposo, como braços, pescoço, costas e coxas. Os linfomas podem surgir em gânglios linfáticos, frequentemente na região do pescoço, axilas ou virilha.
- Outros sintomas: geralmente, no linfoma, o caroço costuma aparecer junto com outros sinais, como febre, perda de peso e suor noturno.
Dr. Motta complementa que “o diagnóstico definitivo geralmente requer exames médicos, como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou biópsia. O médico pode solicitar estes exames para diferenciar um lipoma de um linfoma.”
Ele ainda alerta que “se houver dúvidas sobre um caroço sob a pele, é sempre recomendável procurar um médico para avaliação e diagnóstico preciso.”
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