PTI secundária: o que é, causas e tratamentos
Última atualização em 10 de novembro de 2022
Alguns cânceres, infecções e medicamentos são as principais causas do desenvolvimento dessa doença autoimune
A púrpura trombocitopênica idiopática secundária, popularmente conhecida como PTI secundária, acontece quando a pessoa está com uma doença que causa alterações no seu sistema imunológico, fazendo com que ele passe a destruir as plaquetas do sangue. Em alguns casos, a PTI secundária pode ser curada, mas, em outros, ela somente pode ser controlada – isso vai depender de qual quadro está causando essas alterações.
A púrpura trombocitopênica idiopática (PTI) é uma doença autoimune que se desenvolve quando o próprio corpo passa a enxergar as plaquetas como uma ameaça e começa a atacá-las.
A PTI é dividida em primária e secundária. A primária é quando a PTI é a doença de base, ou seja, a primeira que aparece. Já a secundária acontece quando o paciente tem uma doença e esta passa a causar a PTI.
Principais causas da PTI secundária
De acordo com o Dr. Phillip Scheinberg, hematologista e coordenador da Hematologia do Centro de Oncologia e Hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, as mais comuns são:
- Doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico ou síndrome do anticorpo fosfolipídio.
- Doenças linfoproliferativas, como leucemia linfocítica crônica ou alguns tipos de linfomas.
- Infecções crônicas, como aquelas da Hepatite C, HIV ou H. pylori.
Mas, o Dr. Scheinberg comenta que também é possível que alguns medicamentos causem as alterações imunológicas, que levam à destruição de plaquetas.
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Diagnóstico
O médico conta que, para identificar a PTI secundária, primeiramente, é feita uma análise do histórico clínico e um exame físico da pessoa. Em seguida, o paciente deve fazer avaliações de exame de sangue.
Caso seja identificada uma das doenças que podem estar associadas à PTI secundária, aquelas mencionadas acima, “deve-se levantar, pelo menos, a hipótese de que esse quadro pode ser PTI secundária”, o Dr. Scheinberg explica.
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Tratamento da PTI secundária
Grande parte da terapia para a PTI secundária é controlar/eliminar a doença de base. Então, caso seja, por exemplo, um linfoma, é preciso fazer as intervenções terapêuticas para tratar esse câncer.
Ao controlar a doença de base, a tendência é que a PTI secundária também seja controlada.
“Porém, às vezes, tomamos medidas além de abordar a doença de base. Assim, temos uma subida mais rápida das plaquetas até se controlar a doença de base”, o especialista fala.
A cura da PTI secundária também está relacionada com a doença de base. Então, no exemplo anterior, se o linfoma tiver cura, a PTI também poderá ser curada. Por outro lado, caso ele não tenha, tanto esse câncer, quanto a PTI podem ser controlados por meio de medicamentos, permitindo que o paciente tenha uma boa qualidade de vida.
“A palavra cura, quando vinculada à PTI secundária, está na verdade vinculada à cura de uma dessas doenças. Caso elas sejam curáveis, pode-se curar. Caso sejam crônicas, mas controláveis, com períodos de agudização, podemos controlar a doença, mas não curar. Mas nós conseguimos, muitas vezes, nessas doenças autoimunes e em algumas doenças hematológicas linfoproliferativas curá-las ou, se não, pelo menos colocá-las em remissões em períodos muito prolongados, que acabam beneficiando o quadro de PTI secundária”, o Dr. Phillip Scheinberg finaliza.