Como diagnosticar e tratar o linfoma ósseo
Última atualização em 30 de novembro de 2021
Os sintomas desse câncer costumam ser diferentes dos sinais de outros tipos de linfoma, mas a maneira de descobri-lo e as terapias utilizadas são semelhantes
O linfoma ósseo primário é um subtipo de linfoma não-Hodgkin extranodal, ou seja, que acontece fora dos gânglios linfáticos, acometendo os ossos. Os fatores de risco para essa neoplasia maligna ainda são desconhecidos, mas, sabe-se que atinge mais pessoas entre 50 e 70 anos e se desenvolve, predominantemente, em homens.
O linfoma é um câncer que envolve o sistema linfático, por isso, o mais comum é que ele se desenvolva nos gânglios linfáticos, também chamados de linfonodos. Entretanto, a Drª. Yana Novis, coordenadora da Onco-Hematologia do centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, explica que, em determinadas situações, a doença pode se desenvolver em outros locais. O motivo para isso acontecer é que todos os órgãos e tecidos, incluindo os ossos, são permeados pelo sistema linfático.
Dessa forma, o linfoma ósseo pode se desenvolver, mas isso não acontece com frequência. Por isso, esse câncer é considerado raro, representando menos de 1% de todos os casos de linfoma não-Hodgkin, e é responsável por cerca de 3 a 7% de todos os tumores ósseos primários e, aproximadamente, 5% dos linfomas extranodais.
A Drª. Yana detalha que ele pode acometer, especialmente, o esqueleto axial, por exemplo, os ossos que compõem a caixa torácica e a coluna vertebral. Mas, é possível que a doença ocorra em qualquer osso do corpo. Estudos mostram que o fêmur, a tíbia e o úmero também costumam ser atingidos.
É importante saber que esse tipo de neoplasia é diferente de um linfoma que se desenvolve em outro local e se infiltra nos ossos.
“Em alguns casos, aparece acometimento ósseo junto com o envolvimento de linfonodos. Isso acontece porque a célula doente do linfoma circula por todo o organismo e pode alojar-se em qualquer parte do corpo”, conta a médica.
Quando isso ocorre, significa que o câncer está em um estadiamento mais avançado, já se espalhando pelo organismo. A ideia é semelhante à metástase nos tumores sólidos, mas, no caso do linfoma se chama infiltração e ela pode acontecer, principalmente, nos ossos ou no sistema nervoso central.
Sintomas do linfoma ósseo
De acordo com a Drª. Yana, o paciente pode permanecer sem sintomas por um tempo. Mas, quando eles estão presentes, geralmente, são: dor óssea localizada e aparecimento de fraturas sem motivo aparente (fraturas patológicas).
Certas pessoas ainda podem manifestar os chamados sintomas B, que incluem: febre, perda de peso e sudorese noturna.
Linfoma, um diagnóstico desafiador
Pacientes com este câncer chegam a demorar meses e até anos para receber um diagnóstico correto
Diagnóstico
A suspeita se dá por meio de algum exame de imagem. Inicialmente, uma radiografia simples pode ser solicitada para avaliar as queixas iniciais do paciente. Caso alguma alteração seja identificada, o médico pode pedir mais um exame de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Se o resultado confirmar a presença de alguma lesão, é feita uma biópsia do local.
“A confirmação é feita com a biópsia com anatomopatológico e imunohistoquímico da lesão suspeita”, a especialista diz.
Tratamento para linfoma ósseo
O método utilizado é similar ao administrado para o tratamento de linfoma não-Hodgkin no geral.
“É feito com imunoterapia combinado com quimioterapia. O imunoterápico mais comumente usado é o Rituximab, um anticorpo contra o CD20 presente nos linfócitos do linfoma”, a Drª. Yana informa.
O protocolo de quimioterapia realizado é o R-CHOP, que contém as drogas Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Vincristina e Prednisona.
A médica complementa falando que, em casos selecionados, a radioterapia tem papel fundamental no tratamento desse tumor ósseo.
Justamente devido ao local que esse câncer acontece, há a possibilidade do paciente ter algumas complicações. Por exemplo, fraturas ou dor de difícil manejo. O esperado é que a terapia minimize esses riscos, mas é preciso ter alguns cuidados especiais.
A especialista orienta que “o maior cuidado a ser realizado, seguindo recomendações do médico que acompanha o caso, é o fortalecimento muscular e realização de atividade física supervisionada por um profissional treinado. ”
Imunoterapia: o que é e como funciona
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Linfoma ósseo primário x sarcoma de Ewing
O sarcoma de Ewing também é um câncer que se desenvolve nos ossos, mas também pode ocorrer em partes moles em volta dos ossos. Entretanto, diferentemente do linfoma ósseo, ele atinge, principalmente, crianças, adolescentes e adultos jovens (menos de 30 anos). Mas, por ambos acometerem locais semelhantes, no momento do exame de imagem, as duas doenças podem ser confundidas.
A Drª. Yana Novis pontua que a diferenciação somente é possível por meio da biópsia da lesão.
No caso do sarcoma de Ewing, o tratamento também é feito com poliquimioterapia, mas contendo outras drogas. Além disso, pode ser feita a retirada do tumor por cirurgia associada, ou não, à radioterapia.
Boa noite. No meu diagnóstico falava em lesão óssea no ilíaco. Depois já falava em LNH de grandes celulas B.
Fiz 6 ciclos de quimioterapia e vou fazer o Pet, pois a médica acha que não há necessidade de mais sessões de quimioterapia.
Também não recomendou radioterapia. Ainda tenho dificuldade de mobilidade na perna esquerda , apesar da fisioterapia. Será que é aconselhável procurar segunda opinião?