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Infecção no cateter: causas, perigos e tratamento

Infecção no cateter
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Última atualização em 27 de junho de 2023

 A cantora Preta Gil contou que teve uma sepse, provavelmente, devido ao seu cateter e precisou adiar seu tratamento. Esse tipo de quadro pode ser perigoso, mas há medidas que podem ser tomadas para evitá-lo e tratá-lo

Contrair uma infecção no cateter é um quadro razoavelmente frequente em pacientes com câncer e pode acontecer por alguns motivos. É fundamental evitar que isso ocorra, pois uma infecção tende a ser bastante perigosa, podendo causar até mesmo uma sepse. Além disso, diante dessa situação pode ser necessário atrasar ou interromper o tratamento oncológico, impactando no resultado da terapia. 

O cateter é um equipamento que possibilita acessar as veias do paciente para administrar um medicamento ou para coletar exames. Há alguns tipos e o mais adequado para cada caso varia de acordo com o procedimento realizado e com o tempo que ele precisará ficar implantado. 

A Drª. Mariana Oliveira, onco-hematologista da Oncoclínicas em São Paulo, explica que o cateter pode ser uma porta de entrada para bactérias, que causam infecções, e que isso acontece com uma frequência relativamente comum, ocorrendo em 10 a 30% dos casos.

 Há dois principais motivos que podem causar infecção no cateter. O primeiro é porque, para colocar o cateter, é preciso “romper” a pele e isso facilita que bactérias que estão ali presentes entrem no corpo. Já o segundo, é devido a imunidade dos pacientes estar mais baixa (imunossupressão) por conta do câncer ou dos tratamentos. 

“Além disso, a quebra de barreiras mucosas (mucosite), o trauma causado no vaso sanguíneo e tecidos próximos ao vaso também predispõem ao risco de infecção”, a médica informa.

Risco de contrair infecção no cateter

Dentre os fatores que aumentam a probabilidade de contrair uma infecção estão o tipo de catéter, o tipo de câncer, como nos casos das leucemias, e os cuidados com o dispositivo.

De acordo com a Drª. Mariana, os cateteres periféricos ou tunelizados têm um risco maior em comparação com os que ficam totalmente implantados. Isso acontece justamente porque os primeiros tipos ficam com uma parte inserida na veia e, a outra, fica para fora do corpo.

Cateter venoso central

Já os “cateteres totalmente implantados têm risco de infecção menor, pois após a passagem, a pele é fechada (suturada) com pontos, isolando assim o catéter do meio externo”, a médica complementa.

Em relação aos cuidados, há alguns hábitos e maneiras de como evitar infecção no cateter, como:

  • Evitar manipular os cateteres externalizados e, quando o fizerem (por exemplo, para proteger para o banho e etc), higienizar bem as mãos antes.
  • Estar atento e seguir os dias de troca de curativo e manutenção do cateter e
  • Não deixar que o cateter seja manipulado por profissionais de saúde não habilitados.
Leia também:

Sintomas de infecção no cateter

  • Dor, calor e vermelhidão no local do cateter
  • Presença de secreção purulenta
  • Febre
  • Tremores 
  • Calafrios e 
  • Hipotensão

Quando o cateter está infeccionado, o que acontece?

Por conta da imunossupressão, há uma maior probabilidade do paciente oncológico desenvolver quadros mais graves da infecção. Isso pode, inclusive, causar uma sepse e fazer com que seja necessário interromper ou adiar o tratamento do câncer. 

Conceito de imunossupressão

“Sepse é uma reação inflamatória ‘exagerada’ no organismo causada por infecções em qualquer parte do corpo, inclusive por infecções no catéter. Na sepse, esta reação inflamatória pode levar à falência de múltiplos órgãos”, a Drª. Mariana esclarece. Ela complementa ressaltando que nem toda infecção no cateter causa sepse, mas, no caso dos pacientes imunossuprimidos e/ou neutropênicos, o risco é maior.

A médica ainda pontua que outra preocupação é que, para fazer o tratamento da infecção, pode ser necessário interromper o tratamento oncológico, o que não é desejável. 

Foi o que aconteceu com a cantora Preta Gil, que está tratando um câncer de intestino, no final de março de 2023. No dia 22 daquele mês, a cantora se sentiu mal enquanto estava em casa e foi orientada, pelos seus médicos, a ir para o hospital. No dia seguinte, Preta sofreu um choque séptico (ou septicemia), causado por uma bactéria que, provavelmente, entrou no corpo por meio do catéter. 

“Existem algumas possibilidades para que essa bactéria tenha entrado no meu organismo, a mais latente, a que mais os médicos acham, foi através do meu cateter. Tinha um cateter que eu fazia quimioterapia e eles acham que pode ter sido por ali. A gente fez um exame no cateter e viu que ele tinha essa bactéria”, ela contou em um vídeo no seu instagram.

Para controlar e tratar a infecção, a cantora precisou interromper a quimioterapia, além de ter ficado internada por um período e ter tido sequelas no pulmão. Depois que a sepse estava curada, a artista passou por uma reabilitação e, em maio, ela retomou o tratamento oncológico, realizando algumas sessões de radioterapia e quimioterapia oral. 

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Como tratar infecção no cateter

Antibióticos para tratar infecção no cateter

“Pode ser necessário a remoção do cateter, outra opção é o tratamento com antibióticos endovenosos e, em alguns casos, pode ser feito lock com antibióticos (deixa-se uma quantidade de antibiótico dentro do lúmen do cateter e é realizado a troca em intervalos regulares)”, a Drª. Mariana Oliveira diz.


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