Evite a fadiga oncológica
Última atualização em 28 de julho de 2021
90% dos pacientes declaram sentir cansaço extremo e exaustão. Mas é possível tratar
Por Tatiane Mota
O diagnóstico de um câncer traz importantes mudanças para o paciente, que podem ser físicas e também mentais. Medo, ansiedade, estresse são alguns dos sentimentos que podem surgir no momento da notícia, durante e até mesmo após o tratamento. As opções terapêuticas, como quimio, radioterapia e imunoterapia, essenciais para o controle e a cura da doença, também podem causar diferentes reações adversas, como a queda do cabelo, enjoos.
Mas uma reação está ligada com a mente e o corpo: a fadiga oncológica, descrita por muitos pacientes como um cansaço extremo ou sensação de exaustão. Entretanto, aqui é necessário fazermos uma observação – sentir-se cansado/exausto após um longo dia de trabalho, estudos, cuidados com a casa é absolutamente normal. Agora, quando fala-se de fadiga, esta sensação é duradoura e pode persistir ao longo da semana toda, por exemplo, independente da realização ou não de atividades.
De acordo com Lais Fonseca, fisioterapeuta coordenadora assistencial da equipe multidisciplinar do IBCC Oncologia, o próprio tratamento do câncer pode causar fadiga.
“As terapias causam efeitos no metabolismo energético muscular, que predispõem à redução na capacidade de gerar força muscular. Outras causas também podem estar relacionadas à ocorrência da fadiga, como alterações da qualidade do sono, estresse e a necessidade de períodos de internação hospitalar”, explica.
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Impactos da fadiga oncológica no dia a dia
Sentir-se fadigado pode ser bastante prejudicial e afetar a qualidade de vida, afinal, as atividades cotidianas sofrerão consequências. O paciente tende a deixar de praticar qualquer atividade física e passa a ter uma redução da autoestima, autocuidado, além de diminuição da concentração e memória.
“A fadiga relacionada ao câncer é reportada por até 90% das pessoas que são submetidas ao tratamento oncológico. Mas é possível realizar
abordagens interdisciplinares que auxiliam a controlar estes sintomas e evitar o impacto no dia-a-dia. Tais recursos podem ser farmacológicos (uso de medicamentos, por exemplo) ou não farmacológicos, e ocorrem de acordo com a indicação do médico responsável pelo tratamento”, comenta Laís.
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Como tratar a fadiga oncológica?
O atendimento multidisciplinar, ou seja, com o envolvimento de profissionais das diferentes áreas da saúde, será essencial para o controle da fadiga. São eles:
Fisioterapeuta – Podem ser propostos exercícios terapêuticos ativos livres (quando o paciente realiza sem ajuda), ativos assistidos (o paciente terá o auxílio do terapeuta) ou ativos resistidos (é aplicada resistência para incrementar a força muscular). Os exercícios respiratórios, de equilíbrio e coordenação também são opções que podem ajudar bastante.
“Estes programas são definidos individualmente, respeitando as condições clínicas e físicas de cada paciente. A frequência de realização também é um ponto definido pelo profissional”, diz a fisioterapeuta.
Terapia ocupacional – O objetivo é orientar e adaptar as atividades diárias, como alimentação e higiene, aos exercícios profissionais. Podem ser indicados o uso de instrumentos que auxiliam as tarefas, além de propor técnicas de conservação de energia e intervalos entre as atividades, para evitar a fadiga.
Psicólogo – É essencial entender e cuidar dos impactos emocionais do adoecimento, que podem causar a fadiga no paciente e até mesmo no seu meio familiar e social. Nos atendimentos serão ofertados manejos para lidar com situações de estresse, ansiedade, medo, dentre outros sentimentos.
Nutricionista – A alimentação também é ponto chave para controle da fadiga. A anemia é um dos sintomas mais presentes no paciente com câncer e que precisa de atenção, assim como a desidratação e desnutrição. E tais situações podem levar o paciente a sentir o “cansaço extremo”. Por isso, alimentar-se bem e de forma balanceada será fundamental durante e após o tratamento.
Onco-Hematologista – Além de definir qual a melhor opção terapêutica para ajudar no controle da fadiga, o médico também poderá indicar opções medicamentosas ao paciente, se assim achar válido.
“A adesão às propostas terapêuticas da equipe multidisciplinar é primordial para o manejo adequado da fadiga e a redução do seu impacto na qualidade de vida e do tratamento. Durante o período de pandemia, sabemos que há dificuldade no comparecimento aos serviços de saúde, mas é possível fazer algumas adaptações, como vem acontecendo com os atendimentos virtuais e vídeos de orientação. Mantenha-se ativo!”, finaliza Lais.
Estou com dormência nos braços e pernas, falta de apetite, dor nas costas
Olá, Sandra, como vai?
A senhora é paciente oncológica? Se sim, é muito importante que converse com o(a) seu(sua) oncologista para que ele(a) possa fazer alguns exames, identificar o que está causando esses sintomas e indicar a melhor forma de tratá-los! Por conta da falta de apetite, também indicamos que procure um(a) nutricionista especialista em Oncologia, para que esse(a) profissional possa identificar se a senhora está com alguma necessidade nutricional e te orientar corretamente!
Abraços!