Como é o mielograma de pacientes com mieloma múltiplo?
Última atualização em 13 de setembro de 2023
Ele é solicitado quando há forte suspeita dessa doença e ela é confirmada caso seja identificada a presença de mais de 10% de plasmócitos clonais
O resultado do mielograma de pacientes com mieloma múltiplo é indispensável para fechar o diagnóstico. Para a maioria dos casos, ele é obrigatório, mas para algumas situações específicas, ele pode ser substituído pela biópsia de medula óssea. Geralmente, esse teste não é realizado ao longo do tratamento para avaliar a resposta à terapia, pois isso pode ser feito por meio de exames não invasivos.
“O mielograma é um procedimento realizado pelo hematologista, no qual o hematologista acessa a medula óssea e ele é utilizado para realizar diagnósticos hematológicos, seja diagnósticos benignos ou malignos”, explica o Dr. Ederson Roberto de Mattos, médico hematologista do Hospital Amaral Carvalho.
No caso do mieloma múltiplo (MM), essa avaliação pode ser pedida quando o médico tem uma forte suspeita de que a pessoa possa estar com essa doença. Essa suspeita pode acontecer quando o indivíduo apresenta lesões líticas difusas, anemia, insuficiência renal e exames com resultados alterados.
“Por exemplo, exame de sangue, como eletroforese de proteína sérica com imunofixação considerando clonalidade, ou seja, que há a presença de anticorpos monoclonais circulando no sangue periférico ou na urina. Então, a eletroforese de proteína urinária e imunofixação são testes que podem ajudar a levantar a suspeita. Há também um outro exame, que é a relação de cadeias leves Kappa Lambda e pode levantar um alto grau de suspeita para o diagnóstico de MM. Nesses casos, o hematologista procede com o mielograma”, o Dr. Mattos descreve.
Ele ressalta que todos esses exames, sinais e sintomas podem ajudar a levantar uma suspeita, mas que, para fechar o diagnóstico de mieloma múltiplo, é obrigatório realizar o mielograma.
O que é mielograma?
Ele também é conhecido como “punção aspirativa da medula óssea” e é um exame utilizado para avaliar o funcionamento da medula óssea, ou seja, para analisar se a medula está produzindo as células sanguíneas de maneira saudável.
Esse teste é realizado da seguinte forma:
- O paciente recebe uma anestesia local, na região onde será feito o mielograma;
- Faz-se uma punção da medula óssea (como a medula se encontra dentro de alguns ossos, utiliza-se uma agulha específica para alcançar a parte interna do osso);
- O material coletado vai para análise em um laboratório.
O mais comum é que a punção seja feita no osso esterno (tórax), crista ilíaca (bacia) ou, no caso de crianças, na tíbia.
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Mielograma de pacientes com mieloma múltiplo
De acordo com o Dr. Mattos, para identificar o MM, o resultado desse exame deve demonstrar uma infiltração por plasmócitos clonais maior que 10%. “Você pode ter, 50%, 60%, 70%, 80% ou 90%, mas se estiver descrito que há mais de 10% de plasmócitos clonais no mielograma, já se faz o diagnóstico de mieloma.”
A única situação em que o mielograma pode não ser o teste mais indicado é se o paciente tiver algum grau de fibrose medular. Nessas situações, deve-se utilizar a biópsia de medula óssea.
O doutor esclarece que a biópsia é um exame diferente do mielograma, pois, nele retira-se um fragmento do osso, enquanto, no mielograma, é feita a coleta de uma pequena quantidade de sangue da medula óssea.
Uma pesquisa realizada pela Abrale em 2023 com 164 pacientes com MM identificou que 33% tiveram dificuldade de acessar exames específicos. Contudo, o Dr. Mattos diz que não era para as pessoas terem dificuldade, já que, normalmente, esse é um exame rápido.
“Em teoria, o mielograma é um exame fácil, ele é mais fácil que a biópsia de medula óssea. Não era para não ter um acesso difícil ao mielograma, nem no sistema público, nem no privado. É um exame que pode ser realizado, na maior parte das vezes, em cinco minutos e não é para haver uma dificuldade para a realização desse exame”, o especialista considera.
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Mielograma para acompanhar o tratamento
A forma de avaliar a resposta do paciente à terapia pode variar de hospital para hospital, mas o mais comum é não se utilizar o mielograma para fazer esse acompanhamento. Isso acontece pois há outros exames que são menos invasivos e permitem realizar uma boa avaliação da resposta. Os testes mais realizados são a eletroforese de proteína sérica urinária, imunofixação ou relação de cadeias leves.
Isso vale para pacientes que são secretores de proteínas.
Já para quem não é secretor, que são casos raros, a mielograma tende a ser o exame escolhido para acompanhar a resposta ao tratamento.
“Há alguns outros pontos em que o mielograma pode ser indicado, como em pesquisa clínica para reavaliação de doença residual mínima. Além disso, alguns serviços podem querer fazer uma reavaliação de mielograma antes do transplante de medula óssea, ou ao final do tratamento, mas isso não é uma obrigatoriedade.”, o Dr. Ederson Roberto de Mattos fala.
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Olá, Laisa, como vai?
Nós indicamos que a senhora retorne ao(à) médico(a) que solicitou esse exame para que ela possa fazer uma análise completa desse resultado e te dizer exatamente o que ele significa.
Abraços!