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O que é o tratamento de manutenção contra o câncer? Entenda

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Por que é preciso fazer um tratamento de manutenção mesmo quando o câncer entrou em remissão? Saiba mais

Escrito por: Juliana Matias

Quando o câncer entra em remissão, o próximo passo no tratamento pode ser a terapia de manutenção. Mas por que é preciso fazer um tratamento de manutenção mesmo quando o câncer entrou em remissão? Essa matéria explica os motivos. 

O que é o tratamento de manutenção? 

O tratamento de manutenção, segundo Otávio Baiocchi, head do Centro de Linfoma e Mieloma do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é feito para impedir ou diminuir as chances do câncer voltar. O tratamento do câncer, normalmente, é iniciado com a terapia de indução, que pode ser feita com três ou mais quimioterápicos. 

Já as terapias de manutenção, normalmente, são feitas com um número menor de medicamentos. Além disso, esse tipo de terapia, “com algumas exceções, não é feito com quimioterapia. Na maioria das vezes, são feitos com imunoterapia, de maneira geral”, conta.

A imunoterapia é um conjunto de terapias que fazem uso de algum fator do sistema imunológico do próprio paciente para tratar o câncer. No tratamento oncológico, enquanto a quimioterapia está relacionada com produtos e substâncias químicas que atacam as células cancerosas, a imunoterapia potencializa ou bloqueia processos do próprio sistema imunológico da pessoa para fazer com que ele passe a atacar o câncer.

Essas drogas são mais bem toleradas, em comparação com a quimioterapia tradicional. Por serem menos tóxicas que os quimioterápicos é que as imunoterapias são utilizadas no tratamento de manutenção. “A quimioterapia é muito tóxica para fazer essas manutenções. Então, geralmente, você tem que parar essa terapia antes por efeitos colaterais”, explica Baiocchi.

O tratamento de manutenção tem efeitos colaterais?

Isso não significa que a terapia de manutenção não tenha efeitos colaterais. Segundo o especialista, os sintomas adversos mais comuns são: citopenias, ou seja, baixa do número das células do sangue, seja anemia, leucopenia, ou plaquetopenia.

Além disso, “a manutenção do tratamento por um tempo longo aumenta as chances de efeitos colaterais, mesmo sendo em doses menores ou com menos drogas que na indução”, lembra Baiocchi.

Para evitar efeitos colaterais, o especialista explica que é necessário utilizar imunoterapias com alvos mais específicos para cada tipo de tumor. “Quando eu uso drogas mais específicas contra aquele tumor, eu tenho menor chance de efeitos colaterais. Se eu uso drogas menos específicas, eu tenho maior chance das chamadas citopenias”, relata Baiocchi.

O médico ainda ressalta que a terapia de manutenção deve ser utilizada por um tempo finito e, caso a doença volte, é necessário mudar o tratamento. “Se eu estou fazendo uma terapia de manutenção e a doença volta, tenho que parar aquela terapia e matar a doença de novo. Ou se estou fazendo uma terapia de manutenção e esse paciente tem um efeito colateral, paro também a manutenção”, afirma.


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