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Veja os Destaques do Congresso ASH 2023

médico apresentando no ash 2023
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Última atualização em 19 de fevereiro de 2024

Principais estudos destacam novos horizontes no tratamento de condições hematológicas, desde terapias avançadas para linfomas até abordagens promissoras para leucemias, moldando o futuro da Hematologia

Escrito por: Natália Mancini

O Congresso da Sociedade Americana de Hematologia (ASH) 2023 aconteceu em dezembro do ano passado e reuniu mais de 30 mil profissionais da área para apresentar e discutir as novidades e avanços na área da Hematologia e Onco-hematologia. Alguns estudos foram especialmente destacados por renomados médicos. Vamos explorar os principais insights compartilhados durante o congresso.

No ASH de 2023 não apenas foram apresentados avanços emocionantes, mas também foi apontado que a hematologia e onco-hematologia têm um futuro promissor, inspirando esperança e inovação na comunidade médica global.

1. Terapia CAR-T para mieloma múltiplo (MM)

O Dr. Vanderson Rocha, professor titular de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular da Faculdade de Medicina da USP e coordenador nacional de terapia celular da Rede D’Or São Luiz, destaca informações empolgantes sobre a terapia CAR-T para o tratamento do mieloma múltiplo

Embora ainda não disponível no Brasil, há expectativas da chegada dessa opção terapêutica nos próximos anos. Apesar de ser um esforço vindo, principalmente, das farmacêuticas, também há esforços para que o Sistema Único de Saúde (SUS) também consiga produzi-las. 

O Dr. Rocha fala especificamente sobre um estudo que foi realizado com pacientes que já haviam feito oito linhas de tratamento, antes de serem submetidos à terapia com CAR-T.

Ele aponta que as respostas apresentadas foram animadoras, embora alguns pacientes apresentaram efeitos colaterais, como a síndrome da liberação de citocinas.

2. Leucemia mieloide crônica (LMC): novas perspectivas de tratamento

A Dra. Carla Boquimpani, líder de hematologia do Grupo Oncoclinicas, aborda a perspectiva de tratamento para pacientes de LMC que não respondem adequadamente às linhas iniciais. 

Ela destaca o ponatinibe como uma solução para pacientes que não respondem bem aos outros tratamentos, especialmente aqueles com a mutação T315I. 

Além disso, a Drª. Boquimpani também fala que o asciminibe mostrou vantagens sobre o bosutinibe, oferecendo uma alternativa promissora para pacientes resistentes a outros inibidores, com boa tolerância e efeitos colaterais controláveis.

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3. CAR-T NK

O Dr. Renato Tavares, médico hematologista e membro do Comite Científico da ABHH e diretor de Comunicação da ABHH, Comitê Científico da Abrale, comenta sobre os avanços na terapia CAR-T NK, utilizando células do cordão umbilical. 

Essas células, após passarem por engenharia genética, mostraram menor propensão a respostas adversas comuns em outras terapias CAR-T. 

Além disso, o autor destaca que há perspectiva de aplicação dessa terapia em tumores sólidos, representando uma emocionante área de desenvolvimento.

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4. Mieloma múltiplo: novas combinações terapêuticas

O Dr. Angelo Maiolino, vice-presidente da ABHH, fala a respeito de novas combinações terapêuticas para o tratamento de primeira linha no mieloma múltiplo. A combinação de isatuximabe com carfilsomibe, lenalidomida e dexametasona demonstrou vantagens significativas. 

Essas vantagens trazem esperança de que as drogas e a combinação terapêutica sejam aprovadas no Brasil.

5. Leucemia mieloide aguda (LMA): avanços em fertilidade

O Dr. Eduardo Rego, coordenador da Hematologia da Oncologia D’or e professor titular de Hematologia da FM-USP, compartilha um estudo relevante sobre fertilidade dos pacientes em tratamento para a  leucemia promielocítica aguda (LPA). 

Até então, não se tinha muita informação a respeito da fertilidade de homens e mulheres que eram submetidos aos protocolo de tratamento com trióxido de arsênico e ATRA (ácido trans retinóico). Porém, este estudo, feito com 60 pessoas (30 homens e 30 mulheres), demonstrou que a terapia pode não afetar a fertilidade dos pacientes, já que aconteceram 12 gravidez.

Vale ressaltar que não foi feito nenhum tratamento hormonal ou fertilização in vitro, as gravidezes foram naturais.

“É um número pequeno, mas isso traz uma mensagem de segurança para os homens e mulheres”, o Dr. Rego considera.

Ele também ressalta um estudo que avaliou um novo medicamento, inibidor de menina (uma proteína), associado à azacitidina + venetoclax. O Dr. Rego diz que foram apresentadas taxas de remissão notáveis.

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6. Linfomas: Variedades Regionais e Estratégias Inovadoras

O Dr. Carlos Chiattone, renomado professor de medicina da Santa Casa de São Paulo, aborda as diferenças epidemiológicas dos linfomas na América Latina em comparação com a América do Norte e a Europa.

Ele ressalta o aumento da incidência de linfomas associados ao vírus EBV na América Latina.

Em relação aos linfomas não-hodgkin (LNH), o Dr. Jayr Schimidt, Líder do Centro de Referência em Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo Cancer Center, fala sobre dados de vida real robustos que foram apresentados em relação à terapia CAR-T no tratamento do linfoma folicular, revelando taxas de resposta notáveis.

Já o Dr. Nelson Hamerschlak, hematologista e coordenador de Hematologia e Transplante de Medula do Hospital Israelita Albert Einstein, aponta duas estratégias para linfomas agressivos que se destacaram: a terapia CAR-T Cell e os anticorpos biespecíficos. Essas abordagens são promissoras para casos que não respondem ou têm respostas limitadas aos tratamentos convencionais.

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