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Incidência do mieloma múltiplo no Brasil

Incidência de mieloma múltiplo no Brasil
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Última atualização em 27 de abril de 2023

INCA responde Abrale sobre as estimativas desse tipo de câncer, tido como raro, não entrarem em seu relatório estatístico

A incidência do mieloma múltiplo no Brasil ainda é um dado incerto, já que não há uma estimativa oficial que analise a quantidade de casos que são diagnosticados anualmente. Durante muito tempo, esse câncer foi considerado raro, mas tendo como base as estatísticas internacionais, é possível perceber um aumento nos casos.

O Dr. Angelo Maiolino, hematologista especialista em mieloma e vice-presidente da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH), explica que para tentar identificar a incidência do mieloma múltiplo (MM) no Brasil, é feita uma comparação com dados de outros países, especialmente dos Estados Unidos da América (EUA).

“Como o MM não é uma doença de notificação compulsória no nosso país, os dados são muito estimados mesmo. A gente faz praticamente um cálculo baseado nos dados oficiais dos EUA, dados globais e por população e calculamos o número para o Brasil”, o Dr. Maiolino descreve. Ele ainda complementa informando que, com base nesse cálculo, a quantidade de casos de MM no Brasil deve ser de 7.500 mil a 10 mil novos diagnósticos, por ano.

Mieloma múltiplo é raro?

De acordo com o hematologista, o mieloma múltiplo é raro, já que corresponde a menos de 1% de todos os tipos de câncer. “Ele está quase no limite de não ser raro, bem na faixa”, comenta. Porém, ele diz que há uma tendência de aumento na quantidade de casos dessa doença, que pode ser percebido por meio da análise dos dados internacionais.

Quantidade de pessoas que têm mieloma múltiplo no Brasil

“Nos países ocidentais, a  cada ano, se registram mais novos casos. Os dados internacionais são confiáveis, porque há uma notificação compulsória e, indiscutivelmente, vemos um aumento progressivo de casos. No Brasil, vamos por comparação, então não haveria o porquê não ter também. Qual é a razão disso? A população está envelhecendo, se a pessoa vive mais – vive até os 80, 85, 90 anos – o risco de ter MM é maior”, o especialista explica. 

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INCA responde à Abrale sobre incidência do mieloma múltiplo no Brasil

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) é o órgão responsável por desenvolver e coordenar ações integradas para a prevenção e controle do câncer no país. Dentre as atividades realizadas por ele, está a criação do relatório “Estimativa Incidência de Câncer no Brasil”, no qual é feita uma previsão de quantos casos devem ser diagnosticados nos próximos anos. Entram nesse relatório os principais tipos de tumores, porém o mieloma múltiplo não se encontra nessas estatísticas.

Estimativa de casos de câncer no Brasil

No dia 02/03/2023, a Abrale enviou um Pedido de Acesso à Informação, por meio da Plataforma “Fala.BR”, solicitando uma explicação do porquê o MM não entra nesse relatório. 

O órgão nos respondeu dizendo que “o câncer de mieloma múltiplo (C90.0) é uma doença rara, de baixa magnitude, o que fragiliza o cálculo de estimativas. Projeções baseadas em pequenos números estão sujeitas a variações aleatórias que podem conduzir a resultados espúrios.”

Além disso, na resposta, o INCA também indicou que informações relacionadas à quantidade de casos diagnosticados podem ser encontradas no Registro de Câncer de Base Populacional (RBPC) nas cidades que realizam esse registro. 

No dia 17/03 entramos em contato diretamente com a Divisão de Vigilância e Análise de Situação (DICA), do INCA, ressaltando a importância do mieloma múltiplo ser incluído no relatório de estatísticas e solicitando alguns esclarecimentos. 

Foi nos respondido que, devido à solicitação da Abrale, o órgão analisará a possibilidade de incluir a estimativa desse câncer no próximo relatório.

“A despeito de nossas preocupações com a precisão da estimativa, sendo o mieloma múltiplo um tumor raro, registramos a demanda da ABRALE para discussão sobre o tema na elaboração da próxima estimativa”, o responsável afirmou.

Análise RBPC

Apesar de grande parte dos estados brasileiros possuírem o RBPC, poucos dados são recentes. Muitas informações são de 2008, 2010 ou 2014 e as mais recentes são de 2017. 

O INCA nos explicou que, devido ao fato do câncer ser uma doença crônica de evolução lenta e progressiva, as mudanças são observadas em décadas. “Portanto, não há prejuízo em utilizar informações com um intervalo de tempo entre cinco e 10 anos.”

Registro de Câncer

De acordo com os dados do RBPC, estes foram os diagnósticos de mieloma múltiplo e neoplasia maligna de plasmócito (CID C 90.0). É importante ressaltar que, devido ao fato dos dados de cada estado/cidade serem de períodos diferentes, não é possível fazer uma comparação de qual local teve uma maior incidência.

Quantidade de casos de mieloma múltiplo no Brasil

Por que é importante saber qual a incidência do mieloma múltiplo no Brasil?

Entender a incidência, e principalmente se há uma tendência de aumento ou diminuição de casos, é essencial para que o governo possa saber quantos e quais recursos são necessários tanto para o diagnóstico precoce, quanto para o tratamento dos pacientes. Dessa forma, é possível planejar e oferecer um atendimento eficaz e de qualidade. 

Acesso tratamento mieloma múltiplo

Além disso, todo o trabalho da Abrale é baseado nos dados oficiais para que pssamos entender como é a jornada das pessoas com mieloma e em quais pontos eles estão precisando de ajuda. Os dados também são uma importante ferramenta para trabalharmos o Advocacy e ajudar no desenvolvimento de Políticas Públicas. 


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Bom dia. Meu nome é Adolfo José Do Coutto Mendonça (21)99469-7278, tenho 64 anos, moro na cidade de Maricá-RJ, e trabalho desenvolvendo resgate de benefícios negados pelo INSS e tenho que verificar as diversas patologias que me aparecem todos os dias, através do CID delas, e poder entender. Portanto, agora me bati com essa informação e como possivelmente me vejo nesse contexto de possível haver a mesma MM em meu corpo (pele) diversos lugares. Me vi atencioso nesta informação e gostaria de saber mais, e, talvez passar por uma consulta e também me colocando como paciente EXPERIMENTAL dos possíveis medicamentos para sua cura ou amenização dela, pois, pode ser que eu tenha, e, me vejo muito incomodado com essas lacerações da pele que me acontecem. Solicito atenciosamente que me vejam, sim, possível paciente dela. Grato

Muito bom!

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