Como os tipos de linfoma se comportam em jovens, adultos e idosos
Última atualização em 5 de setembro de 2024
Esse câncer pode se desenvolver independente da idade da pessoa, porém, em cada faixa etária, ele apresenta certas especificidades
O linfoma é uma neoplasia maligna que acontece no sistema linfático quando os linfócitos, células que auxiliam na defesa do corpo, sofrem uma mutação. Com isso, eles se tornam malignos, perdendo sua função e passam a se multiplicar de forma muito rápida e descontrolada.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o linfoma de Hodgkin é mais comum entre as pessoas que têm de 15 a 39 anos e após os 75. Enquanto que o risco do linfoma não-Hodgkin acontecer, aumenta conforme se envelhece.
Tipos de linfoma mais comuns em cada idade
“O desenvolvimento do linfoma de Hodgkin em jovens parece depender do Vírus Epstein Barr (EBV), que está presente na maioria dos pacientes”, conta o Dr. Celso Massumoto, médico onco-hematologista e coordenador do Serviço de Transplante de Medula óssea do Hospital 9 de julho.
O subtipo de linfoma em crianças e adolescentes mais comum são os de grande células B, sendo que o linfoma de Burkitt é o principal representante. Essa doença significa 40% dos cânceres linfáticos nessa faixa etária, acometendo, principalmente, meninos com idade entre 5 e 10 anos. O segundo mais frequente é o linfoma Difuso de Grandes Células B, correspondendo a 15% dos diagnósticos.
Já o linfoma em idosos e adultos, de acordo com o Dr. Massumoto, está mais relacionado às mutações genéticas que acontecem ao longo da vida. Somente em casos mais raros há a presença do EBV.
Sintomas de linfoma
Além da presença dos linfonodos aumentados, coceira e febre, há alguns sinais, dependendo da idade, que são muito relevantes. “Os sintomas variam nas diferentes faixas etárias”, diz o onco-hematologista.
Nas crianças, a perda de apetite é uma manifestação muito indicativa e deve acionar o sinal de alerta dos pais. Enquanto que nos jovens, é possível que sinais mais fortes demorem mais para aparecer. Por outro lado, nos idosos, o cansaço e a perda de peso são os sinais mais presentes e significativos.
Diagnóstico de linfoma
Os métodos utilizados para identificar esse câncer não se alteram devido à faixa etária. O primeiro exame que é realizado é o hemograma completo. Em seguida é feita uma biópsia do linfonodo que está aumentado ou do órgão que está acometido pelo linfoma.
É comum que o especialista também solicite uma tomografia computadorizada e a biópsia de medula para chegar ao diagnóstico completo.
Agressividade de acordo com os tipos de linfoma e faixa etária
Além do tipo de linfoma influenciar se ele terá um comportamento mais agressivo ou indolente, quando um câncer mais comum em uma faixa etária acontece em outra, ele tende a ter um pior prognóstico.
“O linfoma linfocítico de pequenas células ocorre mais em idosos. Por isso, quando ele aparece em pessoas com menos de 45 anos, tem um comportamento mais agressivo. Dessa forma, precisando do emprego precoce de medicamento e, frequentemente, necessitando realizar o transplante de medula óssea”, o Dr. Massumoto exemplifica.
Ele ainda complementa dizendo que o crescimento do tumor nos jovens, em alguns tipos de linfoma, como o de Burkitt, é mais intenso. Dessa forma, as áreas acometidas pela doença podem dobrar de tamanho de um dia para o outro.
Tratamento de linfoma
A definição de qual o melhor tratamento está diretamente ligada com a idade do paciente. Isso acontece porque, dependendo da faixa etária, a pessoa pode tolerar mais, ou menos, a quimioterapia. Além disso, também há a questão da toxicidade que a terapia causa no corpo, que pode afetar o seu funcionamento.
Para crianças e adolescentes, o especialista afirma que são utilizados métodos mais agressivos, pois eles toleram melhor a quimioterapia. Além disso, é preciso utilizar medicamentos que consigam atravessar a barreira cerebral, para evitar que o linfoma infiltre o sistema nervoso central.
“Em idosos, não existe esta tolerância. Com isso, o tratamento, geralmente, é mais paliativo, com drogas que não agridem tanto o paciente”, diz o médico.
Atualmente, há algumas novas combinações de drogas, bem como a terapia Car-T Cell, que favorecem as chances de cura de pacientes adultos que não responderam bem ao tratamento inicial com quimioterapia.
“Embora seja um tratamento de alto custo, os resultados são muito encorajadores, com respostas completas superiores a 70%”, finaliza o Dr. Celso Massumoto.
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