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Como é a “metástase” do mieloma múltiplo

Osso com metástase do mieloma múltiplo
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Última atualização em 21 de junho de 2023

Por mais que esse seja um termo bastante conhecido, no caso desse câncer, ele é pouco utilizado e não está relacionado com a evolução da doença e de seu tratamento

Em geral, não se fala em metástase do mieloma múltiplo, pois esse câncer não se espalha da mesma forma que pode acontecer em outros tumores. Isso se dá porque o mieloma já tende a se manifestar por meio de lesões ósseas em diversas partes do corpo. Atualmente, a quantidade de lesões não é mais levada em consideração na hora de determinar o estadiamento ou de identificar se a doença é agressiva ou não. Mesmo em casos nos quais há múltiplas lesões, é possível tratar e alcançar respostas profundas duráveis.

A Drª. Mariana Oliveira, onco-hematologista da Oncoclínicas São Paulo, relembra que o mieloma múltiplo (MM) é um câncer que afeta os plasmócitos, células do sistema imunológico que, geralmente, encontram-se na medula óssea. A medula óssea, por sua vez, é um tecido encontrado dentro de uma cavidade dos ossos.

“O mieloma pode se manifestar na forma de tumor (plasmocitoma) ou de múltiplas lesões ósseas chamadas de ‘lesões líticas’. É rara a forma de plasmocitoma solitário, isto é, quando só temos tumor de plasmócitos em uma área. Na maioria dos casos, observam-se múltiplas áreas de lesões líricas”, a Drª. Mariana esclarece.

Por isso, ela reforça que não se fala em metástase do mieloma múltiplo. A médica também comenta que as áreas que costumam ser mais afetadas por essas lesões ósseas são o crânio, a coluna vertebral, o esterno (osso do peito), arcos costais, ombros, quadril e pelve. 

É válido saber que a quantidade de lesões ósseas também não está ligada à agressividade do MM. A agressividade desse câncer está associada à presença de determinadas mutações genéticas, insuficiência renal e plasmócitos circulando no sangue.

“Portanto, múltiplas lesões ósseas não fazem a doença ser mais grave”, a especialista ressalta.

Estadiamento do mieloma múltiplo e quantidade de lesões

O estadiamento é uma ferramenta importante para que os médicos possam entender como o paciente e a doença irão evoluir. Antigamente, usava-se o estadiamento de Durie Salmon para MM, que levava em consideração alguns fatores, dentre eles a quantidade de lesões ósseas. Mas, viu-se que ele deixava de lado indicadores importantes e, por isso, esse sistema foi substituído. 

Diagrama mostrando como o mieloma múltiplo acontece

“O estadiamento de Durie Salmon indicava que quanto maior o número de lesões ósseas, mais avançado é o mieloma. No entanto, este estadiamento é antigo e menos usado atualmente. Ele recebe críticas por não levar em conta um fator muito importante, que é a presença de mutações citogenéticas. Seu uso foi substituído pelo ISS e pelo R-ISS”, a Drª. Mariana conta. 

O sistema R-ISS é o mais utilizado hoje em dia e leva em consideração as mutações genéticas presentes, a enzima DHL e as proteínas B2 microglobulina e albumina. Esses são fatores que avaliam a inflamação e a atividade da doença.

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Tratamento do mieloma múltiplo com “metástase”

De acordo com a onco-hematologista, mesmo quando há a presença de múltiplas lesões ósseas, o MM é tratável. Nesses casos, o objetivo é alcançar a melhor resposta possível, transformando esse câncer em uma doença crônica e promovendo uma boa qualidade de vida para os pacientes. 

Paciente tratando mieloma múltiplo com metástase

Por meio das terapias disponíveis atualmente, até os pacientes que apresentam esses quadros podem alcançar respostas profundas e duráveis. É possível que ele viva com a doença em remissão por muitos anos e tenha recidivas,  que são tratáveis. Também é importante saber que ter uma grande quantidade de lesões não significa que o mieloma múltiplo está na fase terminal. 

A Drª. Mariana Oliveira considera que “o mieloma tornou-se uma doença crônica – conseguimos hoje em dia que a maioria dos pacientes tenha longos períodos livres de doença e quando recaem, temos tratamentos eficazes e que permitem que ele tenha uma sobrevida muito mais longa e com boa qualidade de vida.”

Ela finaliza afirmando que “o futuro é muito promissor e teremos em breve a chegada de novos tratamentos que farão os pacientes viverem ainda mais e melhor.”


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12 Comentários
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Olá meu nome é Roberto fui diagnosticado com o mieloma múltiplo!
Mas os médicos me disseram que não passou dos 10% isso significa alguma esperança para um tratamento saudável!
Mas também sou portador do lúpus eritematoso sistêmico e também sou transplantado do rin!
Vou deixar aqui o meu WhatsApp para esclarecimentos! Grande abraço e ficarei feliz em saber mais sobre o MM!
+818016170775 ou meu Instagram robertocasanova.cantor

Olá. Muito interessante essa abordagem sobre o MM. Meu marido tem MM e foi diagnosticado com Plasmocitoma. Hoje em tratamento com Revlimid.

Boa Noite ! Minha Irmã foi diagnosticada com mieloma plasmocitoma, ela tmb é soropositivo , gostaria de obter informações sobre o tratamento !
grata/Sandra

Boa tarde muito obrigada pela orientação do MM estou no segundo ciclo no HC de Botucatu e queria entender mas essa doença ? meu resultado da biópsia da coluna foi plasmacitoma solitário mas estou fazendo tratamento p MM .

Olá, meu pai foi diagnosticado com MM em 2021, fez quimio e passou bem até julho deste ano, onde teve “metástase”, teve múltiplas lesões osteolíticas no crânio, lesão no rim e lesões nos côndilos mandibulares, infelizmente ele foi morar com Deus em outubro. Fizemos a retirada de uma lesão no clívus e após duas semanas meu pai se sentiu muito fraco, só ficava deitado, acredito que a radioterapia na região do abdômen, feita após a cirurgia, não ajudou. Ele teve uma parada cardíaca. Os médicos disseram que nunca viram lesões na cavidade oral por mieloma. Gostaria de mais informações.
Letícia.

Fantástico esclarecimento sobre MM. Descobri o meu em Jun/23… Demorou 6 meses para saber oq eu tinha, os ortopedistas tratavam como fibromialgia , costocondrite, bursite no quadril…..emagreci 16kgs em 2 meses, estava magra, linda e feliz, mesmo com muiiiiita dor, até que um dia não consegui me levantar da cama o resgate me levou para o hospital municipal da minha cidade, fiquei 1 dia “internada” e como os médicos não descobriram oq eu tinha eu assinei um termo para ir embora. Até que meu clínico geral pediu exames de anemia específico e me encaminhou para um hematologista, paguei uma consulta particular, pq pelo SUS ia demorar muito e eu comecei a sentir muito mais dores, não conseguia mais andar como antes … Enfim, o hematologista logo que pegou o exame de anemia e a RN e a Tomografia, já falou: você tem Mieloma, mas já vamos fazer a biópsia para ter a certeza e ver como está tudo…. Não tinha condições para arcar nada….amigos me ajudaram financeiramente para o exames e depois de todos os exames, biópsia em mãos e muito insistir na secretaria de Saúde da minha cidade, consegui tratamento judicialmente pelo SUS e hoje me trato com Bortezomibe+talidomida+dexametasona…. Me sinto bem melhor… Hoje terminei o 4°ciclo
Ainda sinto muito cansaço, tenho muitas limitações, minha vida mudou totalmente e hoje meu foco é voltar a ter saúde , é ter disposição para curtir minha família, é ter minha “vida de volta” mesmo sabendo que não a terei como antes. Vivo um dia de cada vez.
Obrigada, gratidão por ceder este espaço para nós.

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