A febre em pessoas com câncer sempre deve ser investigada
Última atualização em 6 de janeiro de 2022
Esse sintoma pode indicar a presença de uma infecção grave, que, especialmente, em pacientes oncológicos, deve ser tratada com urgência
A febre em pessoas com câncer pode aparecer tanto como um sintoma da própria doença, quanto como um alerta do corpo. Quando esse quadro acontece, para pacientes oncológicos, a recomendação é sempre procurar o(a) oncologista responsável o mais rápido possível. Por outro lado, quando ocorre como sintoma de uma neoplasia maligna, geralmente vem acompanhado de outras manifestações.
A febre é uma reação do corpo que alerta sobre a invasão de um agente externo ou sobre uma doença dos próprios órgãos. Dentre as principais causas desse quadro estão infecções por vírus, bactérias, fungos e parasitas, doenças não infecciosas, como o câncer, e alguns medicamentos, por exemplo, determinados antibióticos.
Os tipos de febre são caracterizados de acordo com o padrão do seu comportamento. Sendo os principais: contínua, séptica, remitente, intermitente e recorrente.
A febre contínua se dá quando a temperatura permanece acima do normal, não sofrendo grandes oscilações em um período de tempo. Já a febre irregular, também chamada de séptica, se apresenta com muitas variações de temperatura, com picos altos e baixos intercalados, sem nenhum ciclo aparente. Enquanto que a febre remitente acontece quando há mais de 1ºC de variação dentro de um único dia, sem períodos de baixa temperatura. Por outro lado, a febre intermitente ocorre quando a alta temperatura é interrompida por um período de temperatura normal. Esse período pode ser terçã (um dia com febre e outro sem) ou quartã (um dia com e dois sem). E, por último, há a febre recorrente, que acontece quando a pessoa passa dias ou semanas com a temperatura normal até que o aumento da temperatura aparece e isso acontece de maneira frequente. Ou seja, é uma febre que vai e volta, mesmo depois de dias ou semanas.
A partir de quantos graus é febre?
Geralmente, a temperatura normal do corpo varia entre 36ºC e 36,7ºC, assim, considera-se que a temperatura de febre é:
- Estado febril: de 37,3ºC a 37,8ºC;
- Febre: acima de 37,8ºC e
- Febre alta: a partir de 39ºC
Quando se preocupar com a febre?
Roseane Medeiros, médica especialista em Infectologia e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que, em geral, a febre sempre deve ser um motivo de preocupação.
“É indicado procurar assistência médica tão logo que possível. Pois, por exemplo, uma infecção urinária, dependendo de alguns fatores, como idade da pessoa e comorbidades associadas, o indivíduo poderá evoluir, em 24 horas, para um quadro de bacteremia e choque séptico”, alerta.
No caso da febre em pessoas com câncer, é preciso estar ainda mais atento. A Drª. Roseane diz que isso acontece porque, normalmente, o paciente oncológico, especialmente aquele que faz quimioterapia, tem a sua imunidade comprometida e fica imunossuprimido. Isto é, o tratamento afeta a produção de células de defesa do corpo, causando uma neutropenia (queda do nível dos neutrófilos). Com isso, essa pessoa passa a ter uma maior probabilidade de contrair alguma infecção e desenvolver um quadro mais grave. Quando isso acontece, a febre costuma ser o principal sintoma.
Além disso, o próprio câncer em si pode causar o aumento da temperatura corporal por meio de alguns mecanismos.
Em ambos os casos, “o paciente deve ser tratado imediatamente e de forma adequada, pois se não tratado, poderá evoluir à óbito”, a infectologista orienta.
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A febre pode ser sintoma de câncer
Especialmente no caso das leucemias e linfomas, o aumento da temperatura pode ser um sinal da presença dessas doenças. Enquanto que em cânceres sólidos, o quadro pode se manifestar quando o tumor já está em estágios avançados.
A febre na leucemia, especialmente nas agudas, acontece como sintoma, pois essa é uma doença que ocorre na medula óssea, local onde as células são produzidas. Conforme a doença se desenvolve, há um aumento de células imaturas, que não desempenham sua função de maneira adequada, e uma diminuição de células saudáveis. Dessa forma, o corpo perde a sua capacidade de combater infecções e a pessoa passa a ter febre recorrentemente. Por isso que o aumento da temperatura e infecções frequentes são dois sintomas da leucemia.
Entretanto, a Drª. Roseane conta que nas doenças linfoproliferativas crônicas, por exemplo, linfomas e a leucemia linfoide crônica, a febre pode ser causada pela doença em si. Configurando, assim, os chamados “sintomas B”, que incluem perda de peso, sudorese noturna e febre.
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Tratamento da febre em pessoas com câncer
A doutora afirma que, no caso da febre em paciente oncológico, o primeiro passo é investigar se o aumento da temperatura está relacionado com a doença de base ou se foi causado por uma infecção.
“O tratamento consiste em tratar a causa. Então, se for infecciosa, é tratada com antibióticos, antivirais e antifúngicos. Mas, se não for pela doença de base, tratamos o tumor em si, seja com quimioterapia, radioterapia ou cirurgia”, a Drª. Roseane Medeiros finaliza.
Eu estou com dor de cabeça e a febre 36’9
Olá, Luana, como vai?
Essa temperatura não é considerada febre ainda.
No tópico “A partir de quantos graus é febre?” a senhora pode saber certinho qual a temperatura é!
Abraços!
e a hipotermia?
Olá, como vai?
No caso de pacientes oncológicos, é importante que todas as alterações sejam investigadas para garantir que esteja tudo certo e, caso necessário, intervir o quanto antes.
Abraços!
E quando o paciente oncológico se encontro em tratamento com atezaolizumab e bevalisomutab, e temperatura corporal varando de 35.1/35.6/36.0
é considerado uma hipotermia?
Olá!
Considera-se hipotermia quando a temperatura do corpo está abaixo dos 35°C. Se essa temperatura de 35.1 se mantiver ou se repetir, seria importante o paciente procurar o seu médico para investigar o que está acontecendo.
Abraços!