O câncer e a epidemia de COVID-19: o que estamos enfrentando?
Última atualização em 29 de julho de 2021
Instituições, como a Abrale, estão trabalhando para acolher, informar e garantir que os pacientes recebam seus tratamentos
Por Tiago Cepas – Políticas Públicas Abrale
O Brasil registrou o primeiro caso do novo coronavírus (COVID-19) em 25 de fevereiro de 2020, e desde então, o sistema de saúde brasileiro começou a enfrentar o grande desafio de cuidar dos novos infectados, sem abandonar os pacientes com câncer. Segundo as sociedades médicas, estima-se que desde então, ao menos 50 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer.
O grande número de casos e mortes por coronavírus fez com que o Brasil tomasse medidas drásticas para a proteção de seu povo, por exemplo, a quarentena rigorosa. Ou seja, para evitar a proliferação da doença, recomenda-se passar um bom tempo em casa. A pandemia do novo coronavírus fez com que muitas pessoas deixassem de procurar pelo tratamento e diagnóstico de câncer no Brasil. Diversos hospitais relataram publicamente que, em comparação com 2019, houve queda no número de exames para novos diagnósticos de câncer.
Segundo um levantamento das Sociedades Brasileiras de Cirurgia Oncológica e de Patologia, houve redução de até 90% de exames que deveriam ser oferecidos em hospitais. Outros milhares de pacientes, já com o tumor detectado, tiveram os tratamentos suspensos. Nos últimos meses, centenas de cirurgias oncológicas, quimioterapias e radioterapias foram adiadas. Por consequência, pacientes oncológicos não estão sendo atendidos.
O déficit no diagnóstico é um problema preocupante, com grandes consequências. Para os pacientes, os tumores não diagnosticados podem evoluir rapidamente e se tornarem mais graves. No caso do sistema de saúde, o acúmulo de casos pode causar sobrecarga e atraso no início do tratamento. Se antes da pandemia já tínhamos um problema de acesso e demora no atendimento, imagine se acumular diagnósticos vários meses e todos aparecerem de uma vez no futuro? Não podemos deixar de cuidar dos pacientes oncológicos.
Além dos novos casos, muitos pacientes tiveram de postergar o seu tratamento. Diversos veículos de informação mostram que, desde o início da pandemia, foram suspensas cirurgias oncológicas, priorizando apenas os casos mais agressivos. Sem uma previsão de normalidade e constantes novidades nas políticas de saúde do Brasil, os centros de tratamento estão se adaptando constantemente para retomar os atendimentos suspensos.
É possível notar êxitos em alguns trabalhos. Diversos centros oncológicos, tanto da rede pública quanto da rede privada de saúde, decidiram rever os prontuários médicos dos pacientes e realizar contato por telefone. O conhecimento sobre a medicina não deve ficar restrito a um local físico, devendo se adaptar ao contexto do território e alcançar o maior número possível de pessoas.
De acordo com especialistas, alguns pacientes oncológicos estão com receio de irem ao hospital. O médico e diretor do A.C.Camargo Cancer Center, grande parceiro da Abrale, disse em entrevista que “é importante ficar em casa, mas, se você tem algum sintoma que precisa ser investigado, não é o momento para ficar em casa todos os dias”.
Em meio a este cenário, a Abrale desenvolveu o projeto “SOS Coronavírus”, que tem como objetivo acolher e informar, de forma específica, os pacientes com câncer sobre suas necessidades no momento da pandemia de COVID-19, assim como articular junto ao poder público para que o paciente não tenha problemas de acesso durante a pandemia.
Neste momento, a política brasileira passa por um período delicado, em que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal discutem a aprovação de leis e medidas provisórias emergenciais. Os holofotes estão todos voltados para o enfrentamento da COVID-19. Mas você não está sozinho.
A Abrale está trabalhando para identificar impactos do coronavírus no acesso ao tratamento oncológico no Brasil. Não vamos deixar de trabalhar. Afinal, todas as vidas importam! Faça parte desta luta e junte-se a nós!
Paciente oncológico, previna-se do coronavírus!
Se proteja do coronavírus e dos boatos sobre ele
Meu esposo tem LINFOMA B no pulmão teve consulta em janeiro tanto com o pneumologista como com ematologista nunca mais tá sem fazer os exames agente não sabia mais o que fazer
Olá, Luzimar, como vai?
O seu marido precisa procurar um onco-hematologista para poder dar início ao tratamento.
A senhora e ele estão com problemas para marcar os exames e a consulta devido à COVID-19?
Temos uma matéria sobre linfoma pulmonar que pode ser útil para a senhora. Para acessá-la, clique aqui.
Estou encaminhando o seu contato para o apoio ao paciente da Abrale, nós somos uma associação que auxilia pacientes com cânceres do sangue, como o linfoma. Dentro de alguns dias, a senhora receberá um e-mail nosso explicando mais nosso serviço e pedindo mais informações sobre a sua situação para vermos como conseguimos ajudar!
Abraços!