Empoderar: Pacientes no comando
Última atualização em 29 de julho de 2021
O empoderamento é parte importante do tratamento
Por Michele Oliveira – Assistente Social da Abrale
Um dos objetivos do serviço de Apoio ao Paciente da Abrale consiste em empoderar o paciente, ou seja, fazer com que ele se sinta ativo em todo seu tratamento.
Durante nossos atendimentos verificamos em muitos relatos que existe uma barreira entre o pessoal e o profissional. Muitos falam: ”meu médico disse que estou com câncer. Mas não me explicou o que era, como eu deveria proceder, se eu vou morrer”. Ou “tenho muitas dúvidas em relação ao meu tratamento, mas não tenho coragem de perguntar para meu médico”.
Com relatos como estes vemos que a comunicação entre o profissional e o paciente é fundamental nesse processo entre diagnóstico e tratamento. A informação sobre seu real estado de saúde e os próximos passos a serem seguidos estabelece uma segurança ao paciente. Não só no nível de conhecimento técnico, mas também na humanização do tratamento.
Aceitar o diagnóstico de um câncer não é nada fácil, principalmente quando não se sabe nada sobre a doença. Nesse momento é gerado um sentimento de impotência, aliado à ansiedade e ao receio de verbalizar suas dúvidas, que acabam virando um monstro em suas mentes, uma grande angustia que impede o paciente de ter otimismo frente à doença.
Em nosso trabalho, acreditamos que é preciso compreender toda a estrutura e relações em que esses pacientes estão inseridos, visando um fortalecimento da autodeterminação para enfrentar esse momento tão delicado. Nós os motivamos a buscar esse conhecimento sobre o processo da doença, por meio de métodos e técnicas disponíveis para eles, e orientamos principalmente os familiares, mostrando que não precisam ter esse temor em requerer mais informações, afinal isso é um direito de todos.
Por que é importante empoderar?
Nosso objetivo é deixar claro que, quando empoderados e bem esclarecidos, todos poderão colaborar com o tratamento e assim amenizar os sofrimentos, pois conseguirão iniciar melhor um processo de decisões.
Se precisar de qualquer ajuda, saiba que estamos aqui! Entre em contato conosco pelo 0800 773 9973 ou [email protected]. Se estiver em São Paulo, venha nos fazer uma visita em nossa sede, localizada na Rua Dr. Fernandes Coelho, 64 – 13º andar – Pinheiros, bem pertinho da estação Faria Lima do metrô.
“Com frequência, o câncer mata. No entanto, parece haver épocas em que adquirir o câncer é como começar a viver. A busca de nosso próprio ser, a descoberta da vida que precisamos viver, pode ser uma das armas mais fortes contra a doença”. Leshan, Lawrence
E quando a doença atinge um filho menor de idade… a gente tem algum direito a ajuda financeira?
Mirian, bom dia. Não há nenhum auxílio específico para pais que tenham filho em tratamento. Deste modo, se por exemplo, a mãe é quem acompanha o filho menor, orientamos que tente um afastamento previdenciário por questões psicológicas. Isso só será possível caso tenha um relatório de um psicólogo/psiquiatra. Assim, a mãe/pai ou cuidador tem a possibilidade de obter um afastamento sob a justificativa de “problemas psicológicos”, passando a receber o auxílio doença – não porque a criança está doente, mas sim porque o cuidador encontra-se sem estrutura psicológica para o momento que têm enfrentado.