Há vida além do câncer e a psicoterapia ajuda
Última atualização em 3 de agosto de 2021
É possível aprender a lidar com o medo e exorcizar o fantasma da recidiva
Apesar do medo de uma recidiva ser uma preocupação constante, ainda existe muita coisa que um paciente pode viver além do câncer. A psicoterapia pode ajudar na missão de descobrir novas alegrias na vida.
O marceneiro Adonias Francisco dos Santos convive com um linfoma de Hodgkin há anos. Recebeu o primeiro diagnóstico em 2007, teve uma recidiva em 2015, passou por um transplante de medula em 2016 e, no mesmo ano, se viu diante de uma segunda recidiva, esta já considerada refratária. A reação dele não poderia ser diferente: ficou bastante frustrado.
“Faltou chão, chorei muito, me desesperei, pensei em desistir de tudo e ameacei me isolar…A vida havia perdido o sentido, foi devastador”, conta.
Mas, depois de voltar a si, e encontrar forças no filho, na família e nos amigos, ouviu de sua médica o que precisava para se reerguer mais uma vez: “você tratou uma vez, duas vezes, e vai tratar de novo”. Desde então, Adonias retomou o tratamento, está recuperado e passou a encarar as coisas de modo diferente. “Decidi viver de maneira mais plena e saudável, ao lado das pessoas que gosto e tirando máximo proveito de cada momento. Claro que posso ter uma nova recidiva, mas não é isso que vai tirar minha alegria de viver. Decidi não me deixar levar pela ansiedade e pelo medo de algo que eu não controlo e é incerto. Preferi entregar nas mãos de Deus e curtir minha vida da melhor forma possível, do jeito que eu posso”.
Ficar atento às alterações de humor é o primeiro passo
O fantasma da recidiva costuma assombrar a mente de quem terminou de se tratar de um câncer. Com os portadores de linfoma e leucemia não é diferente. Administrar essa ansiedade, muitas vezes, é tão difícil quanto reunir forças para enfrentar a doença logo após o diagnóstico.
“No momento em que a pessoa encerra o tratamento, fica em observação e retoma sua vida, normalmente, ela é acometida por uma grande ansiedade. Além de se ver diante de uma dificuldade de fazer planos. Isso porque tem medo de receber a notícia de uma recidiva a cada novo exame”, explica a psico-oncologista Flávia Sayegh, coordenadora do Comitê de Psicologia da Abrale. “Nessa hora, é importante estar atento a sinais de alteração de humor e se prevenir de uma depressão”.
Cabeça boa é um santo remédio
O receio da recidiva está presente, muitas vezes, nas avaliações clínicas, no momento de refazer os exames e no retorno da consulta, conta Sayegh. “O assunto não é agradável. Nenhum paciente quer ter sua expectativa de cura frustrada. Imaginar que seus esforços foram em vão e sentir o mundo desabar”, diz. “Porém, a possibilidade existe e não necessariamente é uma sentença. Afinal, sempre é possível controlar a doença e até obter a cura”.
Cada pessoa reage de uma maneira de acordo com sua história de vida e seu corpo. Mas quando a cabeça não está boa, muitos caem na armadilha de deixar de curtir as coisas boas que a vida oferece. Por isso, aprender a conviver com o medo da recidiva é um passo importante para aliviar o peso da doença e encontrar um sentido mais verdadeiro para continuar vivendo.
É conversando que você se entende
A psicoterapia é um caminho. “Nas sessões, ajudamos as pessoas a entenderem que existe vida além do câncer. Estimulamos o autoconhecimento e buscando junto com elas desenvolver recursos para que lidem melhor com suas questões. Sempre com um olhar individualizado”, explica Flávia Sayegh.
A chamada medicina integrativa, que inclui terapias complementares como ioga, respiração, acupuntura e Heike também podem ser um caminho para quem busca um equilíbrio emocional, diz a psico-oncologista da Abrale. “Técnicas de relaxamento e meditação auxiliam na controle do estresse e da ansiedade, e ajudam no autoconhecimento. Às vezes, um vídeo da internet já pode ser um bom começo”.
Eu estou com leucemia mieloide crônica desde que descobri não consigo mais viver normalmente não consigo mais sorrir nem sair nem ser a mesma para o meu marido filhos e netas
Olá Jeane! Me chamo Bruna e sou Psicóloga. Eu compreendo você, é altamente compreensível que o diagnóstico provoque emoções negativas, afinal nós nunca estamos esperando passar por essa situação. Tudo aquilo que possa ameaçar a nossa existência causa em nós uma certa desorganização e ás vezes nos faz enxergar a situação de maneira diferente do que ela é ou possa ser. A ajuda de um profissional da psicologia pode te auxiliar na busca pelo autoconhecimento, uma viagem em torno de si mesmo que abre os olhos pro que realmente existe além da visão limitada que possamos ter em determinado momento. Há muito além do câncer, há muito além de um diagnóstico crônico. Há sonhos, há família, há amparo, há amor, há fé, há o verdadeiro sentido da existência e há a possibilidade da alegria da redescoberta sobre si. A descoberta de coisas que realmente importam e a possibilidade de viver novas experiências, transformando a inevitável doença diagnosticada em oportunidade de retornar a vida. Buscar por essa mudança de percepção não é uma tarefa fácil mas acomodar-se e permitir que a situação nos paralise não é a melhor opção. Por isso procure um profissional habilitado que possa te auxiliar nesse momento pra que você tenha uma maior qualidade de vida, afinal, há vida! Desejo a você dias melhores e felizes. Abraço! Caso precise, o meu e-mail para contato é: [email protected]
Olá, preciso de ajuda, minha filha teve leucemia em 2014. Foram 2 anos e meio de tratamento.
Desde de 2016 está fora de tratamento levando uma vida normal.
Eu nunca tive coragem de contar a ela o que ela realmente teve, digo que ela teve pneumonia ( pois os nomes são parecidos).
Ontem, dia 19 de agosto ela sangrou o nariz, hj ela sangrou novamente 2x (tarde e noite)
Fiquei visivelmente abalada e preocupada, pois esses tipos de sangramento foram uns dos sintomas que ela apresentou em 2014 quando descobrimos a leucemia.
Queria saber Qual a probabilidade da doença recidivar depois de 3 anos fora de tratamento?
Esses sangramentos é preocupante? Ou só é consequência do clima extremamente seco de Brasília nessa época do ano.
A umidade do ar está em 20%
Aqui o clima está horrível
Me ajudem por favor!
Acalme meu coração!
Olá, Aislane.
Existe sim a possibilidade de ser devido à baixa umidade, mas ainda há chances da leucemia recidivar até 5 anos após o fim do tratamento. Fique de olho em outros sintomas e caso ela apresente novos sangramentos ou outras manifestações, recomendamos que você leve sua filha para um pronto socorro para que os especialistas façam os exames necessários e cheguem a um diagnóstico.
Qualquer coisa que precisar, entre em contato com o nosso Apoio ao Paciente por meio dos telefones (11) 3149-5190 ou 0800-773-9973