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Um para o outro, a união ajuda no sucesso

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Última atualização em 3 de agosto de 2021

Pesquisa comprova: o cuidado dos parceiros de pacientes com câncer melhora o tratamento e acelera a jornada pela cura

União. Dois são mais fortes que um. A afirmação pode servir para situações tão diversas quanto dois cabos de aço tentando içar algo pesado, dois soldados numa guerra, um dando cobertura ao outro, dois animais na selva se ajudando a sobreviver. E na luta contra o câncer não é diferente.

Um estudo publicado recentemente no Journal of Clinical Oncology (importante publicação norte-americana) mostrou que, em média, pessoas diagnosticadas com câncer vivem mais se forem casadas ou estiverem em um relacionamento estável, com o apoio do (a) companheiro (a).

Como comprovou Ayal Aizer, um dos autores da pesquisa, feita na Universidade de Harvard, os pacientes de diversos tipos de câncer (entre eles o pulmonar, o hepático e o linfoma não-Hogdkin) que são casados, tendem a ter um diagnóstico mais precoce e a se tratarem de forma mais adequada. Foram analisados 735 mil casos nos EUA e os dados mostraram que os solteiros têm uma tendência 17% maior de que seu câncer chegue à metástase (quando se espalha para além do órgão de origem). Além disso, tem chance 53% menor de receber tratamento adequado. Os pesquisadores dizem que o estudo não deve ser visto como uma exaltação do casamento. Entretanto, serve para lembrar àqueles que têm um parceiro com câncer de que sua participação no tratamento pode fazer muita diferença.

É muito importante ter alguém

A Dra. Flavia Sayegh, psicóloga da ABRALE, concorda: “É muito importante ter alguém, alguma companhia que esteja o tempo todo ali. A fim de dividir tanto as dificuldades quanto as alegrias do tratamento. E se essa pessoa for o parceiro, isso pode ajudar muito, a luta vira dos dois”. Ela afirma que, para os pacientes, o fato de ter uma pessoa te esperando voltar para casa após uma sessão difícil de quimioterapia, de ter um marido que diga “vou gostar de você mesmo careca” ou uma esposa que entenda a disfunção sexual, certamente podem fazer com que o tratamento seja encarado com mais força e seriedade.

“Eles sentem que não estão sozinhos, que não serão abandonados no momento de maior dificuldade da vida. E isso dá mais ânimo para encarar o que quer que aconteça durante o tratamento.”

De acordo com a psicóloga, tanto homens quanto mulheres tendem a se mostrar muito cuidadores quando o parceiro inicia uma luta contra o câncer, mas a forma de agir é diferente entre os dois sexos: “Quando o marido está em tratamento, a mulher costuma ajudar na prática mesmo. Controlando remédios, marcando consultas e às vezes até deixando de lado seu trabalho para se dedicar ao esposo. Enquanto que os homens nem sempre deixam seu trabalho, mas se mostram muito companheiros ao começar a fazer tarefas que eram da mulher. Como buscar o filho na escola, cuidar da casa e cozinhar.”

Outro ponto interessante é:  casais mais velhos tendem a enfrentar a situação com mais maturidade, devido à experiência de vida. Enquanto que os casais jovens se mostram extremamente fortes e cheios de energia para encarar o que vier.

Lutar junto é mais positivo.

“Cada fase da vida tem a sua dificuldade e o seu potencial para enfrentar um tratamento pesado, mas viver essa luta junto de alguém é sempre mais positivo que sozinho.”

E se para o paciente é importante saber que pode contar com o companheiro, para o cuidador também há algo que não pode ser esquecido; “Quem cuida precisa se cuidar, não deixar de lado sua saúde, física e emocional. Sempre percebendo e respeitando os próprios limites. Estar saudável é o primeiro passo para poder ajudar.”

A Dra. Flávia lembra que sempre há algo que pode ser feito. Sendo que não é necessariamente o mesmo para todos os cuidadores.

“Talvez o marido não dê conta de ficar no hospital durante a quimio. Por que precisa trabalhar ou por que acha pesado demais mesmo ver sua esposa naquela situação. Mas ele pode, então, cozinhar para que ela não precise fazer isso quando chegar em casa. Assim, certamente terá sido tão útil quanto.”. Outra coisa importante é elogiar, dizer que “vai ficar tudo bem” pode ser menos necessário que demonstrar afeto, oferecer a companhia e não deixar que a pessoa doente sinta que está atrapalhando a vida de quem ela ama.

A Revista Abrale conversou com três pacientes que viveram essa troca de experiências, união e superação com seus companheiros. Aqui, as histórias de cada um deles.

“Ele superou seus próprios medos para estar comigo”

Chirles e Artur se conheceram no trânsito, quando ele a paquerou e, alguns faróis depois, ela topou dar seu telefone. Era novembro de 2007, eles começaram a namorar e nem imaginavam o que passariam três anos depois.

Após se sentir cansada ao subir as escadas na faculdade em que dava aulas, Chirles foi para o hospital. Exames e investigações levaram ao diagnóstico de linfoma não-Hodgkin. “Fiquei internada por uns 15 dias e só depois da primeira quimioterapia, que durou quase um dia inteiro, pude voltar para casa. E o Artur ficou o tempo todo ali comigo. Mesmo tendo problemas e medos em relação ao ambiente hospitalar”, conta Chirles. Ela soube, um tempo depois, de alguns cuidados que o namorado teve com ela quando passou pela cirurgia que revelou a doença.

“Me lembro de uma enfermeira dizer: ‘Nossa, seu namorado gosta muito de você, ele te ama mesmo. Não sossegou até falar com o doutor e conseguir vir te ver aqui na UTI’.”

Para Chirles, a maior prova de amor foi justamente a presença de Artur, enfrentando seus medos para estar com ela. “Ele ia me ver todos os dias, e dizia que só não levava flores porque não podia. Depois, quando o tratamento acabou, fiz uma festa de aniversário para comemorar. Ele me ajudou a organizar, fazendo como se fosse para ele. Me senti muito especial…”

Ele me admirava pela força que eu tive

Outro momento que ela lembra, foi do apoio que recebeu do namorado quando seus cabelos começaram a cair. “Abusei dos lenços e fazia charme, mas confesso que não foi fácil. Me sentia menos feminina. Quando pensava nisso, agradecia por ter um homem enfrentando comigo tudo isso e que não tinha vergonha de andar comigo de lenço. Na verdade, ele me admirava pela força que eu tive.”

Hoje, curada, fazendo apenas exames de acompanhamento a cada seis meses, Chirles sabe que todo o apoio e união, não só de Artur, mas de toda a sua família e amigos, contribuiu muito para que ela se mantivesse forte e positiva na luta contra o câncer. “Acredito que enfrentei tudo isso bem porque sempre senti que recebia amor, apoio, atenção.” O relacionamento, quase sete anos após ter começado e depois de vencer as dificuldades, continua firme, e os planos são muitos. “Moramos cada um em sua respectiva casa, mas ultimamente ele está mais na minha do que na dele. Acho que isso é um bom sinal, não?”, brinca ela, que quer se casar e constituir uma família ao lado de Artur.

“Se pudesse dizer algo a ele, por tudo o que passou junto comigo, seria que a sua presença foi muito importante para mim em cada um daqueles dias. Por ele ter me amado, e escolhido ficar ao meu lado, eu não tive que enfrentar mais uma situação difícil, que seria o abandono naquela época.”


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Linda essa história,estou com o mesmo câncer,e não tenho mesmo apoio do meu marido,e nem da família.

Oi Adriana, nosso bom Jesus vai te abençoar. Tenha fé querida vc não precisa do apoio de quem não te valoriza!! Faz o seguinte se valoriza e prociga ❤️❤️❤️?

Olá Adriana, o nosso maior Amigo está com você com certeza. Deus jamais te abandonará. Energias positivas para ti.

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