Radioterapia para mieloma múltiplo: abordagem e objetivos
Última atualização em 6 de dezembro de 2023
Esse tratamento, geralmente, é realizado em conjunto com outras terapias e tende a não causar efeitos colaterais significativos
A radioterapia para mieloma múltiplo pode ser utilizada com o objetivo de tratar uma lesão óssea que esteja causando dor ou apresente risco de fratura. Ela não possui contraindicações específicas para esses pacientes e, geralmente, não causa efeitos colaterais importantes. Dentre os locais mais comumente irradiados está a coluna vertebral.
A radioterapia é um dos tratamentos usados com mais frequência na Oncologia. Nela, faz-se uso de radiações ionizantes para atingir células de um local exato. Ela pode ser administrada sozinha ou em conjunto com outros tratamentos.
No caso do mieloma múltiplo (MM) essa terapia raramente é feita de forma exclusiva, ou seja, o mais comum é que ela seja aplicada junto com outra estratégia, como a quimioterapia. De acordo com o Dr. Robson Ferrigno, coordenador dos Serviços de Radioterapia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, isso acontece porque, nesses casos, ela não tem o objetivo de curar, mas sim de aliviar a dor, evitar fratura óssea ou tratar uma compressão da medula espinhal.
“Ela é indicada para tratar uma determinada lesão óssea que esteja causando dor ou risco de fratura em algum osso de sustentação, como corpo vertebral ou fêmur, e para aliviar sintomas causados por uma eventual infiltração no canal medular”, o Dr. Ferrigno esclarece.
Ele pontua que a única situação na qual a radioterapia pode ser utilizada com o objetivo curativo no mieloma múltiplo é no caso de plasmocitomas isolados. Isto é, quando o mieloma ainda está localizado em um único foco, em um determinado osso.
Como funcionam os protocolos de radioterapia para mieloma múltiplo
A quantidade indicada de sessões de radioterapia depende de diversas características do mieloma múltiplo, do paciente e do porquê essa terapia foi prescrita. Mas, segundo o Dr. Ferrigno, “são utilizadas de cinco a 10 aplicações diárias de radioterapia e com duração das sessões em torno de 10 a 15 minutos em sala.”
O especialista ainda fala que não há problemas em utilizar a terapia com radiação enquanto o paciente está recebendo outros tratamentos. O motivo para essa possibilidade é que, devido às novas tecnologias, a radiação pode ser direcionada para um local muito específico, sem atingir outras regiões e, portanto, sem interferir nas outras estratégias terapêuticas.
O médico também conta que os locais mais frequentemente irradiados, no caso do MM, são a coluna vertebral, os ossos da bacia e o fêmur.
Cirurgia para mieloma múltiplo: quando fazer?
O procedimento não melhora o câncer em si, mas pode evitar a necessidade de uma operação de emergência que atrapalhe…
Efeitos colaterais da radioterapia para MM
O Dr. Ferrigno diz que, na maioria das vezes, os pacientes de mieloma múltiplo não têm efeitos colaterais à radioterapia. “Isso se deve às ferramentas atuais de equipamentos e sistemas de computadores que permitem que a radiação seja direcionada para o local de tratamento e sem atingir tecidos normais vizinhos.”
Porém, em situações em que a pessoa apresenta reações adversas, a Sociedade Brasileira de Radioterapia aponta que a mais comum é a radiodermite, ou seja, alterações na pele no local que foi irradiado.
Deixe sua opinião ou dúvida sobre esta matéria abaixo! ?