Acabou a quimioterapia. E agora? Como se adaptar à nova realidade
Última atualização em 27 de junho de 2023
Tratar um câncer pode ser um período difícil, mas o fim dessa fase também tem seus desafios. Entender e respeitar os sentimentos, bem como realizar o acompanhamento com o oncologista corretamente, é fundamental
O fim do tratamento oncológico é um momento muito esperado pela maioria dos pacientes, mas, ao mesmo tempo, é muito comum que surja o pensamento de “Acabou a quimioterapia. E agora?”. Assim como a descoberta do câncer requer que a pessoa faça uma série de adaptações na sua rotina, o fim da terapia também exige um readequamento. É um novo “normal” que chega cheio de sentimentos positivos, mas também pode trazer medo e receio. Então, manter tanto o acompanhamento médico, quanto psicológico pode fazer toda a diferença.
Receber a notícia da remissão do câncer, ou seja, que não é mais possível identificar a doença nos exames, é um dos momentos mais esperados.
“Os pacientes ficam felizes e agradecidos em terem esta etapa finalizada”, a Drª. Isabela Assis de Siqueira, médica hematologista do Hospital de Amor Barretos, diz.
Essa notícia significa que não é mais necessário visitar o hospital várias vezes no mês para tomar os medicamentos, os efeitos colaterais começam a passar e, principalmente, que é possível retomar atividades prazerosas que precisaram ser deixadas de lado.
É um momento rodeado pelos “sentimentos de alívio e gratidão”, comenta Jennifer Koller da Silva, coordenadora assistencial do Departamento de Psicologia do Hospital de Amor de Barretos.
Mas, isso não quer dizer que o tratamento acabou totalmente, que não é mais preciso ir ao hospital e que só pensamentos positivos vão aparecer. Muitas coisas podem acontecer nesse novo momento, por isso é preciso fazer o acompanhamento médico conforme o orientado e também é aconselhado contar com um psicólogo.
Acabou a quimioterapia. E agora?
Comemore, fique feliz e aproveite esse momento! Essa notícia representa o início de uma nova fase, mas também necessita de alguns cuidados. Por exemplo, é preciso retornar ao médico de tempos em tempos para refazer os exames e acompanhar se o câncer continua em remissão. Além disso, essas consultas também servem para avaliar e tratar os efeitos colaterais tardios.
A rotina de exames depois do câncer varia de caso para caso. Na Onco-Hematologia, a análise acontece por meio de anamnese, exame físico completo e hemograma.
“Não são todas as doenças que realizamos exames de imagem de rotina. Além disso, outros exames laboratoriais podem ser necessários, conforme a patologia do paciente”, a Drª Isabela esclarece. Ainda de acordo com ela, as consultas e avaliações devem acontecer de forma periódica de uma a quatro vezes ao ano.
Já do ponto de vista emocional, é comum que um turbilhão de pensamentos e sentimentos apareçam. De um lado, temos uma notícia muito feliz, mas, de outro, angústias e inseguranças podem surgir. Isso acontece, principalmente, pelo medo do câncer retornar e ainda pode estar relacionado com uma sensação de estar desassistido.
“A equipe e o próprio hospital podem oferecer a ideia de que somente ali o paciente é cuidado e tem segurança e isso causa uma dependência dos recursos de saúde”, Jennifer pontua. Ela complementa aconselhando que, para evitar essa sensação é bom ter por perto familiares e amigos que possam oferecer apoio, estabilidade e segurança emocional nessa nova jornada.
Vida depois da quimioterapia
“Após o fim do tratamento, a orientação é manter um estilo de vida saudável e realizar os exames de rotina conforme indicação médica”, a Drª. Isabela fala.
Para os medos e inseguranças, Jennifer indica manter um diálogo aberto com o oncologista, com o objetivo de ter informações confiáveis, e realizar um acompanhamento psicológico, a fim de entender o porquê desses pensamentos e aprender a lidar com eles.
Outro sentimento que pode aparecer nesse contexto é a culpa por não estar totalmente feliz. Afinal, os pacientes podem se questionar: “Todos que terminam o tratamento, ficam felizes, então, por que eu não me sinto assim e, na verdade, vivo com medo?”.
Jennifer explica que essa “culpa advém de conceitos rígidos que temos quanto a um determinado modo de pensar, sentir e agir” e recomenda “trabalhar a auto compassividade de aceitar que podemos sentir e pensar coisas diferentes dos demais e não utilizarmos comparações e julgamentos.”
Um novo normal
São muitas opções de atividades para fazer, lugares para ir e pessoas para rever, mas nem sempre retomar a rotina e as atividades diárias é fácil. Então, é preciso entender o que faz sentido nesse chamado “novo normal” e compreender quais são os limites individuais.
“Temos que lembrar que podemos realizar esse processo de forma gradual e observar o que realmente está fazendo sentido e trazendo momentos de prazer nessa rotina. Ou seja, fazer uma coisa a cada dia e pequenas coisas também são importantes e necessárias, como por exemplo tomar um café na padaria que você tinha costume, praticar uma caminhada leve ou ainda visitar algum amigo”, Jennifer Koller da Silva sugere.
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Quanto tempo a imunidade volta ao normal depois da quimioterapia?
A Drª. Isabela Assis de Siqueira explica que a imunossupressão por conta do tratamento leva um tempo para passar. Dessa forma, a imunidade, geralmente, demora de seis meses a um ano após o fim do tratamento.
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Fantástica materia
Olá, Wilson, como vai?
Que bom que gostou! Ficamos muito felizes de saber que o senhor gostou do nosso conteúdo ?
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Muito bom mesmo, já fiz quimo para tratamento do reto e agora vou fazer quimo do pulmão, obrigado valeu a pena e muito.
Olá, Francisco, como vai?
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