Skip to content

O que é linfoma de Hodgkin de predominância linfocítica nodular?

Homem de meia idade no médico por conta de linfoma
Compartilhe

Última atualização em 1 de março de 2023

Esse é um câncer do sistema linfático que pode não causar sintomas e, se não for tratado adequadamente, se transformar em agressivo

Escrito por: Natália Mancini

O linfoma de Hodgkin de predominância linfocítica nodular é um tipo raro de linfoma que atinge, principalmente, homens com idade entre 40 e 50 anos. Geralmente, o tratamento é feito com quimioterapia, podendo, ou não, estar associada à radioterapia e a um anticorpo monoclonal. Esse câncer costuma ter bom prognóstico e, na maioria dos casos, pode ser curado. 

Os linfomas de Hodgkin (LH) são divididos em dois grupos: o LH clássico e o  linfoma de Hodgkin de predominância linfocítica nodular (LHPLN ou LH de predominância linfocitária nodular).

O Dr. Guilherme Perini, médico especialista em Hematologia, explica que o linfoma de Hodgkin clássico corresponde entre 90% a 95% dos casos e inclui os seguintes subtipos: esclerose nodular, celularidade mista, depleção linfocitária e rico em linfócitos.

Já o LH de predominância linfocitária nodular é um linfoma de Hodgkin não clássico, que corresponde a 5% dos casos de LH e possui características e comportamento bem diferentes.

O Dr. Perini explica que tanto no LH clássico, quanto no de predominância linfocitária nodular, há a presença de células grandes e atípicas. Mas, com o avanço das técnicas de diagnóstico, foi possível perceber que as células malignas não são as mesmas nas duas doenças.

“As células grandes do linfoma de Hodgkin são as chamadas células de Reed-Sternberg. Enquanto que as do LHPLN são chamadas de Popcorn cells ou células em pipoca. São células diferentes, com expressão de proteínas diferentes.”

Ele descreve que as células do LH expressam uma proteína chamada CD30+ e as do LHPLN expressam a CD20. Isso implica em várias diferenças entre as duas doenças, como o tipo de tratamento que pode ser usado e o fato que o  LHPLN pode sofrer transformação para um linfoma não-Hodgkin agressivo.

Sintomas do linfoma de Hodgkin de predominância linfocítica nodular

A principal manifestação desse tipo de linfoma são os linfonodos aumentados na região do pescoço e das axilas. De acordo com o especialista, é muito raro que os pacientes apresentem outros sintomas, como febre, perda de peso ou sudorese noturna.

“Na verdade, a presença desses sintomas levanta a possibilidade da transformação para um linfoma agressivo”, ele alerta.

Sintomas do linfoma de Hodgkin de predominância linfocítica nodular

Mas também é possível que a pessoa não tenha nenhum sintoma no momento do diagnóstico.

Leia também:

Tratamento

O Dr. Perini destaca que a terapia mais indicada depende de uma série de fatores, por exemplo, o local onde o linfoma está e, inclusive, se realmente é preciso administrar algum medicamento.

Tratamento para linfoma de Hodgkin não clássico

No caso de pacientes assintomáticos, inicialmente, eles podem ser apenas observados e acompanhados pelo médico, o chamado “Watch and Wait”. Essa estratégia pode ser utilizada, pois, para essas pessoas, iniciar a quimioterapia no momento do diagnóstico pode trazer mais efeitos colaterais que benefícios. Então elas são acompanhadas por meio de exames e consultas até o médico identificar que há necessidade de iniciar uma intervenção terapêutica.

Quando é necessário realizar tratamento medicamentoso, o especialista diz que é possível seguir três estratégias:

  1. Uso do protocolo ABVD associado, ou não, com radioterapia
  2. Protocolo ABVD com o rituximab, um anticorpo monoclonal que atua na proteína CD20
  3. Protocolo R-CHOP (Ciclofosfamida, Doxorrubicina, Vincristina e Prednisona)

“Recentemente ganhou força a opinião de alguns especialistas que defendem que o LHPLN deve ser tratado como um linfoma não-Hodgkin, especialmente em pacientes com doença muito avançada, envolvimento abdominal ou de lugares extranodais. Para estes pacientes, o esquema sugerido seria R-CHOP”, o médico informa.

O Dr. Guilherme Perini fala que “o prognóstico do LHPLN é muito bom, com grande parte dos pacientes curados após tratamento.”


Compartilhe
Receba um aviso sobre comentários nessa notícia
Me avise quando
2 Comentários
Oldest
Newest Most Voted
Inline Feedbacks
View all comments

materia muito boa, obrigado pela ajuda no meu trabalho!

Back To Top