Quem é o médico que cuida de câncer?
Última atualização em 10 de novembro de 2022
Neste 18 de outubro, Dia do Médico, explicamos tudo o que você precisa saber a respeito dessa especialidade tão importante
O médico que cuida de câncer pode ser o oncologista ou o onco-hematologista, dependendo se o tumor está nos órgãos ou no sangue. Essas especialidades são fundamentais não só no momento do diagnóstico, mas durante todo o tratamento e, até mesmo, depois que ele acaba.
Um onco-hematologista ou oncologista é responsável por realizar diversas atividades. “Tanto no sentido de conversar sobre o diagnóstico, esclarecer sobre possíveis tratamentos, prognóstico, envolver, na maioria das vezes, a família do paciente e orquestrar os outros eventuais componentes de um tratamento”, a Drª. Maria Ignez Braghiroli, oncologista clínica e membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) explica.
Qual a diferença entre hematologista e oncologista?
O oncologista é o médico que trata as neoplasias malignas, isto é, os cânceres. Já o hematologista é quem cuida de questões relacionadas ao sangue e aos órgãos hematopoiéticos (que produzem o sangue), como medula óssea, baço e linfonodos.
No caso do onco-hematologista, são médicos que têm uma formação em clínica médica ou pediatria e se especializam, primeiramente, em Hematologia e, depois, se aprofundam na Oncologia.
“Na realidade, hemato e onco-hemato é a mesma especialidade, não tem diferença. É que algumas pessoas se aprofundam mais em doenças malignas. Mas, a formação básica é em tudo”, o Dr. José Francisco Comenalli Marques Jr., presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) comenta.
Entretanto, o Dr. Marques diz que quando falamos da Oncologia, é outra especialidade completamente diferente. “Vem da clínica médica, mas faz mais tratamento de cânceres sólidos, aqueles tumores físicos. Geralmente, os oncologistas clínicos não tratam de doenças onco-hematológicas.”
A Drª. Maria Ignez concorda e complementa que, no caso dos cânceres do sangue, como a leucemia, linfoma e mieloma múltiplo, já está bem estabelecido que o tratamento deve ser feito pelo onco-hematologista. Entretanto, no caso dos cânceres sólidos, nem todos os centros de terapia possuem especialidades que focam em tipos específicos de tumores. Então, não há aqueles que se aprofundam em câncer de mama, próstata ou ainda que atuam somente com câncer de pulmão etc.
“Seria excelente se a gente tivesse essa especialização em todos os centros, porque, certamente, em um grande centro, isso vai acontecer. Mas, isso não é a realidade do Brasil”, a Drª. Maria Ignez comenta. Ela fala que nessas situações é fundamental que os oncologistas generalistas se mantenham atualizados e informados por meio das sociedades de classe, como a própria SBOC.
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Quando procurar um oncologista
De acordo com a Drª. Maria Ignez, na maioria das vezes, as pessoas só procuram quando já descobriram a doença. Mas, ela diz que nada impede que a pessoa procure quando apresentar algum sintoma suspeito. Ou ainda se o indivíduo tem um grande histórico familiar de câncer, para fazer o rastreamento.
“Na grande parte das vezes, os pacientes são encaminhados para o oncologista por alguma especialidade que fez uma investigação e/ou o diagnóstico de um câncer. Então, normalmente, quando se tem um diagnóstico firmado ou uma suspeita”, a médica explica.
No caso do onco-hematologista, o caminho é parecido. Para chegar até essa especialidade, o mais comum é que um médico da atenção primária faça o encaminhamento. Por exemplo, um ginecologista ou um cardiologista solicita um hemograma completo e os resultados estão alterados, ou um médico que está atendendo alguém com uma anemia que não cura.
“Por isso que a ABHH tem as ligas de Hematologia. Não é para o estudante ser hemato, mas sim para que ele entenda algumas coisas que podem demandar uma necessidade de encaminhamento para o hematologista”, o Dr. Marques ressalta.
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Sempre busque um médico que cuida de câncer
A Drª. Maria Ignez pontua que o tratamento oncológico sempre deve ser feito com um oncologista. “É ele quem permanece acompanhando o paciente a longo prazo, quem decide se o paciente precisa fazer quimioterapia, ou se ele pode seguir em acompanhamento e como deve ser feito esse acompanhamento e em que momento instituir cada tratamento.”
Apesar do oncologista ser o responsável, na maioria das vezes, outras especialidades também fazem parte e são fundamentais para um bom resultado. Por exemplo, cirurgião oncológico, seja de cabeça e pescoço, ginecológico ou de outra região e radioterapeuta.
O Dr. José Francisco Comenalli Marques Jr. alerta que a primeira consulta com o onco-hematologista deve ser demorada e detalhada.
“O onco-hematologista vai caminhar por diversas informações, fazer exame físico e analisar outros exames. Isso tudo requer tempo, atenção e, principalmente, valorização de detalhes pois, às vezes, um pequeno detalhe faz toda a diferença no diagnóstico e abordagem de um paciente. Já que na Hematologia você não trata a doença, você trata o doente e, em certos casos, o mesmo diagnóstico pode ter um tratamento completamente diferente”.
Eu sei como cuida
Olá, Adilson, como vai?
Nós podemos ajudar o senhor de alguma forma?
Abraços!