Para fazer CAR-T é preciso transfusão de sangue?

A transfusão de sangue pode ser necessária durante o tratamento com CAR-T já que o paciente pode ter anemia após a quimioterapia
A terapia CAR-T cell é uma das mais atuais para o tratamento de cânceres do sangue. Por isso, algumas dúvidas podem surgir sobre esse tratamento: como é o processo de realização do CAR-T cell? É preciso fazer transfusão de sangue no CAR-T? Entenda nessa matéria.
O que é o CAR-T?
A terapia com CAR-T Cell utiliza os linfócitos T (células de defesa) do próprio paciente. Eles são retirados, por meio de uma máquina de aférese, e modificados para que se liguem às células cancerígenas e as destruam. Atualmente, a modificação das células por terapia biogênica ainda não é feita no Brasil, por isso, após a retirada, os linfócitos são levados ao exterior para que, posteriormente, possam ser infundidos no paciente.
Para fazer o CAR-T cell é preciso transfundir antes?
Gil C. De Santis, médico do Hemocentro de Ribeirão Preto, explica que não é o procedimento do CAR-T que determina a necessidade de uma transfusão de sangue, mas sim, a doença que a pessoa tem. “A leucemia e linfoma são doenças que muitas vezes provocam anemia e plaquetopenia. Esses pacientes também recebem quimioterapia muito agressiva que diminui a produção de glóbulos pelo sangue”, conta.
As plaquetas são células sanguíneas que têm a função de evitar a hemorragia. A plaquetopenia, segundo o especialista, acontece quando a pessoa tem um número baixo de plaquetas no sangue. Quando os glóbulos vermelhos e brancos e as plaquetas estão em falta no sangue, o paciente pode ter anemia.
De Santis ressalta, porém, que os quimioterápicos utilizados antes do CAR-T “aumentam o risco de anemia e de outras complicações” e, consequentemente, aumentam também a necessidade de o paciente receber sangue. Após o CAR-T cell, o paciente precisará de transfusões de sangue por poucas semanas, segundo o médico.
Quais células do sangue podem ser transfundidas?
A partir de uma doação de sangue, é possível obter quatro tipos principais de células sanguíneas para a transfusão: plaquetas, glóbulos vermelhos, brancos e plasma.
As plaquetas, como explicou o especialista, são células do sangue que agem na coagulação. Um número baixo delas pode causar hemorragias e sangramentos.
Os glóbulos vermelhos, que também são conhecidos como hemácias, transportam oxigênio a todas as células do organismo. Já os glóbulos brancos fazem parte do sistema imunológico e são responsáveis por combater as infecções.
O plasma é a parte líquida do sangue, ele é composto por 90% de água, proteínas e sais minerais. Através deles circulam por todo o organismo as substâncias nutritivas necessárias às células.