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Prognóstico do câncer: o que significa

Prognóstico de câncer
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Última atualização em 12 de janeiro de 2023

Essa informação ajuda o paciente a saber o que esperar do tratamento e auxilia o médico a saber quais terapias usar

O prognóstico, na Medicina, é uma tentativa de prever como uma doença irá evoluir. Então, o prognóstico do câncer é uma estimativa de como o tumor irá se comportar, como responderá ao tratamento e o tempo de sobrevida do paciente. Essa avaliação é feita por meio da observação de algumas características da própria doença, como estadiamento. A partir dessas informações o oncologista faz o planejamento terapêutico. 

O Dr. Angelo Maiolino, coordenador de Hematologia do Hospital Oncologia Américas, no Rio de Janeiro, explica que a principal importância de estabelecer um prognóstico é justamente poder seguir com uma estratégia de tratamento adequada.

Diferença entre diagnóstico e prognóstico

O diagnóstico determina o tipo de câncer que está afetando aquele paciente. Pode ser uma leucemia, um tumor de mamas ou próstata, dentre outros. Já o prognóstico indica uma estimativa de como a doença irá se comportar, ou seja, se ela será mais agressiva ou mais lenta, além da forma que ela responderá ao tratamento padrão e a sobrevida do paciente.

Paciente recebendo diagnóstico e prognóstico de câncer

“É tentar estabelecer, por meio de alguns critérios clínicos e biológicos, o tempo de evolução daquele tipo de câncer”, o Dr. Maiolino resume.

Para os médicos, como falado anteriormente, é importante estimar essa previsão para poder determinar o melhor protocolo de tratamento. Mas, essa informação também é muito importante para os pacientes e seus familiares, pois ela permite saber que tipo de expectativa é possível ter diante do diagnóstico. 

“Os resultados dos tratamentos têm sido cada vez melhores, mas existem alguns tipos de câncer, alguns estadiamentos e determinadas situações clínicas que vão gerar um prognóstico ruim. Ao estabelecer um prognóstico adequado, você vai estabelecer também uma estratégia de tratamento adequada dentro daquela expectativa”, o médico diz.

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Como o prognóstico do câncer é determinado

Isso varia bastante, mas os principais fatores analisados são: o diagnóstico em si; o estadiamento do câncer e as mutações genéticas presentes, já que algumas podem fazer com que a doença seja mais, ou menos, agressiva.

O Dr. Maiolino usa o linfoma para dar um exemplo prático. Um paciente com doença em estadiamento IV, ou seja, que o câncer já está mais espalhado, tem um prognóstico diferente de uma pessoa com linfoma em estadiamento I. No primeiro caso, o prognóstico é melhor em comparação à segunda situação. 

Paciente fazendo exames para saber o prognóstico do câncer

Um outro exemplo é no mieloma múltiplo (MM). “No caso do MM, clinicamente, você pode ver um paciente com uma doença muito lenta. Ou então um que é diagnosticado com uma doença avançada, com o que a gente chama de plasmocitomas extramedulares, uma doença mais agressiva”, ele descreve.

O especialista ainda comenta que, atualmente, além dessas questões mais “visíveis”, também se leva em consideração fatores biológicos, isto é, as alterações genéticas, na hora de determinar o prognóstico do câncer.

Na leucemia mieloide aguda (LMA), por exemplo, quando a doença apresenta o gene FLT3 mutado, considera-se que o prognóstico é pior.

Quais são os tipos de prognóstico?

O prognóstico de câncer é separado entre: bom, ou favorável, e mau, ou desfavorável. 

Um câncer de mau prognóstico pode significar que o estadiamento do tumor está avançado ou que há a presença de alguma mutação genética que torna a doença mais agressiva. 

Mutação genética no desenvolvimento do câncer

Para esses casos, “é muito importante você ter estratégias terapêuticas que possam tentar reverter esse mau prognóstico. Hoje há alguns tratamentos mais inovadores que podem, sim, reverter o quadro. Principalmente se usarmos essas combinações de drogas-alvo, imunoterapia e terapia com CAR-T Cell”, o Dr. Maiolino afirma.

Ele pontua que no MM, duas mutações são indicativas de prognóstico desfavorável: deleção do cromossomo 17 e translocação dos cromossomos 4 e 14.

Já um câncer com prognóstico favorável, pode ser por conta da doença estar mais localizada, não haver nenhuma alteração genética presente ou ainda que há a presença de uma alteração genética que ajuda no tratamento.

O especialista conta algumas das mutações genéticas que conferem bom prognóstico na LMA: inversão do cromossomo 16 e translocação dos cromossomos 8 e 21.

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Mau prognóstico e chance de cura do câncer

O hematologista esclarece que o objetivo do tratamento, na maioria das vezes, é transformar um câncer com prognóstico desfavorável em favorável.

“Dependendo da intervenção e da resposta terapêutica, esse paciente que tinha, inicialmente, um mau prognóstico, pode reverter para um prognóstico adequado. Assim, fazendo com que o paciente tenha uma sobrevida semelhante àquele que teve um diagnóstico inicial de bom prognóstico”.

O contrário também pode acontecer. Então, uma doença que, inicialmente, era de bom prognóstico, mas ela recidiva (volta) várias vezes e nesse processo acontece uma mutação genética que a deixe mais agressiva.

Porém, “hoje, com os tratamentos mais inovadores, a gente consegue reverter muitas das situações de mau prognóstico, principalmente nos cânceres hematológicos”, Dr. Angelo Maiolino finaliza.


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