Correr pode ajudar na prevenção do câncer
Última atualização em 29 de julho de 2021
Esse tipo de atividade física faz com que ocorram menos mutações genéticas, diminuindo a possibilidade de desenvolver a doença
O ato de correr, além de controlar o peso, promove a diminuição do colesterol, influencia os hormônios e fortalece o sistema imunológico. “Todos esses fatores levam a melhora das funções orgânicas. Assim, tornam a prática da atividade física regular capaz de prevenir diversas doenças crônicas, como o câncer”, explica a coordenadora do Comitê de Fisioterapia da Abrale, Ana Oliveira.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Victoria, na Austrália, o efeito preventivo da corrida se mantém mesmo que ela seja pouco frequente, em baixa velocidade e por um curto período. Por exemplo, o exercício pode ser feito uma vez por semana, durante menos de 50 minutos e velocidade abaixo de 8Km/h. Foi comprovado ainda que os radicais livres em excesso prejudicam o metabolismo celular por causar danos ao RNA, DNA, lipídeos e proteínas. Dessa forma, eles contribuem para a multiplicação de células com mutações, ou seja, malignas e cancerosas. Ao realizar os exercícios há uma redução do estresse oxidativo, o que significa menos radicais livres circulantes. “Portanto, há menos lesões ao DNA e função orgânica da célula e menor chance de desenvolver um tumor”, Ana explica.
Correr serve como prevenção do câncer para todas as pessoas?
O benefício da corrida como forma de prevenção dessa doença atinge tanto as pessoas mais jovens quanto as mais velhas. Entretanto, quanto mais cedo começar, maiores serão os benefícios.
Caso a pessoa tenha alguma restrição à corrida, existem outros tipos de atividades físicas que podem ser utilizadas como substitutos. As principais são os chamados exercícios aeróbicos, que são contínuos e prolongados, realizados com movimentos não muito rápidos. Por exemplo, dança, caminhada, ciclismo e natação. Ou ainda, atividades que possam ser incluídas no dia a dia, como subir escadas, caminhar com o cachorro e dançar na sala.
“O importante é começar mesmo que sejam poucos minutos por dia e dentro do limite do corpo. A partir disso, ir aumentando progressivamente a frequência e intensidade da atividade escolhida. O indicado é que sejam 150 minutos semanais, isto é, pelo menos 30 minutos por dia”, orienta Ana.
Antes de dar início a qualquer tipo de exercício, é muito importante entrar em contato com um médico para verificar se há alguma contraindicação.
“Como a corrida é uma atividade de impacto, deve ser evitada em casos de hemoglobina e plaquetas muito baixas ou fragilidade óssea. Nesses casos, pode ser realizada outra atividade que traga mais prazer e realização”, diz a coordenadora.
A pesquisa feita pela Universidade Victoria ainda mostrou que aumentar a intensidade da caminhada não aumenta a prevenção. Tânia Tonezzer, fisioterapeuta do projeto Oncomovimento, explica que aumentar a potência da corrida pode, na verdade, até prejudicar. Isso acontece porque pode forçar demais o sistema imunológico.
“Aumentar o stress por meio do aumento da intensidade ou frequência pode ter um efeito inverso ao desejado. Isso porque pode ocorrer a diminuição do sistema imunológico. Por isso, atividades físicas muito intensas não tem relação com a prevenção do câncer”, diz Tânia.
Quais os tipos de câncer são mais prevenidos pela corrida?
Os principais são o câncer de intestino, endométrio, próstata e mama, mas pode ajudar na prevenção dos outros tipos também.
Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo, em parceria com outras universidades internacionais, mostra que cerca de 10 mil novos casos de câncer poderiam ter sido evitados no Brasil se houvessem mais pessoas praticando exercícios físicos.
“Infelizmente, o número de brasileiros ativos é bem baixo, não atingindo metade da população”, finaliza Ana Oliveira.
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