Quanto tempo dura o tratamento de linfoma de Hodgkin?

Última atualização em 5 de outubro de 2022
O protocolo pode ser feito com quimioterapia como monoterapia ou em conjunto com a radioterapia
Muitos pacientes, ao receber o diagnóstico, ficam com dúvida de quanto tempo dura o tratamento de linfoma de Hodgkin. A resposta exata para essa pergunta depende de algumas características da doença, por exemplo, do estadiamento. Mas, em média, a terapia pode durar dois, quatro ou seis meses. Entretanto, cada caso é único e a duração pode variar de acordo com o que irá beneficiar mais o paciente.
O Dr. Guilherme Perini, médico especialista em Hematologia, lembra que o esquema mais utilizado no tratamento para linfoma de Hodgkin é o protocolo ABVD (Doxorrubicina, Bleomicina, Vinblastina e Dacarbazina). Ele também explica que um ciclo desse protocolo consiste em duas aplicações dos medicamentos durante um mês. Já o intervalo entre cada ciclo é de 15 dias.
“Então, por exemplo, em um esquema de seis ciclos, serão realizadas 12 aplicações. O intervalo é de 15 dias entre aplicações, sendo importante se atentar para que não haja atrasos muito longos entre os ciclos”, o Dr. Perini descreve.
Cada aplicação em si dura de quatro a seis horas, contando o tempo de chegada ao hospital, avaliação pela equipe de enfermagem/médica, medicações para náuseas e, depois, a quimioterapia em si.
Quanto tempo dura o tratamento de linfoma de Hodgkin?
Como mencionado anteriormente, pode durar dois, quatro ou seis meses. De acordo com o Dr. Perini, geralmente, quando a terapia dura dois ou quatro meses, há a necessidade de realizar radioterapia, que leva, em média, quatro semanas.
Ele complementa contando que, nesses casos, a radioterapia é feita depois de, aproximadamente, 30 dias da última dose de quimioterapia.

“A dose total da radioterapia varia conforme alguns achados clínicos. Mas, geralmente o tempo total é de quatro semanas (sem contar os finais de semana). As sessões são relativamente rápidas e bem toleradas”, o médico pontua.
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Tempo de tratamento do linfoma de acordo com o estadiamento
O estadiamento do linfoma, ou seja, quanto a doença se espalhou pelo corpo é um importante fator na hora de planejar o protocolo da terapia. Os estadiamentos são divididos entre: doença inicial (estádios I e II) e doença avançada (estádios III e IV).
“Dentro dos estádios iniciais, a gente divide conforme a presença, ou não, de fatores de risco”, o hematologista esclarece.

Se a doença estiver em estágio inicial e o paciente não tiver fatores de risco, são realizados dois ciclos de ABVD mais a radioterapia (20 Gy).
Por outro lado, caso a doença esteja em estágio inicial, mas o paciente tiver fatores de risco, são administrados quatro ciclos de ABVD mais a radioterapia (30 Gy).
Entretanto, caso a doença esteja em estadiamento avançado, a indicação, geralmente, é fazer seis ciclos de ABVD sem radioterapia.
“Porém, variações podem ocorrer, em especial em pacientes com estadio inicial com massa bulk. Nesses casos, alguns médicos favorecem seis ciclos de ABVD mais radioterapia. Em alguns cenários, pacientes com doença inicial podem fazer mais ciclos de quimioterapia e evitar a radioterapia. Para cada caso, o melhor é falar com o médico e tomar uma decisão compartilhada, levando em conta os riscos e benefícios de cada estratégia”, o Dr. Guilherme Perini finaliza.
Gostaria de uma reportagem sobre o Linfoma de Hodgkin não clássico.
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