Saiba quais medicamentos impedem a doação de sangue

A maioria dos remédios não impedem a doação de sangue, mas é importante checar antes de ir até o hemocentro
“Será que posso doar sangue?”; “Tenho o peso suficiente para doar?”; “Preciso estar em jejum?”; essas são algumas das dúvidas que vêm à mente quando se pensa em doação de sangue. Porém, também é importante considerar quais medicamentos o doador está tomando, já que, alguns deles podem impedir a doação. Saiba quais remédios não pode tomar para doar sangue.
Quais os requisitos básicos para doar sangue?
Uma pessoa pode doar sangue se:
- estiver em boas condições de saúde;
- pesar no mínimo 50 kg;
- ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos;
- estiver descansado e alimentado;
- entre outros requisitos.
Tila Facincani, médica hematologista da Fundação Pró-Sangue, explica que a premissa principal para uma pessoa doar sangue é ela estar em boas condições de saúde. “A grande maioria dos medicamentos não interferem na doação, mas eles nos mostram que há alguma doença de base”, conta.
Em alguns casos, a pessoa é impedida de doar sangue porque sua doença faria com que ela passasse mal durante a doação, já em outros, a comorbidade pode prejudicar quem recebe o sangue. Pacientes com diabetes que usam insulina, por exemplo, podem passar mal durante a doação.
Facincani ressalta que algumas doenças não prejudicam nem quem doa, nem quem recebe o sangue. “A hipertensão, por exemplo, quando ela está controlada, não tem nenhum prejuízo com a doação”, diz.
Quais remédios não posso tomar para doar sangue?
Porém, em alguns casos, o que pode interferir na doação são os componentes do medicamento que a pessoa toma para a comorbidade. Segundo a hematologista, os remédios mais comuns, como aqueles para pressão arterial, diabetes tipo 2, antidepressivos, entre outros, não impedem a doação.
Mas medicamentos como os anti-hipertensivos e antiarrítmicos que terminam com “OL” exigem 48h de intervalo entre a última dose e a doação. “Tanto o atenolol quanto o propranolol interferem na adaptação do corpo quando retira sangue e a pessoa que doa tem um risco de passar mal”, relata Facincani. Outros medicamentos podem causar má-formação fetal, conforme a hematologista.
“Como a gente não consegue controlar para quem vai o sangue, para evitar que uma gestante receba o sangue que cause a má formação no feto, impedimos a doação”, conta.
Remédios para próstata, para queda de cabelo e para acne, como o Roacutan, podem causar a má formação. Pessoas que tomaram antibióticos também precisam ter cessado o uso há 14 dias e estarem saudáveis.
Facincani recomenda que, caso a pessoa tenha alguma dúvida sobre seu remédio e a doação, entre em contato com a Pró-Sangue pelo “Alô Pró-Sangue” no número (11) 4573-7800, pelo site ou pelo WhatsApp (11) 99152-7653. No link, a Fundação disponibiliza as situações que impedem a doação de sangue.
Doação de sangue e tratamento do câncer
Pessoas que têm ou tiveram algum tipo de câncer, não podem doar sangue. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que o ato da doação de sangue deve ser seguro, não podendo causar nenhum dano ao doador ou ao receptor. Como a pessoa com câncer está doente, ela deve priorizar sua saúde primeiramente.
Além disso, o uso recente de quimioterápicos, radioterapia, anticorpos monoclonais ou outros medicamentos impede a doação, já que esses componentes podem ser passados para a pessoa que recebe o sangue e isso a prejudicaria.
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