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É possível evitar a queda de cabelo na leucemia? Entenda

queda de cabelo
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Especialistas explicam que nem todos os tratamentos para leucemia causam queda de cabelo e lembram que a touca inglesa não é recomendada

Escrito por: Juliana Matias

Uma das personagens com leucemia mais marcantes da TV brasileira foi Camila, interpretada por Carolina Dieckmann, na novela Laços de Família. Em uma cena emocionante, a atriz tem seu cabelo raspado após a personagem ser diagnosticada com a doença. Mas nem todo paciente com leucemia sofrerá com a queda de cabelo.

Jayr Schmidt Filho, líder do CR em Neoplasias Hematológicas do A.C.Camargo Cancer Center, explica que o que causa a queda de cabelo são tratamentos com quimioterápicos convencionais, e não a leucemia em si. No tratamento de todos os quatro tipos de leucemia, LLA, LMA, LMC e LLC, existem drogas que causam e que não causam a queda dos fios.

“O tratamento convencional geralmente é a base de alguns quimioterápicos convencionais, que numa dose um pouquinho maior, normalmente, provocam queda de cabelo”, conta.

Por que os fios caem?

A queda é, na realidade, um efeito colateral dos quimioterápicos. Segundo Filho, os medicamentos agem em células que estão em constante divisão. “Uma das células que, normalmente, está em constante divisão é a célula do couro cabeludo para produção de cabelo. Por isso, elas são sensíveis à ação da quimioterapia”, comenta e acrescenta: “O objetivo, na verdade, é atuar contra a célula leucêmica”.

Em alguns tipos de câncer, o paciente pode recorrer à touca inglesa, que pretende diminuir a queda dos fios. No procedimento, o couro cabeludo é resfriado, o que diminui o fluxo sanguíneo nessa região e impede que os quimioterápicos atinjam as células do cabelo.

Pessoas com leucemia podem fazer a touca inglesa?

Porém, pessoas com cânceres do sangue não têm indicação para realizar o procedimento. Isso porque, conforme o Dr. Jayr, existe um risco de que células cancerígenas do sangue estejam na região da cabeça e, ao restringir o medicamento, o tratamento contra o câncer pode ser prejudicado. “Se você restringe a ação do quimioterápico ali, você tem um risco potencial de ele não ser eficaz em alguns lugares do corpo que a gente precisa da ação”, ressalta.

Os cabelos voltam a nascer cerca de um mês após o final do tratamento com os quimioterápicos, conta o médico. “Esse crescimento é progressivo, gradativo e individual”, lembra.


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